(Foto: Jornal O Niquel)
Agosto, geralmente um dos meses
mais quentes do ano em Marabá, está recheado, também, de muita fumaça oriunda
de queimadas urbanas. Apesar dos esforços das autoridades, identificar e
culpabilizar os responsáveis tem sido muito difícil.
Nos primeiros oito dias deste
mês, segundo dados da Defesa Civil Municipal, já foram identificados mais de 80
focos de incêndios em vários pontos da cidade, causando adoecimento de pessoas,
com algumas evoluindo para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Os números são preocupantes, uma
vez que, durante todo o mês de julho, a Defesa Civil registrou “apenas” 49
ocorrências de queimadas nas zonas rural e urbana da cidade.
O diretor da autarquia no
município, Marlivon Andrade, explica que equipes da Brigada de Incêndio da
prefeitura de Marabá, em parceria com o Corpo de Bombeiros, estão atuando para
combater os focos, que ocorrem majoritariamente na área urbana.
“As queimadas este ano foram
intensificadas pela estiagem na região. A chuva foi muito pouca. Desde 4 de
agosto, já totalizamos mais de 80 ocorrências de incêndio na região,” informou
Andrade.
Outros fatores também contribuem
para os incêndios na cidade, como a queima para pastagem, plantio e limpeza de
terrenos, além da queima de lixo. Combinadas às altas temperaturas e ao clima
seco, tais práticas aumentam a intensidade dos incêndios, segundo o diretor da
Defesa Civil.
Esforços de combate e
conscientização
Grande parte da fumaça provém do
Distrito Industrial de Marabá, da área da Estação Rodoviária, de um aterro
sanitário e de cidades vizinhas. Apesar dos esforços para controlar as chamas,
a tendência é de que as queimadas aumentem devido ao clima. “A Defesa Civil
trabalha para controlar os incêndios, realiza fiscalizações para evitar novas
queimadas e promove ações de conscientização com a comunidade”, garante
Andrade.
Esta semana, um grande incêndio
em uma área do Distrito Industrial causou um grande estrago, deixando a cidade
sob uma nuvem densa de fumaça por dois dias.
“Estamos todos empenhados em
extinguir esses focos de incêndio. As pessoas flagradas ateando fogo podem ser
multadas,” acrescentou, lembrando que o fenômeno é anual, mas as ocorrências
têm aumentado em 2024. Entre as medidas preventivas, Andrade aponta a
importância de evitar jogar vidro e plástico na rua, que podem provocar
incêndios.
Ele também alerta a população
para se proteger da fumaça e evitar exposição prolongada. “Esses focos podem
afetar principalmente os idosos e pessoas com problemas respiratórios, trazendo
complicações à saúde, especialmente com a temperatura elevada e o clima seco,”
alerta.
O diretor da Defesa Civil de
Marabá reforça que outros órgãos ambientais municipais também atuam no controle
e combate dos focos de incêndio.
Os incêndios ilegais são
considerados crimes ambientais e podem gerar pagamento de multa que varia de R$
50 a R$ 50 milhões, com pena de até quatro anos de prisão, segundo a secretária
Interina Municipal de Meio Ambiente, Thamires Oliveira.