Complexo da mina de cobre do Sossego, em Canaã dos Carajás (PA), explorada pela mineradora Vale (Foto: )
Funcionários
da mina de cobre do Sossego, em Canaã dos Carajás, serão colocados em férias
coletivas pela empresa Salobo Metais, subsidiária da Vale S/A, a partir do dia
13 de junho. A medida de contingência é consequência da interdição provocada
pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), que cassou
a Licença de Operação (LO) da mina. No mês passado, os trabalhadores de outra
mina, a Onça Puma, também ligada à Vale, foram postos em férias coletivas. O
senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), comentou a decisão com preocupação.
O problema
envolvendo o processo de licenciamento das duas minas no Pará foi tratado pelo
senador paraense, durante a sessão do Senado Federal na quarta-feira (29). “No
meio desse impasse, estão cerca de 8 mil famílias de trabalhadores diretos e
indiretos, que dependem da retomada das minas para poder levar suas vidas em
paz e com tranquilidade”, disse.
Tanto a
mina de Sossego quanto a mina da Onça Puma, em Ourilândia do Norte, pertencem a
Vale Base Metals (VBM), subsidiária que a mineradora criou em 2023 para tratar
dos negócios relacionados às matérias-primas demandadas pela indústria na
produção de bens necessários para a transição energética, como baterias para
carros elétricos, dentre outros produtos cuja matéria-prima são os chamados
metais básicos.
De acordo
com o presidente do Sindicato Metabase Carajás, Raimundo Nonato, mais conhecido
como Macarrão, é alto o nível de preocupação que ronda os trabalhadores dos
dois projetos mineradores e seus familiares. “Todos temem o fantasma do
desemprego”, relatou o líder sindicalista.
Em seu
pronunciamento, o senador Zequinha pediu que o Governo do Pará atue com
sensibilidade, de forma a preservar os empregos formais. “Para um estado, como
é o caso do Pará, onde a informalidade no mercado de trabalho é altíssima,
chegando a quase 60% dos trabalhadores ativos, é muito importante buscar
medidas que protejam os empregos com carteira assinada”, defendeu.
Vale
recorreu à Justiça
Na última
segunda-feira (27), foi realizada uma audiência de conciliação no Supremo
Tribunal Federal (STF). No entanto, as partes não chegaram a um acordo. O
Governo do Pará tem alegado que a Vale não cumpriu algumas condicionantes. Por
outro lado, a mineradora afirma que está seguindo com todas suas obrigações.
Diante do
impasse, o caso chegou ao STF após a mineradora entrar com ação no Tribunal de
Justiça do Pará (TJ-PA) para reverter os efeitos da suspensão da LO. O juiz da
Vara de Ourilândia do Norte chegou a deferir liminar para restabelecer a
autorização da licença, mas o governo estadual recorreu ao TJ-PA e obteve a
suspensão da decisão em primeira instância.
* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente
do Blog
do Zé Dudu em
Brasília.