O Governo
Federal lança, na Semana da Criança, consulta pública na plataforma Participa, pelo prazo de 45 dias, para
ouvir a sociedade sobre estratégias para o uso consciente de telas e
dispositivos digitais por crianças e adolescentes. Os subsídios coletados
servirão de diretrizes para a elaboração de um Guia Oficial com orientações
baseadas em evidências para mães, pais, familiares, responsáveis e educadores,
sobre o uso seguro, saudável e consciente desses dispositivos, aproveitando ao
máximo o potencial da tecnologia e afastando os riscos já conhecidos.
O Brasil é
um dos países em que se passa mais tempo conectado à internet, realidade de
crianças e adolescentes de diferentes perfis socioeconômicos – um processo que
foi acelerado pelo distanciamento físico e o fechamento de escolas durante a
pandemia da Covid-19. Embora permitam amplo acesso a informações, conhecimentos
e possibilidades de interação, dispositivos e plataformas digitais também
oferecem riscos que vêm preocupando médicos, psicólogos e pesquisadores de
vários países.
Nos últimos
anos, evidências científicas vêm se acumulando de que o uso desregrado de
dispositivos eletrônicos, como smartphones e tablets, por
crianças e adolescentes traz consequências adversas para a saúde física e
mental, além de aumentar o risco de vitimização e de abusos, inclusive sexuais.
O consenso científico avança no sentido de que medidas para promover o uso
consciente desses dispositivos são necessárias.
Em 2016, a
Sociedade Brasileira de Pediatria publicou um Manual de Orientação, com
diversos alertas de saúde e recomendações, atualizado em 2019; entretanto, até
o momento, não há uma orientação governamental específica para a temática. A
proposta de construção do Guia Orientativo pretende suprir essa lacuna, com
base na melhor evidência científica disponível, e considerando a diversidade
geográfica e social do Brasil. As recomendações do guia terão como objetivo
fornecer recursos e estratégias para promover o uso consciente desses
dispositivos por crianças e adolescentes e apresentar formas de supervisão de
pais, mães e responsáveis, ao mesmo tempo preservando sua autonomia de decisão.
Partindo,
assim, do pressuposto de que a proteção integral à criança e ao adolescente é
dever da família, da sociedade e do Estado, a consulta pública vai ouvir, ao
longo de 45 dias, a opinião de famílias, educadores, usuários de serviços e
dispositivos digitais, organizações da sociedade civil e o setor privado. A
elaboração do Guia Orientativo se dará a partir dos subsídios coletados na
consulta, com o auxílio de um grupo de trabalho de especialistas no assunto, e deve
ocorrer ao longo de 2024.
A
iniciativa é conjunta da Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de
Comunicação da Presidência da República e dos ministérios da Saúde, da
Educação, da Justiça e Segurança Pública, dos Direitos Humanos e da Cidadania e
do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.