Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão solene do Congresso Nacional destinada à promulgação da Emenda Constitucional nº 132 de 2023, referente à Proposta de Emenda à Constituição nº 45 de 2019, que altera o Sistema Tributário Nacional. Mesa: (Foto: )
Fim do
recesso
Todos os
congressistas foram convocados para a Sessão Solene de Abertura do Ano
Legislativo. Credenciamento especial foi fechado nesta semana e não será
permitida a presença de pessoas não credenciadas, no recinto do Palácio do
Congresso Nacional.No Plenário da Câmara dos Deputados, o acesso será ainda
mais restrito, facultado aos deputados e senadores e exigida credencial
especial para quem não tiver o broche de ouro na lapela — entregue no início do
mandato a cada congressista.
Sem
cachimbo da paz
Não haverá
roda de degustação do “cachimbo da paz” entre os morubixabas Arthur Lira
(PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados; Rodrigo Pacheco (PSD-MG),
presidente do Senado e do Congresso Nacional, Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
presidente da República e Luís Roberto Barroso, ministro que preside o Supremo
Tribunal Federal.
Esgarçado
O recesso de fim de ano não trouxe a paz, pelo contrário. Operações da Polícia
Federal ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes (STF), agora apelidada pelo
senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de “PF Paralela”, contra deputados e
bolsonaristas juramentados, foram entendido como “declaração de guerra”.
Sem trégua
Diante dos
últimos acontecimentos, está consolidado, no entendimento de muitos
congressistas, que o “acerto” secreto, entre STF e Executivo, encurrala o
Congresso. E ninguém se iluda: todas as partes disputam o controle do dinheiro.
Situação
crítica tende a piorar
Este será
mais um ano de intensa atividade no Congresso, com decisões críticas pela
frente. A primeira delas foi a decisão, ainda no ano passado, tomada pelo
presidente da Câmara, Arthur Lira, de não comparecer em qualquer evento, seja
qual for, onde aconteça uso político do governo com a presença no mesmo recinto
de autoridade do STF.
Palácio do
Congresso Nacional ao entardecer
A pauta
será a arma dos descontentes:
1- Reforma
Tributária
A começar
pela reforma tributária, diversas frentes parlamentares que representam
interesses empresariais, em reunião na terça-feira, 30, começaram a traçar
estratégias em comum para a enorme tarefa de regulamentar o novo sistema de
impostos sobre consumo, conforme a emenda constitucional aprovada em 2023.
Nota: As Frentes Parlamentares,
nos últimos anos, adquiriram um poder monumental, por reunirem num colegiado
específico, congressistas de todas as cores partidárias em seus quadros, o que
facilita o consenso em matérias polêmicas.
Longa
tarefa
Para
muitos, a parte mais difícil do trabalho ainda está por vir, quando o assunto é
a reforma tributária. Mas, do ponto de vista político, há poucas chances de que
a reforma fique pelo caminho. Atrasos sim, são possíveis, mas é muito
improvável que Congresso e governo desistam da reforma. Decisões como a futura
alíquota do imposto sobre consumo e os produtos que terão descontos ou cashback
serão amadurecidas em 2024.
Arrecadação
A palavra mágica para o governo é arrecadação. O ano também reserva novas
medidas para incrementar a arrecadação do governo, que sabe que não terá êxito,
se a intenção for aumentar impostos.
Obsessão
Mesmo que a
meta de déficit zero pareça fadada a cair, o governo tem uma obsessão pela tese
e insistirá o máximo possível, e nesse percurso irá enviar novas propostas de
reequilíbrio da carga tributária — ou, simplesmente, aumento de impostos, que
não será bem recebido. Há muito mais resistência do Congresso a essa pauta, mas
parte dessa agenda será aprovada, pois não interessa aos parlamentares bloquear
totalmente a agenda do governo
Regulamentação
A
regulamentação da reforma tributária, cuja primeira parte foi aprovada e
promulgada no ano passado, deve ditar os debates no Congresso em 2024, mas já
está na pista para entrar no autódromo uma outra reforma que o governo não
quer, mas será obrigado a negociar: a Reforma Administrativa.
A reforma constitucional administrativa é muito difícil, mas o limite aos
supersalários é um dos itens que tem chances maiores de constar nas entregas do
Congresso. Leia reportagem sobre o tema aqui.
2- Agenda
Ambiental
A agenda ambiental também terá destaque, com a aprovação de várias medidas que
vêm amadurecendo desde o ano passado. Marcos regulatórios para novos
biocombustíveis, hidrogênio verde, eólicas offshore, e um mercado
regulado de carbono estão todos na lista de temas com aprovação provável.
Margem
Equatorial
Fim de janeiro e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) não cumpriu o prometido no ano passado. Na reportagem
publicada no Blog do Zé Dudu (aqui), no dia 22 de novembro do ano
passado, o presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis), Rodrigo Agostinho, estimou para janeiro de 2024,
a decisão sobre a licença de pesquisa de petróleo e gás natural na Margem
Equatorial, inicialmente na Costa do Amapá, a 540 km de distância da costa do
estado amazônico, no Alto Mar do Atlântico Sul.
Expectativa
I
No mundo
empresarial e político, essa decisão já é considerada um divisor de águas na
história do Norte do país, região mais pobre do Brasil. Se for autorizada, a
Petrobras iniciará imediatamente as perfurações para saber ao certo o tamanho
das reservas. Se achar o que é esperado, o país aumentará a suas reservas de
óleo cru e gás, em centenas de bilhões de dólares, garantindo uma segurança
energética invejável no mundo.
Expectativa
II
Caso haja
nova negativa do Ibama, a força política do presidente Lula e governadores
aliados tende a ter um declínio de poder a partir do anúncio. Portanto, em um
cenário regional de governos fracos e incapazes de grandes reformas, o Brasil
continua a se destacar, com intensa atividade legislativa. Nem tudo será
positivo para a economia, e muitas das reformas continuarão a ter impacto
apenas no longo prazo. Por isso, o mercado não olha com entusiasmo para o ano
que se inicia. Mas quem aposta num 2024 morno, e com pouca atividade por causa
das eleições municipais, pode perder muitos debates importantes.
Bancada do
Pará
Bronzeados
Com a
estampa corada de sol das praias de mar e rios, alguns devido caminhadas pelo
calorento interior paraense em conversas com correligionários para definir os
nomes para a eleição de 2024; deputadas, deputados e senadores do Pará voltam
ao batente na segunda-feira (5). O Ano Legislativo começa oficialmente com
Sessão Solene do Congresso Nacional e será um ano desafiador para o país.
Propostas
Entretanto,
houve deputados e senadores que, mesmo no recesso, apresentaram propostas em
janeiro, uma vez que o Protocolo da Câmara e do Senado não tira férias. Na
próxima semana traremos na Coluna quais foram essa propostas.
De volta na
semana que vem
Estaremos de volta na próxima semana publicando direto de Brasília, as notícias
que afetam a vida de todos os brasileiros, com as reportagens exclusivas aqui
no Blog do Zé Dudu.
* Val-André Mutran – É correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.
Contato: valandre@agenciacarajas.com.br
** Esta Coluna não reflete, necessariamente, a opinião do Blog do Zé Dudu e é responsabilidade de
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