Portfólio de produtos para exportação do agronegócio bate recorde no início de 2024 (Foto: )
Espinha
dorsal das exportações brasileiras, o agronegócio comemorou, na terça-feira
(19), o anúncio do governo, que autorizou 100 novos produtos aptos para o
comércio exterior para 49 países. A marca da abertura de 100 novos mercados foi
atingida com a autorização para as empresas brasileiras venderem carnes para o
Egito.
A abertura
de mercados para o agronegócio no exterior ocorre enquanto o governo tenta
melhorar a relação entre o presidente Lula e esse setor. Uma série de episódios
envolvendo o petista e ruralistas afetaram essa interlocução.
No ano
passado, o presidente Lula se referiu a representantes do agronegócio como
“alguns fascistas de São Paulo” após o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro,
ter sido desconvidado para participar da Agrishow, uma das maiores feiras do
setor, realizada em São Paulo.
Carlos
Fávaro é ruralista e, como senador licenciado, um dos integrantes da Frente
Parlamentar da Agropecuária (FPA). Na reunião ministerial que promoveu na
segunda-feira (18), Lula mudou o tom e citou o chefe da pasta em função da
abertura de novos mercados. Naquele dia, o número ainda era de 98 novas
autorizações.
“Ele
[Fávaro] certamente vai ganhar um prêmio de alguma instituição internacional
por ser o melhor vendedor que o Brasil teve nesses últimos tempos. Vendedor de
políticas boas, vendedor de produtos produzidos pelo Brasil e não vendedor de
empresas estatais”, disse o presidente na abertura da reunião.
A abertura
de mercado significa que o Brasil passou a ter autorização para exportar um
produto para outro país, atendendo a determinados requisitos sanitários e
técnicos que mudam de acordo com a mercadoria e o destino da venda.
A mais
recente abertura permite que empresas brasileiras vendam carnes e produtos como
coração, fígado, rins, pulmões, rabo, pés, miolo e língua de animais ovinos
para o Egito. Também neste ano, o Brasil conseguiu autorização para exportar
pescados de cultivo para a África do Sul, gelatina e colágeno derivado de
suínos para a Grã-Bretanha e ovos para a Rússia, entre outros mercados.
Integrantes
do Ministério da Agricultura e do Itamaraty atribuem parte da abertura de novos
mercados às viagens internacionais de Lula, informação contestada por vários
congressistas ligados ao agronegócio, “mas isso não importa”, disse um dos
membros da FPA.
Em
comparação com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a abertura de
mercados do agronegócio aumentou. Nos 15 primeiros meses da gestão Bolsonaro, o
Brasil conseguiu autorização para exportar 50 novos produtos em 24 países, e
agora serão 100 novos produtos para 49 países.
* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente
do Blog
do Zé Dudu em
Brasília.