Natural de
Tucumã, o paraense Michel Pereira chama a atenção do mundo do MMA pelo estilo
de luta. Espetacular, com maneirismos de um verdadeiro showman, ele gosta de
brincar e tem um estilo acrobático dentro do octógono. Há quase duas semanas,
ele venceu o russo Zelim Imadaev, pelo UFC Vegas 9, numa atuação dominante. Mas
aquela foi a última luta sob contrato com a maior organização de MMA do mundo.
Agora, ele está em negociação para um novo vínculo.
A possibilidade
de renovação de contrato é dada como certa. Michel é um dos mais performáticos
do UFC, com garantia de show em suas lutas. Ele dá como uma certeza a
assinatura de um novo contrato, tanto que já fala em um novo combate para o mês
de novembro, ainda sem adversário definido.
“Estou com muita
vontade de lutar contra o Jorge Masvidal. Seria um grande combate e os fãs
iriam gostar. Mas ainda não o sei como o UFC vai analisar isso. Pode ser também
o Anthony Pettis ou o Nate Diaz”. A seguir, Michel fala de sua carreira, seu
estilo, de como as pessoas o encaram e da vontade de sempre dar show.
O teu estilo de luta chama a atenção de todos por
ser muito espetacular, quase um show. Esse teu jeito extrovertido já trouxe
algum problema com relação a algum adversário ou críticas de outros lutadores?
Meu estilo é
diferente e fui muito criticado no começo, falavam muito mal. Isso até eu
provar que era possível aliar competitividade com esse jeito. Hoje é um sucesso
no mundo todo. Hoje todos curtem meu estilo, até os demais lutadores. É algo
diferente, que dá vontade de assistir.
Reprodução
Como é a relação com os lutadores mais jovens e a
garotada que te assiste na TV?
Espero que
esteja sendo uma boa referência, seja para os jovens que estão começando até os
jovens que gostam de assistir e se divertir com um bom espetáculo.
Como foi o teu começo nas artes marciais e como
chegaste ao MMA?
Comecei no
caratê aos 14 anos de idade, com meu tio. Depois fui para o jiu-jitsu e fui
migrando para outros estilos. Treinei boxe com o Ulysses Pereira, muay-thai,
até me tornar lutador profissional. Não pensava em MMA no começo, queria saber
só de caratê. A vida me levou ao MMA. Fiz umas lutas nas academias, mais por
exercício. A cada luta via que precisava saber de outros estilos e isso me
levou às competições.
Como você se vê nesse contexto do UFC, que é uma
grande empresa que visa o esporte de alto rendimento e o espetáculo?
Sou um
contratado pelo UFC e tenho certeza que eles querem ver show, uma luta boa de
se ver. Eu prezo muito pelos meus fãs e pelo o que eles querem ver. Me sinto na
obrigação de fazer uma bela luta e dar espetáculo. Aqui para mim é um show para
divertir as pessoas. Penso nisso mais até que nos resultados, isso é
consequência do trabalho do dia a dia. Me vejo como um cantor, um ator sobre o
palco.
Muitos lutadores promovem suas lutas com bravatas e
provocações, você não é de falar nesse sentido. Por quê?
Não sou dessa
praia. Sou mais de dar o show no octógono. Nem sou tanto de falar. Gosto de
mostrar o que posso fazer. O Conor McGregor tem aquele jeito de promover as
lutas e é muito bom nisso, funciona. Gosto do jeito dele, sim, mas não é meu
perfil.
M. Pereira sofre
primeira derrota no UFC. Foto: Reprodução/Instagram @ufc_brasil
A sua vitória no começo do mês foi a última de seu
contrato com o UFC. Como está a negociação para a renovação de contrato?
Sim, já
começamos a conversar, eles gostam do meu estilo e as negociações do novo
contrato estão bem adiantadas, tanto que devo ter uma luta já em novembro
contra um adversário que também é um showman. Vai ser uma luta de tirar o
chapéu.
O que o levou a mudar-se de Belém para Las Vegas,
no Estados Unidos?
Moro em Las
Vegas, mas em Belém sempre tive do melhor em material humano para meus treinos.
Mas por enquanto moro aqui. A cidade é muito boa, infelizmente não sou de jogo
e não dá para aproveitar os cassinos. Minha diversão é viajar pelas cidades
próximas daqui. Estou aqui para ficar mais próximo do UFC e estar sempre à
disposição.
M. Pereira
(dir.) derrotou Z. Imadaev (esq.) no UFC Las Vegas 9. Foto: Reprodução/Facebook
@ufc
Fonte: Tylon
Maués , DOL