Sabrina Souza cumpriu seu dever de policial e cidadã (Foto: )
Guarde bem este nome: Sabrina Emanuele Sá de Souza. Mesmo grávida de seis meses, ela impediu o que poderia ser mais um feminicídio no Brasil. Ao ver uma mulher em perigo, com um homem segurando-a por uma mão e tendo uma enorme faca na outra, Sabrina não pensou duas vezes: identificou-se como policial e pediu duas vezes para o acusado se afastar. Negado o pedido, ela apertou o gatilho e mandou o indivíduo para o hospital.
Desde então, Sabrina caiu nas graças da população. Seu perfil no Instagram ganhou mais de 5 mil seguidores em menos de 24 horas e ela agora virou uma celebridade. Existem até rumores de que ela receberá moção de aplausos na Câmara Municipal de Marabá (CMM).
A publicação do CORREIO no Instagram, com o depoimento de Sabrina, teve cerca de 1,6 mil comentários até às 17h desta segunda. A maioria com esse tom: “Por mais mulheres como ela, parabéns vc foi uma grande heroína”. Ou ainda: “Sabrina parabéns por sua coragem e agilidade, que Deus abençoe e proteja cada dia mais vc e o bebê q está no seu ventre…. Que orgulho de vc”.
Leia mais:
+ Parauapebas: marido implora por transferência da esposa que está em coma há 15 dias
+ Vale deixa moradores da zona rural de Marabá isolados pela ferrovia
+ Baleado por policial penal é reincidente em violência doméstica
Outro leitor comentou: “Graças a Deus tinha uma policial treinada e ágil para resolver a situação. Espero que esse marginal vá para cadeia”… “Merece uma medalha pela bravura”.
O CASO
Conforme noticiado aos quatro cantos, dede domingo (1º), o caso se deu na cafeteria da Havan, em Marabá. O acusado, Jhonatan Barros Nogueira, foi até lá, onde trabalha a vítima, sua ex-mulher, para lhe cobrar satisfação.
Um dos vídeos que circulam pela Internet mostram ele segurando a mulher, com a faca em mãos, exigindo que ela lhe entregue o celular, enquanto outra mulher (também funcionária do local) tenta convencê-lo a não fazer bobagem.
No local, havia dezenas de pessoas, mas – além da outra funcionária – ninguém se atreveu a peitar Jhonatan, a não ser Sabrina, que não pagou para ver no que tudo ia dar. “Eu olhei o ombro dele livre, mirei e efetuei um disparo”, resume, ao acrescentar que o acusado se movimentou e abala acabou atingindo o rosto de Jhonatan, que caiu na hora.
E, logo em seguida, foi a própria Sabrina quem pediu para chamar uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Sabrina conta ainda que inicialmente ficou preocupada, nervosa, imaginando que poderia ter matado o acusado. Mas, na medida que os nervos foram se acalmando, ela começou a perceber o quanto sua atitude foi corajosa e sensata, pois tentou o diálogo e depois o uso progressivo da força. Não matou ninguém e ainda impediu um possível feminicídio.
“Tenho certeza de que Marabá tem muito orgulho dela”, disse o advogado Diego Souza, que acompanha a policial penal desde os primeiros momentos após a intervenção.
(Chagas Filho) CORREIO DE CARAJÁS