Entrevista coletiva do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho (dir.) (Foto: )
Em
entrevista coletiva nesta quarta-feira (22), o presidente do Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rodrigo
Agostinho, estimou em janeiro de 2024, a decisão sobre a licença de pesquisa de
petróleo e gás natural na Margem Equatorial, inicialmente na Costa do Amapá, a
540 km de distância da costa do estado amazônico, no Alto Mar do Atlântico Sul.
Detentora
do direito da pesquisa e exploração, a estatal Petrobras teve licença de
exploração negada em maio deste ano, gerando uma divergência no governo
envolvendo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima — contra a
liberação da licença — e o Ministério de Minas e Energia — favorável à
liberação.
Cabe ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mediar o antagonismo das posições,
uma vez que o governo federal é o acionista majoritário da petroleira de
capital aberto, ou seja, uma empresa de economia mista e maior empresa do
Brasil em valor de mercado.
‘’O Ibama
está fazendo um trabalho prioritário em relação a isso e provavelmente no
começo do ano a gente tenha uma resposta relacionada a isso’’, disse Rodrigo
Agostinho.
O órgão
ambiental federal ainda não teria uma conclusão sobre a possibilidade de
exploração de petróleo na Margem Equatorial pela Petrobras, mas que está
fazendo um trabalho prioritário quanto ao tema e deve ter uma resposta já no
início de 2024.
“A equipe
está analisando. Não tem ainda uma conclusão. A equipe concluiu agora vários
processos de licenciamento, vários deles da Petrobras. O Ibama está fazendo um
trabalho prioritário em relação a isso e provavelmente no começo do ano a gente
tenha uma resposta relacionada a isso”, afirmou a jornalistas depois de reunião
com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e representantes dos biomas
brasileiros.
Uma
resposta no início do próximo ano condiz com as expectativas da Petrobras, que
deseja perfurar o 1º poço na costa do Amapá, na Margem Equatorial, até o 1º
semestre de 2024.
O bloco
FZA-M-59, que teve a licença negada pelo Ibama em maio, tem potencial de ter
5,6 bilhões de barris de óleo, segundo estudos já feitos pela estatal. Trata-se
de um possível incremento de 37% nas reservas de petróleo brasileiras,
atualmente em 14,8 bilhões de barris.
Embora
esteja localizado na Bacia da Foz do Amazonas, o bloco não fica próximo da foz
do rio Amazonas. A área onde seria perfurado o poço de petróleo se encontra a
540 km de distância da foz e a cerca de 170 km do Oiapoque, na fronteira na
fronteira Franco-Brasileira.
A Margem
Equatorial compreende toda a faixa litorânea ao norte do país. Tem esse nome
por estar próxima da Linha de Equador. Começa na Guiana e se estende até o Rio
Grande do Norte. A porção brasileira é dividida em 5 bacias sedimentares, que
juntas têm 42 blocos.
No mapa, a
Zona de Fronteira Norte do Brasil. Na seta, o fluxo, de Oeste a Leste, das
reservas de petróleo nos países da região
Especialistas
da Petrobras e geólogos ligados à pesquisas em Universidades brasileiras,
atestam já a algum tempo, que a Zona de Fronteira Norte do Brasil, detém um
cinturão de reservas extraordinárias de petróleo e gás natural, que começa, a
partir da Colômbia, Venezuela — já atestada como detentor das maiores reservas
de petróleo do mundo —, Guiana, Suriname e Guina Francesa, que se ligam de
Oeste a Leste até o início da Margem Equatorial brasileira.
* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente
do Blog do Zé Dudu em Brasília.