Presidente Lula sanciona PL que dispõe sobre a concessão de auxílio-aluguel para mulheres vítimas de violência doméstica (Foto: )
Brasília – A Bancada Feminina do
Congresso Nacional e ativistas dos direitos das mulheres comemoraram a sanção
da Lei nº 14.674, de 14 de setembro de 2023, que havia sido aprovada no mês
passado pelo Congresso Nacional. A nova lei altera a Lei Maria da Penha e estabelece que mulheres vítimas de
violência doméstica e em situação de vulnerabilidade socioeconômica poderão
receber um auxílio-aluguel para se protegerem do relacionamento abusivo. A
medida foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O
auxílio-aluguel não poderá ter duração superior a seis meses, e será pago por
estados, municípios ou Distrito Federal, utilizando os recursos destinados à
assistência social. Já a decisão de pagar o aluguel deve partir do juiz
responsável pelo caso de violência doméstica.
Segundo o
governo federal, a proposta teve parecer favorável do Ministério das Mulheres,
levando em conta que apenas 134 municípios brasileiros possuem casas-abrigo
para mulheres vítimas de violência, além de outras 43 unidades mantidas por
governos estaduais em todo o país.
O Fórum
Brasileiro de Segurança Pública estimou que cerca de 18,6 milhões de mulheres
foram vítimas de violência no Brasil em 2022. Em média, as vítimas foram
agredidas quatro vezes ao longo do ano passado. Entre as divorciadas, a média
foi de nove agressões no ano passado.
Avançam no Congresso
projetos de leis de proteção às mulheres
Está pronto
para ir ao plenário outro projeto de lei que também altera a Lei Maria da
Penha. Trata-se do PL n° 2.748/2021, aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da
Câmara (CCJ), cuja proposta autoriza o monitoramento por tornozeleira
eletrônica de acusados de violência doméstica.
O texto estabelece
que o poder público deverá garantir à mulher ofendida acesso a dispositivo que
permita o acionamento imediato da polícia em caso de ameaça. Segundo a relatora
da proposta, deputada Enfermeira Ana Paula (PDT-CE), o PL fortalece o sistema
de proteção à mulher vítima de violência doméstica e familiar.
“Esse
projeto traz para nós, que somos mulheres e que fazemos a pauta de defesa da
mulher e de combate à violência da mulher, um outro olhar,” explicou a
deputada. “Um olhar em que a gente vai conseguir se sentir mais segura, sabendo
que aquele agressor, que a gente já conseguiu na Justiça medida protetiva
contra ele, será fiscalizado por nós, inclusive com acesso a esse monitoramento
por cada uma dessas mulheres que são vítimas de violência”.
A proposta
poderá seguir ao Senado, a menos que haja recurso para votação pelo plenário.
Por Val-André Mutran – de Brasília