O Blog do Zé Dudu já havia antecipado em abril (relembre
aqui) o que a Agência Nacional de Mineração (ANM) vai
reconhecer oficialmente na próxima semana: os royalties de mineração de julho
da Prefeitura de Canaã dos Carajás vão superar, pela segunda vez na história, a
Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) da Prefeitura de
Parauapebas. Em abril, mês do fato gerador da compensação que será paga agora,
o Blog projetou o cenário de Cfem com base nos recursos minerais embarcados por
ambos os municípios, que são os líderes nacionais na produção de ferro. E não
deu outra.
Nesta quarta-feira (1º), o Blog cruzou com
exclusividade números da ANM para rastrear o pagamento que vem por aí. Este
mês, 47 prefeituras vão ratear R$ 118,39 milhões da Cfem, sendo que a de Canaã
dos Carajás vai receber, numa tacada só, R$ 53,523 milhões, praticamente R$ 8
milhões a mais que a cota-parte da administração de Parauapebas, que vai
abocanhar R$ 45,528 milhões.
É a maior fatia recebida por Canaã dos Carajás
desde novembro do ano passado, quando entraram nos cofres cerca de R$ 50 a mais
que agora. Em termos didáticos, apenas com o que vai receber em royalties este
mês, a Prefeitura de Canaã dos Carajás conseguiria sustentar tranquilamente as
contas de um ano inteiro de 48 municípios, como Rio Maria, cuja receita líquida
de todo o ano passado foi de R$ 50,5 milhões.
Não é a primeira vez em que Canaã recebe mais Cfem
que Parauapebas. Isso já havia ocorrido no ano passado, em maio, de forma
inédita. Daqui para frente, entre uma situação pontual e outra, a tendência é
Canaã dos Carajás, por meio de seu projeto de extração de minério de ferro
S11D, ocupar decisivamente a importância ora ainda ostentada por Parauapebas.
Demais
prefeituras
Cinco outros municípios paraenses também terão mais
de milhão de reais na conta bancária em julho. A Prefeitura de Marabá vai
faturar R$ 6,968 milhões, por exemplo. Já o governo de Paragominas vai embolsar
R$ 3,219 milhões, enquanto o de Itaituba levará R$ 2,988 milhões. As
administrações de Juruti, com R$ 2,195 milhões, e Oriximiná, com R$ 1,827
milhão, fecham o time do milhão.
As prefeituras de Ipixuna do Pará, com R$ 637 mil,
e Terra Santa, com R$ 467 mil, vêm na sequência, acompanhadas por Novo
Progresso, com R$ 320 mil; Tucumã, com R$ 229 mil; e Curionópolis, com R$ 125
mil. Vale lembrar que, no caso de Curionópolis, a Cfem atual está desassociada
do projeto Serra Leste, que se encontra com operação paralisada. Quando, enfim,
retomar a lavra de minério de ferro, o município poderá faturar mensalmente
Cfem da ordem de R$ 5 milhões, considerando-se a atual conjuntura de preços da
commodity.
As 15 maiores cotas de Cfem das prefeituras
paraenses em julho
1º Canaã dos Carajás: R$ 53.523.181,74
2º Parauapebas: R$ 45.528.218,84
3º Marabá: R$ 6.967.692,01
4º Paragominas: R$ 3.218.516,24
5º Itaituba: R$ 2.988.305,37
6º Juruti: R$ 2.194.762,09
7º Oriximiná: R$ 1.826.924,75
8º Ipixuna do Pará: R$ 636.996,46
9º Terra Santa: R$ 466.762,25
10º Novo Progresso: R$ 320.091,22
11º Tucumã: R$ 228.697,53
12º Curionópolis: R$ 124.998,49
13º Floresta do Araguaia: R$ 79.324,63
14º Santa Maria das Barreiras: R$ 74.580,78
15º São Félix do Xingu: R$ 53.092,79