Projeto ainda tem de apresentar elementos sobre segurança indígena. Empreendimento é estimado em R$ 90 milhões e trará emprego ao sul do Pará. (Foto: imagem ilustrativa / Marco Santos / Arquivo Agência Pará) (Foto: )
O Conselho
Estadual de Meio Ambiente (Coema) aprovou, nesta sexta-feira (25), a concessão
de Licença Prévia (LP) para as atividades de extração e beneficiamento de ouro
e prata do Projeto Coringa, empreendimento da Chapleau Extração Mineral LTDA.,
empresa que pertence à companhia de mineração Serabin Gold. Para a concessão da
Licença de Instalação (LI), será exigida a apresentação de um estudo de
componente indígena. O empreendimento fica entre os municípios de Novo
Progresso e Altamira, no sudoeste do Pará.
A decisão foi
tomada durante a 72ª reunião extraordinária do Conselho, no Centro Integrado de
Monitoramento Ambiental (Cimam), em Belém. O encontro foi aberto pelo
secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade e presidente do Coema,
Mauro O’de Almeida. A reunião também contou com a presença do secretário adjunto
de Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, e de membros do
Conselho, formado por representantes de órgãos do Estado e de entidades da
sociedade civil.
Os
representantes da Chapleau/Serabin defenderem a concessão da LP ao empreendimento.
Após o debate a respeito do potencial de impacto socioambiental do
empreendimento, acompanhado por manifestações das áreas técnicas, o Conselho
chegou ao consenso de que, neste momento de concessão da LP, há viabilidade
jurídica e técnica para liberação do projeto pelo Coema.
Artur Alves,
gerente Executivo de Sustentabilidade da Chapleau, afirmou que o empreendimento
possui uma previsão de baixo impacto ambiental. “O impacto no meio ambiente de
uma mina subterrânea é mínimo. Por ser uma atividade realizada embaixo da
terra, não afeta as áreas de floresta. Além disso, todas as espécies de flora
que forem suprimidas durante as atividades de supressão da área serão
replantadas como compensação ambiental. As populações de fauna presentes na
área do projeto serão acompanhadas e monitoradas”, garantiu.
Roney Sandrelli
de Almeida, diretor de Operações da Chapleau, frisou os benefícios sociais para
a região com o funcionamento da mina. “Nossa expectativa é trazer 400 empregos
diretos, que geram, cada um, de 10 a 14 empregos indiretos. A ideia é, em um
primeiro momento, gerar 80% de empregos locais, com 20% de mão de obra externa,
que irão treinar pessoas internas. Mas a meta é ter 100% de funcionários da
região. Além do benefício para a comunidade local, esta situação é positiva
para a empresa, pois este perfil de funcionários apresenta um índice muito
maior de permanência no emprego, já que trabalhadores de outros locais
geralmente pedem demissão após certo tempo para retornar ao convívio de seus
familiares”, argumentou.
Em seguida, o
Conselho manifestou-se a respeito de processos de infrações ambientais,
procedendo com avaliações e julgamentos. Os processos foram objeto de análise
da Câmara Técnica Permanente de Assuntos Jurídicos do Coema.
O titular da
Semas avaliou o processo de concessão da LP à Chapleau Extração Mineral e o
desempenho do Coema. Segundo Mauro O’de Almeida, “o Conselho entrou em uma fase
bem produtiva. O ponto alto da reunião foi a liberação da Licença Prévia da
empresa Chapleau de Mineração. Era um processo que estava parado há um tempo na
Secretaria, desde 2017 ele tramita, e nós conseguimos desde o ano passado estar
ajustando toda a tramitação, tratando com a empresa, notificando, fazendo
audiência pública, articulando com outros órgãos, como a Funai (Fundação
Nacional do Índio), já que ainda havia uma dúvida sobre se existia um
componente indígena pra ser estudado. Por final, decidiu-se emitir a Licença
Prévia e estabelecer como condicionante para a Licença de Instalação a
apresentação do componente indígena”.
O secretário
ressaltou ainda que se trata de “um projeto de R$ 90 milhões, que vai gerar
emprego, vai fazer com que uma mina desativada volte a funcionar legalmente,
adequadamente licenciada. Por outro lado, nós julgamos hoje quase 45 processos
punitivos. Nós estamos num esforço enorme para diminuir o estoque de processos
punitivos na Semas”.
(Fonte: Agência
Pará)