Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

ECONOMIA
Publicada em 25/08/20 às 06:27h - 168 visualizações
PIB do Pará deve encerrar 2021 acima do nível pré-pandemia
Governo do Pará investe R$ 982,6 milhões em obras públicas

Jornal O Niquel

Pecuária paraense é uma das bases da economia paraense  (Foto: )


Números positivos serão puxados por commodities agrícolas e minerais, mas sobretudo, pelo equilíbrio fiscal do Estado

O Produto Interno Bruto (PIB) do Pará deve encerrar o ano de 2021 acima do nível pré-pandemia (2019), ficando atrás apenas do Mato Grosso do Sul. A lista positiva traz ainda o Rio de Janeiro e Goiás, todos puxados por commodities agrícolas e minerais, mas sobretudo, pelo equilíbrio fiscal, como é o caso do estado paraense.

"Mesmo com a pandemia, o Estado conseguiu controlar as despesas. Não podemos dar aumento ao servidor, então a despesa com o pessoal manteve-se estabilizada. O único grupo de gastos que cresceu em 2020 foi o de investimentos, já que conseguimos estabilizar as despesas primárias para 2021 mesmo neste cenário de crise, enfim, existe um equilíbrio fiscal que permite que o Pará tenha esse fôlego" - Josynélia Raiol, secretária adjunta de Modernização e Gestão Administrativa da Seplad.

De acordo com a secretária adjunta, o Estado não sofreu os reflexos da pandemia porque os investimentos continuaram em diversas áreas da economia. "A necessidade de realizar e manter o investimento no Estado, mesmo diante da pandemia, permitiu a manutenção de muitos empregos e a geração de novos postos de trabalho, principalmente na área da construção civil, permitindo que nossa economia se mantivesse aquecida. Além disso, nossas obras de infraestrutura pelo Estado não pararam e os investimentos continuaram", observa a gestora.

Mineração teve um aumento de 25% nas exportações, em relação ao ano passadoPara se ter ideia, em 2019, o bom desempenho das contas públicas do Estado se refletiu no superávit primário de cerca de R$ 1 bilhão, superando em muito a previsão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de alcançar superávit de R$ 11 milhões.

Considerado um dos principais indicadores da saúde financeira do Estado, o resultado primário é a diferença entre receitas e despesas, excluindo as receitas e despesas com juros, e demonstra a sustentabilidade da política fiscal em execução pelo Governo, ou seja, a capacidade dos estados em gerar receitas para pagar contas usuais (como despesas correntes e investimentos), sem que o pagamento do serviço da dívida pública seja comprometido.

"A economia do Estado é baseada no tripé minério, agronegócio e comércio. Por exemplo, só no caso do minério, tivemos um aumento de 25% nas exportações, em relação ao ano passado, então, com as
exportações aumentando, toda cadeia que gira em torno dela também foi beneficiada. Já no agronegócio também tivemos alta com a exportação de carne para China, além de outros produtos, como soja e cacau, que foram muito melhores que no ano passado. Em paralelo à isso, enfrentamos a pandemia em uma situação financeira confortável, porque tivemos um bom superávit no passado e ótima arrecadação em janeiro e fevereiro deste ano. Neste sentido, tivemos recursos para fazer gastos com saúde, funcionalismo público e com o Fundo Esperança, nos meses de abril, maio e junho, por exemplo", explica o secretário de Estado de Fazenda, René Sousa, destacando que a pior queda da receita do Estado foi registrada em maio e ficou em 15%.

Outro ponto positivo destacado pelo secretário foram os crescimentos nas receitas do Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS).

"Nos começamos o ano muito bem e tivemos queda, em relação a 2019, apenas em abril. Iniciou-se um vigorosa recuperação em junho e, em julho, tivemos a maior arrecadação, um recorde de 1 bilhão e 189 milhões, o que deve ser ultrapassado em agosto, com 1 bilhão e 200 milhões. Devemos ser um dos maiores crescimentos do Brasil" - René Sousa, secretário de Estado de Fazenda.

O secretário lembra que o auxílio emergencial do Governo Federal e o pagamento em dia do funcionalismo público do Estado também puxaram números positivos da economia paraense, devido ao consumo no comércio. Por outro lado, ele também lembra que, só no primeiro trimestre deste ano, o Estado já investiu R$ 900 milhões em todas áreas, com recursos próprios.

Governo do Pará investe R$ 982,6 milhões em obras públicas

Com o equilíbrio das contas públicas, Pará faz investimento histórico

O Governo do Estado aplicou, até junho deste ano, R$ 982,6 milhões em obras públicas. É o que aponta o o boletim "RREO em foco", que analisa os dados do Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO), produzido pela Secretaria do Tesouro Nacional. Em 2019, no mesmo período, foi realizado um total de R$ 353,8 milhões em investimentos, um incremento nominal de 177,74%.

Segundo o estudo, o Pará investiu 7% dos valores da receita total no terceiro bimestre de 2020. Comparando com o mesmo período do ano passado, quando o investimento foi de 3%, corresponde a um crescimento de quatro pontos percentuais.

O boletim mostra que no Pará, no terceiro bimestre deste ano, cresceu 13% e as despesas 17% em relação ao mesmo período de 2019. Foi o segundo maior crescimento de receitas entre os Estados, ficando atrás apenas do Mato Grosso. De janeiro a junho, o total da receita de 2020 foi de R$ 14,8 bilhões.

Já o total de despesas até junho de 2020, foi de R$ 13,4 bilhões. O aumento das despesas deve-se, em boa parte, ao crescimento dos investimentos realizados pelo Estado. "Nos últimos 15 anos, no Pará, em média para cada R$100 arrecadados, apenas R$5 eram para investimento. Isso significa dizer que eram R$95 para pagar folha, custeio, dívida, para pagar o funcionamento da máquina pública. Apenas R$5 eram destinados para hospital, escola, delegacia, para efetivamente fazer obras para melhorar a vida das pessoas", afirmou o governador Helder Barbalho.

O chefe do Executivo Estadual afirmou que a nova gestão está trabalhando para mudar esta lógica, encaminhando para fechar o ano com 10% de investimentos, o maior investimento da história do Pará. "O Estado precisa ter as contas em dia para ter capacidade de investir. E posso dizer, sem medo de errar, que as contas públicas do Estado do Pará nos colocam como o melhor estado em saúde financeira de todo o Brasil, com a arrecadação em pleno crescimento. Temos elevado a nossa arrecadação usando estratégia e justiça tributária", explicou o governador.

Diminuição da dependência

Em relação ao resultado orçamentário, o boletim analisa as receitas realizadas diminuindo as despesas liquidadas, até o 3º bimestre de 2020. O Pará passou de R$1,7 bi, de resultado orçamentário em 2019, para R$ 1,3 bi, significando 2% em relação a Receita Corrente Líquida (RCL).

"Um dado muito positivo no Boletim da STN é a comprovação da diminuição da dependência do Estado, em relação ao repasse dos recursos federais. Em 2019, o grau de dependência, ou seja, a relação entre a receita própria e a receita transferida era de 61% e 39%, respectivamente. No terceiro bimestre de 2020 esta relação passou a ser de 72% e 28%. É um resultado positivo porque mostra que o Pará está ampliando os esforços no sentido de fazer crescer a arrecadação própria", explica o secretário da Fazenda, René Sousa Júnior.

A comparação no item despesas mostra que houve um crescimento de 1% nas despesas com pessoal, passando de 56% para 57%. Em relação a dívida consolidada, que se refere as operações de créditos, o crescimento foi de 15%, devido a aprovação de novos empréstimos.

A publicação trimestral do Tesouro Nacional apresenta as informações fiscais consolidadas dos entes da República Federativa, com informações da execução orçamentária dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, incluindo também o Ministério Público e a Defensoria Pública, e contempla as esferas Federal, Estadual, Distrital e Municipal. Os valores são declarados pelos próprios entes em documentos contábeis publicados no Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro, Siconfi.

Clique aqui para acessar o "RREO em foco". E entre aqui, para ver o relatório resumido da receita orçamentária do Pará.












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