VALE3+0.68%
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto
Barroso, marcou para a próxima segunda-feira (27) uma audiência de
conciliação na tentativa de resolver o impasse em relação à retomada da
operação da mina de Onça Puma da Vale
VALE3, no Pará (PA), suspensa no início do mês passado por
decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJ-PA) após pleito do governo
Helder Barbalho (MDB-PA).
A decisão do magistrado atende a pedido apresentado pela mineradora e
pela Mineração Onça Puma, informou a agência Reuters.
De acordo com o colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles, a
mineradora afirmou que a decisão do governo do Estado de suspender a licença de
operação criou o “caos” na região do município de Ourilândia do Norte.
O jornalista relata que, no pedido da mineradora, foram
citadas “manifestações de sindicatos de trabalhadores da região com
preocupações sobre a paralisação da mina, apontada na ação como fundamental à
economia local”.
Na apuração, Amado diz que o sindicato Metabase Carajás falou em “caos
social de uma tragédia anunciada”. A mesma entidade afirmou que a
suspensão causa “pânico para centenas de trabalhadores”.
De acordo com a mineradora, a suspensão da exploração coloca em risco
dois mil empregos diretos, e geraria prejuízo diário estimado de R$ 16,6
milhões, além de causar a “exposição econômica” da empresa e leva à interrupção
de pagamentos da mineradora no âmbito de acordos com duas etnias indígenas
locais, Xikrin e Kayapó.
Além do governo Helder Barbalho, a Procuradoria-Geral da República
(PGR) também havia pedido a rejeição da ação da Vale.
As informações são da agência Reuters e da coluna de Guilherme Amado, no
site Metrópoles.
STF
marca conciliação sobre mina da Vale paralisada no Pará; sindicato aponta
impactos
BRASÍLIA
(Reuters) - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís
Roberto Barroso, marcou para o próximo dia 27 uma audiência de conciliação na
tentativa de resolver o impasse em relação à retomada da operação da mina de
Onça Puma da Vale, no Pará, suspensa no início do mês passado por decisão do
Tribunal de Justiça do Estado.
A decisão
de Barroso atende a pedido apresentado pela Vale e pela Mineração Onça Puma.
"Diante
da complexidade da matéria discutida e das possíveis consequências da
suspensão da tutela provisória, determino o encaminhamento do feito, com
urgência, ao Núcleo de Solução Consensual de Conflitos (Nusol), para a
realização de audiência de conciliação no dia 27 de maio de 2024, às 14h
(horário de Brasília)", determinou o presidente do STF.
Em petição
na sexta ao STF, as duas empresas haviam argumentado que a situação poderia
provocar um "caos social de uma tragédia anunciada". Elas citaram
manifestação de sindicatos locais de que "os impactos dessa medida
precipitada afetam não apenas os trabalhadores, mas também todo o comércio e a
arrecadação dos municípios, que dependem da mineração como sua principal fonte
de sustento".
A produção
de níquel de Onça Puma respondeu por cerca de 10% do total produzido pela Vale
desse minério no ano passado.
O TJ
paraense suspendeu no início de abril uma liminar obtida pela Vale que
autorizava o funcionamento da mina de níquel, depois de uma primeira suspensão
da operação determinada pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Pará
(Semas) em fevereiro, devido ao suposto descumprimento de ações de mitigação de
impactos decorrentes das atividades de mineração.
Então,
tanto a Vale e a Mineração Onça Puma S.A. quanto o município de Ourilândia do
Norte haviam recorrido ao Supremo para tentar derrubar a decisão do tribunal
estadual e liberar o empreendimento.
No início
deste mês, o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco disse que o
Supremo não deveria julgar a retomada da operação da mina porque tanto as
empresas quanto o município não teriam legitimidade para acionar o STF nesse
tipo de caso.
Em nota no
início da noite, a Semas informou que a suspensão se deu pelo não cumprimento
de condicionantes do licenciamento, conforme previsto em lei, e que tal medida
segue vigente, até que as condicionantes da licença sejam atendidas.
Já a
Procuradoria-Geral do Estado (PGE) disse esperar que se chegue a um consenso
com a empresa para que sejam cumpridas as condicionantes sociais e ambientais
compromissadas com o Estado do Pará e a sociedade paraense.
A produção
de níquel de Onça Puma respondeu por cerca de 10% do total produzido pela Vale
desse minério no ano passado.
(Reportagem de Ricardo Brito)