Apyterewa em São Félix do Xingu. Foto: Reprodução (Foto: )
A Justiça Federal de Redenção
estabeleceu um prazo de até 30 dias para que o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) identifique famílias da Extensão
Apyterewa que podem ser beneficiadas com reassentamento. E até 60 dias para que
a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) indenize as pessoas
representadas e identificadas pela Associação dos Pequenos Agricultores Rurais
do Projeto Paredão.
A decisão, divulgada na tarde
desta segunda-feira (30), é do juiz Cláudio Cezar Cavalcantes. Para o
magistrado federal, deverão ser considerados ocupantes de boa-fé os que se
enquadram em condições do artigo 2º, inciso II, da Norma de Execução nº 1, de 4
de outubro de 2006. A associação terá de quantificar e provar as benfeitorias
na Apyterewa. O processo está registrado sob o número
0002570-42.2011.4.01.3901.
No texto da decisão, o juiz
federal determina também prazo à associação de moradores: “Defiro o prazo de 60
dias para que a parte autora emende a inicial de forma a liquidar a sentença e
identificar quem são os beneficiários do título executivo judicial”.
Nesta terça-feira (31) encerra o
prazo para a saída voluntária das quase 2 mil famílias que ocupavam a
Apyterewa. Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a área de 774
mil hectares do município de São Félix do Xingu, no sul do Pará, deverá ser
destinada à vivência exclusiva de indígenas da etnia Parakanã (cerca de 1 mil
vivendo na região atualmente) e à preservação ambiental. Quem não sair está
sujeito a multas de R$ 10 mil por dia e por pessoa.
Não há qualquer indício de que a
nova decisão altere de alguma forma o cronograma da operação de Desintrusão da
Apyterewa. Apenas determina novos procedimento sejam tomados. Após a saída
total dos não indígenas da região, as forças federais devem permanecer por mais
60 dias para evitarem retorno.
“No entanto, a decisão dá
abertura para uma possível suspensão para assistir os direitos das 793 famílias
que estão lá de boa fé. Famílias que chegaram entre os anos de 2001 e 2004”,
explicou o advogado Igor Recelly Franco de Freitas, que representa as famílias
da Apyterewa junto à advogada Vera Lúcia Rodrigues Batista. As associações de
moradores indicam que pode haver mais que 3 mil famílias.
A Redação do Fato Regional tenta
contato com Assessoria de Comunicação da Operação de Desintrusão da Apyterewa,
que centraliza todas as informações e respostas sobre a ação.
(A Notícia Portal/Victor Furtado
e Jucelino Show na Net, da Redação do Fato Regional)