Um estudo recém-divulgado pelo Tesouro Nacional
mostra que o estado do Pará é o menos endividado entre as 27 Unidades da
Federação brasileiras. A dívida consolidada paraense é de R$ 4,32 bilhões, o
que corresponde a 19,93% da receita corrente líquida de R$ 21,69 bilhões
apurada em 2019. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que
analisou o “Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais”, de autoria do Tesouro.
A constatação do Tesouro já havia sido antecipada
pelo Blog em análise própria dos indicadores fiscais feita por este veículo de
comunicação no início de março deste ano (relembre aqui).
À época, o Blog fez recorte dos dados do Poder Executivo e até chamou atenção
para o fato de que os números seriam uma prévia do que o Tesouro iria divulgar
por meio do boletim que discrimina as contas dos entes subnacionais.
Atualmente, só oito estados brasileiros devem menos
da metade do que arrecadam. Além do Pará, o endividamento inferior a 50% da
receita líquida ocorre no Rio Grande do Norte (35,12%), Mato Grosso (37,66%),
Distrito Federal (41,49%), Paraíba (43,65%), Roraima (44,03%), Espírito Santo
(44,52%) e Amazonas (48,4%).
No outro extremo, três estados estão sufocados com
dívidas que equivalem entre 75% e 100% de sua arrecadação, como é o caso de
Mato Grosso do Sul (75,14%), Goiás (84,24%) e Santa Catarina (92,43%); e cinco
não teriam condição alguma de pagar tudo o que devem porque a receita é
inteiramente inferior ao endividamento total: Alagoas (102,9%), São Paulo
(194,91%), Minas Gerais (203,64%), Rio Grande do Sul (224,38%) e Rio de Janeiro
(284,9%).
Despesa com pessoal
O Pará fechou 2019 com o 5º menor gasto com
funcionalismo em relação à receita líquida. O estado comprometeu 53,1% da
arrecadação com a despesa com pessoal, posicionando-se abaixo do estipulado
pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 60%. Só São Paulo (52,9%),
Distrito Federal (52,7%), Rondônia (50,6%) e Espírito Santo (46%) fizeram gastos
inferiores.
Por outro lado, nove estados passaram do limite. O
campeão é o Rio Grande do Norte, onde 72,8% da arrecadação vão para salários de
servidores. Minas Gerais (69,4%), Rio Grande do Sul (66,4%), Tocantins (66,3%),
Rio de Janeiro (65%), Acre (64,2%), Mato Grosso (62,6%), Mato Grosso do Sul
(61,3%) e Paraíba (61%).