Números positivos serão puxados por
commodities agrícolas e minerais, mas sobretudo, pelo equilíbrio fiscal do
Estado
O
Produto Interno Bruto (PIB) do Pará deve encerrar o ano de 2021 acima do
nível pré-pandemia (2019), ficando atrás apenas do Mato Grosso do Sul. A
lista positiva traz ainda o Rio de Janeiro e Goiás, todos puxados por
commodities agrícolas e minerais, mas sobretudo, pelo equilíbrio fiscal, como
é o caso do estado paraense.
"Mesmo
com a pandemia, o Estado conseguiu controlar as despesas. Não podemos dar
aumento ao servidor, então a despesa com o pessoal manteve-se estabilizada. O
único grupo de gastos que cresceu em 2020 foi o de investimentos, já que
conseguimos estabilizar as despesas primárias para 2021 mesmo neste cenário
de crise, enfim, existe um equilíbrio fiscal que permite que o Pará tenha
esse fôlego" - Josynélia Raiol, secretária adjunta de Modernização e
Gestão Administrativa da Seplad.
De
acordo com a secretária adjunta, o Estado não sofreu os reflexos da pandemia
porque os investimentos continuaram em diversas áreas da economia. "A
necessidade de realizar e manter o investimento no Estado, mesmo diante da
pandemia, permitiu a manutenção de muitos empregos e a geração de novos
postos de trabalho, principalmente na área da construção civil, permitindo
que nossa economia se mantivesse aquecida. Além disso, nossas obras de
infraestrutura pelo Estado não pararam e os investimentos continuaram",
observa a gestora.
Mineração teve um
aumento de 25% nas exportações, em relação ao ano passadoPara se ter ideia, em 2019, o bom desempenho das contas públicas do
Estado se refletiu no superávit primário de cerca de R$ 1 bilhão, superando
em muito a previsão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de alcançar
superávit de R$ 11 milhões.
Considerado
um dos principais indicadores da saúde financeira do Estado, o resultado
primário é a diferença entre receitas e despesas, excluindo as receitas e
despesas com juros, e demonstra a sustentabilidade da política fiscal em
execução pelo Governo, ou seja, a capacidade dos estados em gerar receitas
para pagar contas usuais (como despesas correntes e investimentos), sem que o
pagamento do serviço da dívida pública seja comprometido.
"A
economia do Estado é baseada no tripé minério, agronegócio e comércio. Por
exemplo, só no caso do minério, tivemos um aumento de 25% nas exportações, em
relação ao ano passado, então, com as
exportações aumentando, toda cadeia que gira em torno dela também foi
beneficiada. Já no agronegócio também tivemos alta com a exportação de carne
para China, além de outros produtos, como soja e cacau, que foram muito
melhores que no ano passado. Em paralelo à isso, enfrentamos a pandemia em
uma situação financeira confortável, porque tivemos um bom superávit no
passado e ótima arrecadação em janeiro e fevereiro deste ano. Neste sentido,
tivemos recursos para fazer gastos com saúde, funcionalismo público e com o
Fundo Esperança, nos meses de abril, maio e junho, por exemplo", explica
o secretário de Estado de Fazenda, René Sousa, destacando que a pior queda da
receita do Estado foi registrada em maio e ficou em 15%.
Outro
ponto positivo destacado pelo secretário foram os crescimentos nas receitas
do Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS).
"Nos
começamos o ano muito bem e tivemos queda, em relação a 2019, apenas em
abril. Iniciou-se um vigorosa recuperação em junho e, em julho, tivemos a maior
arrecadação, um recorde de 1 bilhão e 189 milhões, o que deve ser
ultrapassado em agosto, com 1 bilhão e 200 milhões. Devemos ser um dos
maiores crescimentos do Brasil" - René Sousa, secretário de Estado de
Fazenda.
O
secretário lembra que o auxílio emergencial do Governo Federal e o pagamento
em dia do funcionalismo público do Estado também puxaram números positivos da
economia paraense, devido ao consumo no comércio. Por outro lado, ele também
lembra que, só no primeiro trimestre deste ano, o Estado já investiu R$ 900
milhões em todas áreas, com recursos próprios.
Governo do Pará investe R$ 982,6 milhões em
obras públicas
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Com o equilíbrio das contas públicas, Pará faz investimento histórico
O Governo do Estado aplicou, até
junho deste ano, R$ 982,6 milhões em obras públicas. É o que aponta o o
boletim "RREO em foco", que analisa os dados do Relatório Resumido
de Execução Orçamentária (RREO), produzido pela Secretaria do Tesouro
Nacional. Em 2019, no mesmo período, foi realizado um total de R$ 353,8
milhões em investimentos, um incremento nominal de 177,74%.
Segundo o estudo, o Pará investiu
7% dos valores da receita total no terceiro bimestre de 2020. Comparando com
o mesmo período do ano passado, quando o investimento foi de 3%, corresponde
a um crescimento de quatro pontos percentuais.
O boletim mostra que no Pará, no
terceiro bimestre deste ano, cresceu 13% e as despesas 17% em relação ao
mesmo período de 2019. Foi o segundo maior crescimento de receitas entre os
Estados, ficando atrás apenas do Mato Grosso. De janeiro a junho, o total da
receita de 2020 foi de R$ 14,8 bilhões.
Já o total de despesas até junho de
2020, foi de R$ 13,4 bilhões. O aumento das despesas deve-se, em boa parte,
ao crescimento dos investimentos realizados pelo Estado. "Nos últimos 15
anos, no Pará, em média para cada R$100 arrecadados, apenas R$5 eram para
investimento. Isso significa dizer que eram R$95 para pagar folha, custeio,
dívida, para pagar o funcionamento da máquina pública. Apenas R$5 eram
destinados para hospital, escola, delegacia, para efetivamente fazer obras
para melhorar a vida das pessoas", afirmou o governador Helder Barbalho.
O chefe do Executivo Estadual
afirmou que a nova gestão está trabalhando para mudar esta lógica,
encaminhando para fechar o ano com 10% de investimentos, o maior investimento
da história do Pará. "O Estado precisa ter as contas em dia para ter
capacidade de investir. E posso dizer, sem medo de errar, que as contas
públicas do Estado do Pará nos colocam como o melhor estado em saúde
financeira de todo o Brasil, com a arrecadação em pleno crescimento. Temos
elevado a nossa arrecadação usando estratégia e justiça tributária",
explicou o governador.
Diminuição da dependência
Em relação ao resultado
orçamentário, o boletim analisa as receitas realizadas diminuindo as despesas
liquidadas, até o 3º bimestre de 2020. O Pará passou de R$1,7 bi, de
resultado orçamentário em 2019, para R$ 1,3 bi, significando 2% em relação a
Receita Corrente Líquida (RCL).
"Um dado muito positivo no
Boletim da STN é a comprovação da diminuição da dependência do Estado, em
relação ao repasse dos recursos federais. Em 2019, o grau de dependência, ou
seja, a relação entre a receita própria e a receita transferida era de 61% e
39%, respectivamente. No terceiro bimestre de 2020 esta relação passou a ser
de 72% e 28%. É um resultado positivo porque mostra que o Pará está ampliando
os esforços no sentido de fazer crescer a arrecadação própria", explica
o secretário da Fazenda, René Sousa Júnior.
A comparação no item despesas
mostra que houve um crescimento de 1% nas despesas com pessoal, passando de
56% para 57%. Em relação a dívida consolidada, que se refere as operações de
créditos, o crescimento foi de 15%, devido a aprovação de novos empréstimos.
A publicação trimestral do Tesouro
Nacional apresenta as informações fiscais consolidadas dos entes da República
Federativa, com informações da execução orçamentária dos poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, incluindo também o Ministério Público e a
Defensoria Pública, e contempla as esferas Federal, Estadual, Distrital e
Municipal. Os valores são declarados pelos próprios entes em documentos
contábeis publicados no Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor
Público Brasileiro, Siconfi.
Clique aqui para acessar o "RREO em foco". E entre aqui, para ver o relatório resumido da receita orçamentária do Pará.
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