Guerra de narrativas, acusações e um ex-presidente acuado. O quê a CPI dos Atos de 8 de Janeiro vai entregar ao Brasil? (Foto: )
Congresso Nacional
Receita
A 57ª
Legislatura do Congresso Nacional, em oito meses de existência, ofereceu ao
pagador de impostos indícios de que algo de muito errado está em curso. Ao
fulanizar o instituto das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs),
instalando cinco colegiados — a das apostas esportivas; a das Americanas; a das
ONGs; a do Movimento Sem-Terra (MST); e uma mista para apurar os atos de 8 de
janeiro —, as Excelências, torram o dinheiro dos impostos dos brasileiros,
testam a paciência de quem as acompanha e quase nada entregam em avanços para o
aperfeiçoamento político e para melhorar a alta administração pública do país.
É uma receita de bolo que não deu, dá ou dará certo da forma como é conduzida.
Palco
A cada
sessão de uma das cinco CPIs, em vez de se aproveitar o tempo e a alta soma de
recursos que custa cada sessão, para se desenvolver um trabalho que possa
seguir estritamente a busca do esclarecimento dos fatos que motivaram a sua
abertura, o que se vê é um palco teatral, com depoentes previamente treinados
por caros advogados, uma guerra sem propósito de narrativas entre a situação e
a oposição ao governo, que resultam em relatórios pífios, tecnicamente mal
feitos, sem efeitos legais, e com algum ganho políticos para um dos lados
contendores. Trata-se de um desserviço.
Incapacidade
Ao se
convocar notórios delinquentes, uns já famosos, outros em busca da fama e um
terceiro grupo, que vislumbra tão e somente a oportunidade de depor em rede
nacional na esperança de recuperação da “fama perdida”, esses personagens não
têm qualquer compromisso com a verdade e nada do que dizem pode ser considerado
um testemunho confiável, se não vier acompanhado de provas materiais do que
dizem.
Essa Coluna não servirá de trampolim para a fama de criminosos contumazes a
quem a Justiça é incapaz de dar o remédio previsto na Constituição.
Não me ocorre melhor frase para definir o que está em curso, senão: “O Brasil,
não é para amadores”.
Atos de 8
de janeiro
O ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu o ex-chefe do
Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general da reserva Gonçalves Dias,
no procedimento aberto que apura a conduta de militares em relação aos atos
golpistas de 8 de janeiro. Moraes acolheu uma manifestação feita pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) em um pedido apresentado à Corte pelo
partido Novo.
A CPI dos Atos de 8 de Janeiro aprovou o requerimento da oposição para convocar
o primeiro ministro que caiu no governo Lula. A audiência será na próxima
semana e deve jogar gasolina no fogo em que se transformou o colegiado.
ONGs
Já na CPI
das ONGs, também na próxima semana começará as oitivas com medalhões ligados a
atuação de Organizações Não Governamentais que atuam no Brasil, mas com foco
especializado e meter o bedelho em assuntos da Amazônia, Meio Ambiente e outros
que tais.
Política & Governos
Água I
O ministro
das Cidades, Jader Filho, acompanhado do presidente da Companhia de Saneamento
do Pará (Cosanpa), José Fernando Gomes Júnior, vistoriou nesta sexta-feira (18)
a obra da Estação de Tratamento de Água (ETA) Bolonha, em Belém (PA).
Água II
A obra faz
parte da ampliação e modernização dos Sistemas Integrados de Produção e Adução
de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Belém (RMB). A
Estação de Tratamento de Água já atende a população de Belém e, com a conclusão
das melhorias, irá ampliar seus benefícios.
Água III
A
iniciativa é uma parceria entre o Ministério das Cidades e o Governo do Estado/
Cosanpa, por meio do Programa de Saneamento para Todos – financiado pelo Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Água IV
Com a
conclusão, os sistemas integrados irão beneficiar diretamente 850 mil pessoas e
170 mil moradias dos municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e
Santa Bárbara. O total de investimentos é de R$ 155,2 milhões, sendo R$
134 milhões financiados pelo Ministério das Cidades e R$ 21,2 milhões de
contrapartida do Governo do Estado.
Calendário
Norte
Nesse mês
de agosto, no calendário turístico do Norte do Brasil, o município de Ananindeua
(PA) prepara-se para sediar o 80° Círio de Nossa Senhora das Graças. A
efeméride movimenta o chamado turismo religioso, no qual o Pará é um dos
maiores destinos do país devido os vários círios nos mais diversos municípios
realizados em todas as suas regiões.
Bancada do Pará
Ferrogrão
Senador
Zequinha Marinho (Podemos-PA) teve aprovado na Comissão de Desenvolvimento
Regional e Turismo (CDR) do Senado, requerimento para realização de audiência
pública sobre a Ferrovia Ferrogrão (EF-170). O empreendimento de R$ 21,5
bilhões, que irá ligar Sinop (MT) ao Porto de Miritituba, em Itaituba (PA),
cujas obras foram suspensas a pedido do Ministério Público Federal sob as
alegações de sempre: ameaças aos povos indígenas, risco de gerar um gatilho de
desmatamento e tantas outras coisas que não cabem na Coluna.
Comissão de
Agricultura e Reforma Agrária (CRA) realizou reunião com três itens. Entre
eles, o PL 2.903/2023, que define marco temporal para demarcação de terras
indígenas. Em pronunciamento, à bancada, senador Zequinha Marinho (Podemos-PA)
A economia
pode esperar
Enquanto os
zelosos procuradores barram a construção da ferrovia, que construiria trilhos
num percurso de 933 km, numa esperança de retomada da capacidade logística da
região Centro-Norte do país, o vice-presidente da Frente Parlamentar da
Agropecuária (FPA), senador Zequinha Marinho lembra que a ferrovia reduzirá em
R$ 19,2 bilhões o custo do frete, dando ganho de competitividade à produção
brasileira, nada que incomode o andar de cima da PGR, muito menos os ciosos
militantes fundamentalistas do PSOL. Afinal, a economia pode esperar e danem-se
os povos da Amazônia, brancos, pardos ou índios.
STF
Além da
redução do frete, a Ferrogrão diminuiria as emissões de gases do efeito estufa.
De acordo com relatório da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), a
ferrovia deve emitir 77% menos de CO² na atmosfera, diferentemente do que
ocorre hoje no transporte por rodovias. Apesar dos benefícios, a ferrovia está
paralisada por conta da ADI 6553 apresentada pelo partido PSOL no STF. Em
decisão recente, o relator da ADI, Alexandre de Moraes, solicitou que o Centro
de Soluções Alternativas de Litígios (Cesal) do tribunal apresente propostas de
resolução para a ADI. O prazo se esgota no final deste mês.
Turismo
A Comissão
de Turismo da Câmara dos Deputados recebe, na próxima quarta-feira (23), o
ministro de Turismo, Celso Sabino. A ideia é discutir as prioridades da pasta
para este ano.
O debate atende a requerimento do deputado Keniston Braga (MDB-PA). “É
importante conhecermos os planos e programas do ministério”, ressaltou.
A reunião será realizada no plenário 5, às 15 horas.
Marco
Temporal
Voltou a
caminhar no Senado o Projeto de Lei nº 2.903/2023 — o Marco Temporal das Terras
Indígenas. A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, marcou
a votação para a próxima quarta-feira (23/8), se aprovado, a matéria segue à
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, depois, ao Plenário.
Na mesma
reunião, a deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) conversa com o
senador Beto Faro (PT-PA) que conseguiu aprovar uma requerimento de audiência
pública para discutir a matéria antes da votação na CCJ
Audiência
pública
Um dia
antes, por iniciativa do senador Beto Faro (PT-PA), a CRA vai realizar
audiência pública na próxima terça (22) com representantes do Ministério da
Justiça, da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e da Apib
(Articulação dos Povos Indígenas do Brasil). Na reunião de quarta-feira (16/8),
foi lido o parecer da relatora Soraya Thronicke (União-MS) — favorável ao
projeto — e concedido pedido de vários senadores para que tenham uma semana a
mais para analisar o texto.
Votação…
“É um tema
extremamente polêmico e sobre o qual nós precisamos achar, na minha avaliação,
um meio-termo”, sugeriu Beto Faro. “Nem tudo o que está estabelecido na questão
do Marco Temporal, mas também não pode ficar sem estabelecer uma regra para
isso”, ponderou.
…açodada
Além disso,
o senador quer impedir uma votação açodada e argumenta que a matéria acaba de
chegar para análise dos senadores, que devem ouvir todos os interessados. “A
matéria está vindo agora ao Senado, embora seja de conhecimento de todos, mas é
uma matéria que estava na Câmara. É o primeiro debate oficial que a gente faz
sobre esse tema aqui”, afirmou.
Onipresente
e…
O
onipresente e porque não dizer onipotente Supremo Tribunal Federal (STF),
simultaneamente aos legisladores, julga um processo que trata do Marco Temporal
com “repercussão geral”. Ou seja, a decisão servirá de parâmetro para todos os
processos em instâncias inferiores da Justiça. Dependendo do resultado, pode
derrubar a legitimidade das mais de 700 demarcações de terras indígenas no
país, beneficiando gigantes do agronegócio. Prato cheio para a narrativa de
ambientalistas salvadores do mundo que já começaram o lobby surrado de “mais
ameaça ainda ao meio ambiente”.
…onipotente
A tese do
Marco Temporal estabelece que os indígenas somente teriam direito às terras que
estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da
Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.
O recurso I
O caso em
debate no STF é um recurso da Funai contra decisão do Tribunal Regional Federal
da 4ª Região (TRF-4), que deu razão ao estado de Santa Catarina na disputa com
o povo Xokleng pela posse da Terra Indígena Ibirama.
O recurso
II
Até o
momento, dois ministros votaram contra a tese (Edson Fachin, relator, e
Alexandre de Moraes) e um a favor (Nunes Marques). O julgamento poderá ser
retomado a partir de 5 de setembro, quando vence o prazo do pedido de vista
concedido ao ministro André Mendonça.
Economia
Novo
recorde?
A Bolsa de
Valores do Brasil ainda não viu, desde que agosto chegou, uma alta sequer. Na
quinta-feira (17), fechou o pregão na 13ª baixa consecutiva — um recorde
negativo histórico.
A maior sequência de quedas até então havia sido de 12 pregões consecutivos em
baixa em 1970, de 26 de maio a 11 de junho daquele ano.
É um péssimo sinal!
De volta na
semana que vem
Estaremos de volta na próxima semana publicando direto de Brasília, as notícias
que afetam a vida de todos os brasileiros, com as reportagens exclusivas aqui
no Blog do Zé Dudu.
* Val-André Mutran – É correspondente doBlog do Zé Dudu em Brasília.
Contato: valandre@agenciacarajas.com.br
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