Vinte dias
depois de o Tribunal de Justiça do Pará determinar a suspensão das atividades
na mina de Onça Puma, da Vale, em Ourilândia do Norte, a mineradora anunciou
que concedeu férias coletivas para 108 empregados naquela operação.
Tão logo
esse anúncio foi feito, nesta terça, o STIEAPA (Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias Extrativistas nos Estados do Pará e Amapá) também divulgou um
comunicado urgente, em que lamenta a atitude da empresa em aplicar férias
coletivas de 30 dias aos seus empregados.
A seguir,
leia nota da Vale à íntegra, e em seguida, o impacto que ela causou ao
sindicato dos trabalhadores, que também emitiu nota.
Nota da
Vale Metais Básicos
“A empresa
Mineração Onça Puma informa que concedeu férias coletivas de 30 dias para 108
empregados da unidade devido à suspensão das atividades de operação da mina de
níquel pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (SEMAS). O
período será iniciado em 23 de maio. A companhia reforça o cumprimento das
condicionantes e dos controles socioambientais da sua atividade conforme
determina a legislação e em respeito às comunidades vizinhas. A Mineração Onça
Puma segue adotando as medidas cabíveis para buscar reverter a decisão e seguir
com a contribuição socioeconômica no município de Ourilândia do Norte”.
“NOTÍCIA DEVASTADORA”
Agora, leia
a nota do sindicato que representa a categoria:
“É com
imensa consternação que o STIEAPA, em nome dos trabalhadores da Vale em
Ourilândia do Norte, informa uma decisão lamentável da empresa. Acabamos de ser
comunicados pela Vale sobre a necessidade de aplicar férias coletivas por 30
dias a partir do dia 23/05 para 108 funcionários da mina, em decorrência da
suspensão de licença.
Esta
notícia é devastadora para nós, tanto como representantes sindicais quanto para
os próprios trabalhadores. Em um momento crucial de expansão, com a construção
do segundo fomo, é incompreensível que situações como esta continuem a
acontecer.
Reiteramos
nossa profunda insatisfação e perplexidade diante dessa realidade recorrente. A
diretoria do STIEAPA está mobilizada para buscar soluções urgentes, em
colaboração com as autoridades competentes, outros sindicatos da categoria e a
comunidade local.
Reafirmamos
nosso compromisso inabalável em defender os interesses dos trabalhadores e
garantir seus direitos e pela manutenção dos postos de trabalho. Juntos,
enfrentaremos esse desafio e buscaremos alternativas para reverter essa
situação da suspensão da licença de operação da mina.
Estamos
unidos e determinados a enfrentar esse desafio, sigamos juntos!”
Mauri Vandir Becker Kretschmer Presidente da AEON Associação Empresarial de Ourilândia do Norte PA, demonstra grande preocupação com a atual situação. Lamentamos tudo isso, o impacto negativo, o prejuízo, é muito grande para todos nós, sociedade e comércio.
Esperamos que o governo do estado use o bom senso e junto com a VALE resolvam esse impasse o mais breve possível.
PGR DÁ
PARECER CONTRÁRIO À REABERTURA
A
Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contrariamente a um pedido
da Vale para retomar a operação da mina de Onça Puma, que explora níquel no
estado do Pará. A suspensão das atividades na mina foi determinada pelo governo
paraense em fevereiro e mantida pelo Tribunal de Justiça do Pará em 15 de
abril.
Em seu
parecer apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da
República, Paulo Gonet, posicionou-se contra o pedido da Vale por razões
processuais e defendeu que ele não seja sequer “conhecido”, ou seja, não seja
considerado e analisado em seu mérito¹. Gonet alegou que a Vale não tem
legitimidade processual para pedir ao STF a derrubada da decisão do
desembargador Mairton Marques Carneiro, do TJ-PA. Foi Carneiro quem revogou, a
pedido do governo do Pará, uma ordem da Justiça de primeira instância que havia
reativado a licença para exploração da mina.