Anúncio da Unidade de Conservação foi anunciado nos intervalos dos shows do Global Citizen Festival 2024, no Central Park, da cidade de Nova Iorque (Foto: )
O que um festival de música com
estrelas do pop e do rock tem a ver com a preservação da Amazônia? Para o
governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), tudo. Ele anunciou, neste sábado
(28), a criação do Parque Estadual Ambiental das Árvores Gigantes da Amazônia
(Pagam), com aproximadamente 500 mil hectares, o santuário guardará, como o
próprio nome diz, as maiores árvores da Selva Amazônica. A declaração aconteceu
num dos intervalos entre apresentações do Global Citizen Festival 2024,
festival que ocorre em Nova Iorque como parte da programação da semana do
clima, paralelamente à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
O anúncio segue uma agenda
planejada antecipadamente pela equipe do governador pop, que anunciou o parque
empunhando a bandeira do Pará na mão esquerda, diretamente para 60 mil pessoas,
e centenas de milhões espalhadas pelo mundo, que assistiam à transmissão do
festival pela TV e redes sociais.
Antes disso, na terça-feira (24),
Barbalho assinou um acordo histórico ao vender quase R$ 1 bilhão em créditos de
carbono e garantir financiamento da Coalizão LEAF para seus esforços de redução
do desmatamento. O Pará se tornou o primeiro estado brasileiro e o primeiro
estado subnacional do mundo a garantir isso.
Nesta terça-feira (24), o estado
do Pará assinou um acordo histórico ao vender quase R$ 1 bilhão em créditos de
carbono e garantir o financiamento da Coalizão LEAF
No festival, o governador vestia
uma camiseta estampada com os dizeres “COP 30 in the Amazon – Belém – Pará –
Brazil”. Futura sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças
Climáticas de 2025 (COP 30), o Pará – lar de 25% da Amazônia brasileira –
celebrou o acordo com a Emergent, coordenadora da Coalizão LEAF, que prevê a
compra de até 12 milhões de créditos de carbono florestal de alta integridade,
gerados por reduções no desmatamento no estado entre os anos de 2023 a 2026.
Cada crédito representa uma
tonelada métrica de reduções de emissões de carbono resultantes de cortes no
desmatamento, e será comprado ao preço de US$ 15 por tonelada, o maior preço
até então alcançado num contrato desse tipo.
Com a camiseta da COP 30, e
bandeira do Pará na mão, Helder apareceu no palco do festival como uma estrela
pop da política global de preservação ambiental
“Alcançar um preço de US$ 15 por
tonelada, bem acima dos níveis atuais de mercado, demonstra a confiança dos
compradores na eficácia de nossos esforços e na alta integridade dos créditos
que estamos gerando. Nosso sistema jurisdicional REDD+ é baseado em um modelo
robusto, ancorado em forte participação social,” disse Helder Barbalho.
Ele afirmou ainda que a
população, incluindo povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e
agricultores familiares, não só é ouvida, mas trabalha em conjunto e
compartilha os benefícios.
“Juntamente com outras políticas,
nosso trabalho para combater o desmatamento já nos ajuda a construir uma
economia próspera, sustentável e inclusiva para todos. Esperamos que o Pará,
junto com Gana e Costa Rica, que também assinaram acordos com a LEAF, possa ser
um exemplo para outros governos florestais – tanto na Amazônia quanto em outros
territórios – seguirem,” complementou o governador, na terça.
Por Val-André
Mutran – de Brasília