Liderança nacional do MDB Mulher,
a deputada federal Elcione Barbalho (MDB-PA), após 12 anos da apresentação de
seu projeto, resgatou uma transferência decidida por uma outra mulher, a ex-
ministra Rosa Weber. Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto foi ao Senado.
Prove que a Justiça em seu mais alto grau, nem sempre tem a razão
Bancada do Pará
LRF
Após 12 anos de tramitação, após a aprovação do
projeto de lei complementar (PLP) nº 164-A/2012, de autoria da deputada federal
Elcione Barbalho (MDB-PA), a proposta segue para exame dos senadores a matéria
que visa alterar a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 — a Lei de
Responsabilidade Fiscal —, especificamente, no que se refere à gestão das
despesas com pessoal. O texto tem como objetivo excluir do cálculo do limite de
despesas com pessoal, os encargos e contribuições que são devidos às entidades
de Previdência fechada — dos servidores públicos e outros, como terceirizados.
Análise
Numa análise mais acurada do texto aprovado pelos deputados federais, na
quarta-feira (28), o deputado Gilson Daniel (Podemos-ES) explicou que os gastos
foram incluídos como despesa de pessoal por decisão do única do STF,
comprometendo as contas de estados e municípios que passaram a descumprir os
limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Trinta e um
“Existe uma decisão, da então ministra do STF Rosa Weber, que incluiu nos
municípios, nos gastos com pessoal da Lei de Responsabilidade Fiscal, o serviço
terceirizado. Qual é o serviço terceirizado? É aquele serviço que o município
contrata, que é a merendeira, que é o gari, é aquela prestação de serviço que
antes, pelo elemento de despesa, tá lá no serviço 339039, que é prestação de
serviço de pessoa jurídica e estava, com essa decisão sendo computada como 31,
que é gasto com pessoal”, detalhou Daniel.
Como é hoje?
Atualmente o teto de gastos com pessoal nos municípios é de 54% da receita
corrente líquida, ou seja, dos recursos disponíveis arrecadados, e, segundo
Gilson Daniel, a mudança de entendimento do Supremo fez com que mais de 3 mil
municípios brasileiros passassem a estourar esse teto. A expectativa, fica,
portanto, na decisão dos senadores para corrigir essa decisão equivocada do
STF.
Depois das eleições
Se bem andar, o projeto de lei (PL nº 15/2024), de autoria do governo, leia-se
Secretaria Especial da Receita Federal, assinado pelo Ministério da Fazenda, só
deve andar depois das eleições municipais deste ano, meados de novembro. É uma
data mais segura, apurou a Coluna.
Reunião na FPE sobre PL de
Barrerinha para instituir a Receita Amiga, é recebido recentemente, mas está
longe de aprovação imaginado pelo governo.
Convite
Na terça-feira (27), atendendo a convite do presidente da Frente
Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), deputado federal Joaquim Passarinho
(PL-PA), estiveram presentes na reunião sobre o projeto, o relator da matéria,
deputado federal Danilo Forte (União-CE), o secretário especial da Receita
Federal, Robinson Barreirinhas e membros do colegiado.
Do que trata o projeto?
O PL propõe medidas para incentivar e facilitar a conformidade tributária e
que, em sentido mais amplo, se insere no contexto da construção de um novo
modelo de relacionamento entre o fisco federal e os contribuintes. Entretanto,
há um entendimento geral que a proposição só passa se houver uma série de
modificações no texto original — considerado muito ruim pela classe
empresarial.
Posição
Em linha direta com a Coluna, Passarinho disse que a FPE vai aguardar o
relatório de Danilo Forte, e não há compromisso nenhum, pelo menos agora, no
apoiamento do projeto. “Preferimos aguardar o relatório para tomar posição”.
Tripé
A proposta é formada por três programas: Programa de Conformidade Cooperativa
Fiscal (Confia), Programa Brasileiro de Operador Econômico Autorizado (OEA) e
Programa de Estímulo à Conformidade Tributária (Sintonia).
Sugestão
Barreirinhas propôs, com aval do ministro Fernando Haddad (Fazenda), e o
relator afirmou que vai incluir em seu relatório, o poder de veto das
confederações empresariais à lista de devedores elaborada pela Receita Federal.
A medida trata da parte do projeto que estabelece como será o enquadramento das
empresas pelo Fisco como devedores contumazes, detalhado no Programa de
Estímulo à Conformidade Tributária (Sintonia).
Devedores contumazes
Segundo o Leão (Receita Federal do Brasil), os devedores
contumazes são as empresas que optam por não pagar impostos de maneira
proposital, mesmo com condições para realizar o recolhimento. O governo quer
que essas empresas paguem o que é devido, além de querer beneficiar o que seria
um “bom pagador de impostos”. “Estamos propondo um cadastro conjunto do poder
público com o setor privado”, declarou Barreirinhas. Segundo ele, a PGFN
(Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) já deu o aval para que as
confederações entrem no processo de elaboração da lista.
Sintonia
No capítulo que define o Sintonia, são considerados devedores contumazes a
empresa que:
• Tiver créditos tributários
federais sem garantias idôneas, inscritos ou não em dívida ativa da União, em
âmbito administrativo ou judicial, em montante acima de R$ 15 milhões e
correspondente a mais de 100% do patrimônio conhecido. Isso levando em consideração
o total do ativo informado no último balanço patrimonial registrado na
contabilidade;
• Tiver créditos tributários
federais inscritos em dívida ativa da União, de valor igual ou superior a R$ 15
milhões em situação irregular por período igual, ou superior a um ano;
• For parte relacionada de pessoa
jurídica baixada ou declarada inapta nos últimos cinco anos, com créditos
tributários em situação irregular cujo montante totalize valor igual ou
superior a R$ 15 milhões, inscritos ou não em dívida ativa da União.
A ideia do Ministério da Fazenda
é punir essas empresas. Barreirinhas disse ser preciso “excluir do mercado”
quem sonega esses impostos.
Tramitação
A Coluna apurou que o projeto não terá fácil tramitação no Congresso. Ao
apresentar o PL 15/2024, em fevereiro, o secretário especial Robinson
Barreirinhas destacou que as mudanças propiciadas pelo projeto permitirão a
“reorientação da Receita Federal, deixando definitivamente de ser uma Receita
punitiva para ser uma Receita orientadora dos bons contribuintes”. E enfatizou:
“Para fazer isso, precisamos de uma mudança da cultura, tanto do fisco quanto
do contribuinte”.
Percalços
O governo prossegue sem maioria no Congresso, e não terá facilidade para
aprovar nenhuma proposta. Continua a não fazer gestos de aproximação com a
própria base política. A “Frente Ampla”, mote da campanha criada pelo
marqueteiro Sidônio Palmeira, é vista como, por alguns quadros importantes da
esquerda, como o que é: uma promessa.
— Esses líderes esquerdistas não falam abertamente sobre suas insatisfações, de
serem atendidos, não passarem de puxadinhos do senhor Lula da Silva.
Como consequência, o PT não fará em 2024 nenhuma grande prefeitura.
Aposta todas as fichas em Guilherme Boulous, do PSOL, em São Paulo.
— E se não ganha?
Capítulo 1
O presidente Lula (PT) afirmou que a campanha de 2022 foi a mais complicada
que ele já disputou por ter tido a “mentira” como adversária, sem nada falar da
verdade da campanha em que Collor o derrotou.
Capítulo 2
A declaração do tri presidente, foi dada durante o lançamento do livro de
Sidônio Palmeira, seu marqueteiro na última disputa presidencial, no Museu
Nacional, em Brasília, na noite de quarta-feira (28). Lula aplaudiu a decisão
de Alexandre de Moraes, que desmoraliza o Brasil no mundo, após anúncio da
decisão do STF de banir o X, do País.
Capítulo 3
Um bom exemplo de um governo sem votos que Lula vive como, quem sabe:
penitência? É o PL 15/24. Se não, vejamos:
> O PL 15/24, foi apresentado
em 2 de fevereiro deste ano, com status de Urgência – Art.64, §1º, Constituição
Federal (Mensagem nº 45/2024). O primeiro revés veio em 8 de abril, com a
derrubada da Urgência, sem alarde, para não desmoralizar de vez o ministro da
Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que supostamente faz
a articulação política, mas que foi rifado com seis meses de serviço, e mantido
pelo presidente Lula no cargo, numa decisão que ao passar de todo esse tempo,
fica cada vez mais caro ao governo;
> De fato, o ministro da
articulação é o líder do Governo na Câmara dos Deputados, deputado federal José
Guimarães (PT-CE). Ninguém quer se comprometer, mas essa Coluna sabe que o
cancelamento da Urgência – (Mensagem nº 111/2024) em 08/04/2024, tem o dedo do
ministro de fato, o de direito já era, e parece, que só ele não sabe.
> Quando o PL 15/24 chegou na
Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDE), foi designado relator o deputado
federal Ricardo Ayres (REPUBLICANOS-TO). O “abacaxi”, com direito a “X Tudo”,
para relatar o PL 15/24, degringolou:
Ayres apresentou cinco
relatórios, em 16/3, 19/3, 20/3, outro no mesmo dia, 20/3 e o último em 21/3
sobre o PL, que acabou aprovado na comissão.
— Ufa!
Plenário
O PL 15/24, entrou na pauta do Plenário na sessão de 21 de março e não foi
deliberado.
Última movimentação
Na terça-feira (27/8), extra pauta, o simpático xerife da Receita Federal,
Robison Barreirinhas participou da reunião na FPE para discutir o PL e
articular apoio do colegiado. Disse que saiu de lá confiante, da aprovação da
matéria.
Poder & Governo
A formiga e o matagal
Mal comparando, para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), para punir o desobediente empresário Elon Musk: queime-se o
matagal ao redor da formiga.
E quem é a formiga?
— Muitos. Pelo menos duas dezenas de milhões.
Na foto, o ministro Alexandre
de Moraes
Danem-se!
Dane-se os 22 milhões de usuários do X Brasil.
Dane-se os profissionais que usam o X Brasil como ferramenta de trabalho — eu
quero ser indenizado, senhor ministro.
Dane-se as empresas desenvolvedoras. Além da multa contra o X Brasil e a
Starlink, que nada tem de conexão com a outra empresa do bilionário
sul-africano, incluse a composição societária. Moraes ainda determinou que a
Apple e o Google retirem os aplicativos de VPN — ferramenta essencial para
muitos profissionais —, de suas lojas virtuais.
— É uma decisão questionável e que terá graves repercussões no mundo
empresarial global.
E agora?
A decisão monocrática do juiz ministro é absurdamente desproporcional.
Entendidos já começam a publicar os pontos da inconstitucionalidade de todos os
procedimentos, a partir da intimação, considerada criativa e fora do
procedimento correto: uma carta rogatória.
— Com isso o Brasil, em 30 de agoso de 2024, foi alçado ao posto de suposta
democracia de 220 milhões de brasileiros, jogado por ordem de apenas uma caneta
no rol de: China (2009), Irã (2009), Coréia do Norte (2026), Mianmar (2021),
Rússia (2022) e Venezuela (2024).
Time
O Brasil, que se diz uma democracia, agora faz parte desse time. O X é
proibido pelos ditadores que governam as autocracias acima listada, que
proibiram o X a operar em seus países pelas mais óbvias acusações do ponto de
vista de seus ditadores.
— É ultrajante um ministro submeter um país a essa situação.
Decrete-se o mato sem cachorro
Muito brasileiros, a partir deste 30 de agosto de 2024, inclusive empresas,
estão a caminho de qual lugar?
Perigamos o mato sem cachorro.
Quem garante que a decisão de Moraes não seja repetida, ao seu bel-prazer,
contra: Google, Facebook, Instagram, WhatsApp, Tik Tok, Threads, Telegram, e
outros?
— O povão, nas redes sociais, já começa a pedir providências do presidente do
Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que, se nada fizer, pode
se despedir de sua carreira política. Mas, tem a OAB para ele disputar, claro.
Temperatura
Pesquisa revelou que 70% da população é contrária à mudanças em leis
alteradas pelo STF, evidenciando a desconexão entre a Corte e os desejos da
sociedade. A PEC 28, ao permitir que o Congresso delibere sobre essas decisões,
fortalece a segurança jurídica no País, garantindo que as leis não sejam
modificadas sem um amplo debate e consenso. Mas isso é apenas um efeito
colateral do chamado ativismo judiciário.
Alternativa
Está na mão do Congresso Nacional buscar alternativa para conter o ativismo
judiciário que está transformando uma Corte Constitucional na maior delegacia
de polícia do Brasil.
Minha dica é simples: revisar a lei do foro privilegiado, e retirar todos de
lá, fica apenas o Presidente da República, no exercício do cargo.
Quem se habilita a repor para o povo, a liberdade de expressão no país, pilar
da democracia.
Sem foro de prerrogativa de cargo, ninguém estará fora do alcance da Lei?
De volta na semana que vem
Estaremos de volta na próxima semana publicando direto de Brasília, as
notícias que afetam a vida de todos os brasileiros, com as reportagens
exclusivas aqui no Blog do Zé Dudu.
* Val-André Mutran – É
correspondente do Blog do Zé Dudu em
Brasília.
Contato: valandre@agenciacarajas.com.br
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