Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

Brasil
Publicada em 12/07/24 às 05:43h - 192 visualizações
Saiba em que parte de ‘Carajás’ pode nascer o projeto de níquel Jaguar
Empreendimento prevê 2.100 empregos na etapa de implantação, podendo chegar a 2.650 no pico das obras. Investimento estimado é de R$ 2,37 bilhões com retorno de, pelo menos, R$ 9,2 bilhões por ano. Níquel, produto do Jaguar, é o queridinho para subst

Jornal O Niquel

A fofoca sobre a conclusão do estudo de viabilidade de um possível novo projeto de mineração na província mineral de Carajás causou frisson, tanto no mercado de commodities, quanto nos municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás. Cidadãos, gestores públicos, políticos e interessados no assunto vêm há dias se perguntando: onde será o tal projeto e para quem ficarão os eventuais royalties de mineração? Parauapebas ou Canaã?

Má notícia aos navegantes: o projeto de níquel Jaguar, alardeado pela mídia especializada e republicado aqui mesmo no Blog do Zé Dudu, não ficará nem lá nem cá. A parada final é o município de São Félix do Xingu, de cujo subsolo a mineradora australiana Centaurus Metals espera retirar 18,7 mil toneladas de níquel metálico por ano, durante 18 anos, tendo de investir, para isso, cerca de R$ 2,37 bilhões em moeda de hoje para obter algo em torno de R$ 9,2 bilhões de caixa livre anualmente. É, como se diz no popular, “um negócio da China”, só que no Brasil, mas em São Félix.

O Blog do Zé Dudu foi atrás de informações atualizadas sobre o projeto Jaguar e descobriu algumas curiosidades. A primeira delas é a localização do projeto, que está no extremo leste de São Félix do Xingu, numa região inserida na província mineral de Carajás. Diferentemente do que muita gente em Parauapebas pensa, aliás, a referida província não está restrita apenas a este município, já que é comum se fazer confusão entre a Serra dos Carajás (esta, sim, localizada dentro de Parauapebas) e a província mineral de Carajás (que é uma área muito mais ampla e que se espalha por diversos municípios do sudeste do Pará).

Para se chegar à região de extração do níquel do Jaguar, o melhor caminho é ir por Tucumã, cuja cidade está a 38 quilômetros da futura mina, sendo mais perto que a própria cidade de São Félix do Xingu.

Descoberta do níquel

O ano era 2010, e a mineradora multinacional Vale “passeava” pela região farejando minerais preciosos. Acabou descobrindo níquel. Já em meados de 2019, a Vale e a Centaurus fecharam contrato de compra e venda de ativos minerários por meio do qual o projeto Jaguar passou a ser de propriedade desta última.

Dos R$ 2,37 bilhões previstos como investimento no projeto de extração e processamento de minério de níquel, cerca R$ 1,5 bilhão será para garantir a implantação da mina e o restante, para a operação. Inclusive, durante a etapa de implantação há, conforme o Relatório de Impacto Ambiental (Rima), perspectiva de geração de 2.100 empregos diretos, podendo chegar a 2.650 no pico das obras — entre o nono e o décimo mês de avanço das obras físicas.


Na fase de operação da mina, prevê-se a geração de 1.200 postos, 87% deles preenchidos por profissionais de nível médio técnico e 13% de nível superior. A empresa diz que irá priorizar a mão de obra dos municípios de São Félix do Xingu, Tucumã e Ourilândia do Norte. Aliás, a Centaurus estima que, quando em operação, o Jaguar deve despejar cerca de R$ 24 milhões em royalties de mineração por ano aos cofres da Prefeitura de São Félix do Xingu, além de R$ 90 milhões ao longo da exploração ao Governo do Pará.

 


Atualmente, os vizinhos mais próximos e que devem ser bastante beneficiados com o movimento do empreendimento, se este vingar, são as vilas de Minerasul (distante 9 km) e Ladeira Vermelha (distante 14 km). É esperado que as duas virem dormitório temporário durante as obras e vejam suas rotinas serem transformadas pelo movimento que há de vir.

No Rima, a Centaurus conclui afirmando que o projeto Jaguar é “essencial para contribuir com a economia”. Em diversos países, segundo a empresa, o níquel já está definido como mineral estratégico. “Cabe ressaltar que o projeto vai gerar empregos, melhorar a economia local e aumentar a arrecadação de impostos na região, trazendo mais desenvolvimento socioeconômico e qualidade de vida para a população”, destaca.







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