O Diário Oficial do Estado (DOE) desta segunda-feira (9) trouxe uma
notícia há muito aguardada por toda a comunidade acadêmica, científica e
tecnológica do Pará: a publicação da Lei Complementar no 133, de 6 de
novembro de 2020.
A Lei determina que pelo menos 20% (vinte por cento) dos recursos da
Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) destinados
ao estado sejam reservados para aplicação em atividades relativas à
diversificação econômica, ao desenvolvimento mineral sustentável e ao
desenvolvimento científico e tecnológico.
A aplicação dos recursos de que trata a Lei Complementar deverá estar
em consonância com os planos plurianuais e os orçamentos anuais do estado.
Tais recursos ficarão sob a responsabilidade da Secretaria de Estado de
Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet).
O titular da Sectet, Carlos Maneschy, ressalta que a publicação da Lei
resgata um compromisso do Governo do Pará com a área de ciência, tecnologia e
inovação.
"O governador Helder Barbalho e todo o seu governo entendem
claramente a importância estratégica deste investimento pelo estado, na
medida em que nós queremos também proporcionar base para o desenvolvimento de
áreas da economia onde o conhecimento, a ciência e a tecnologia são insumos
prevalentes", destaca Carlos Maneschy.
Ele lembra que este compromisso já ficou bastante claro quando o
Governo do Pará, ainda em 2020, triplicou o orçamento destinado à Fundação
Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), também presidida pelo
Secretário, elevando de pouco mais R$ 20 milhões para quase R$ 70 milhões.
Algo que também já está previsto para o orçamento de 2021 da Sectet.
Carlos Maneschy pontuou que com os recursos da CFEM as áreas de
ciência, tecnologia, inovação e educação profissional e tecnológica terão uma
nova perspectiva, já que tais recursos representam cerca de cinco vezes mais
o atual orçamento da Sectet, que é de menos de R$ 20 milhões.
"Tem sido assim já ao longo de muitos anos e, se você observa que
esta Lei trabalha para incorporar cerca de 80 a 100 milhões de reais naquilo
que a Secretaria já faz, isso seriam cinco vezes mais. É uma variação imensa realmente.
Aí vamos manter certamente o que já fizemos até agora e vamos expandir a
expectativa de atuação", afirma o Secretário.
A Lei Complementar prevê que 75% desses recursos sejam destinados para
o desenvolvimento da Ciência, da Tecnologia e da Inovação Tecnológica, bem
como para apoiar a formação profissional no estado, estando vedada a
utilização dos recursos para pagamento de pessoal. Já os outros 25% devem ser
destinados para promoção e apoio a startups e micro e pequenas empresas
inovadoras e/ou de base tecnológica.
"É importante dizer que o Governo não está apenas fazendo
investimentos em projetos, pesquisas e em desenvolvimento de práticas e
teorias, mas está também fazendo investimento nas pessoas, na sua gente, que
é aquilo que o governo entende que é o que o estado tem de maior valor. De
novo é a tentativa de abrir aqui um horizonte de exploração econômica que usa
a base tecnológica, a inovação, as empresas inovadoras, empreendedores
inovadores de tal maneira que se consiga mudar também a base produtiva do
estado", explica Maneschy.
Quanto à aplicação detalhada dos novos recursos, o Secretário
esclarece que será discutida em reunião, a ser realizada em dezembro, com o
Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica
(Consectet).
Ele destaca também que a responsabilidade pelo recebimento e aplicação
dos recursos é da Secretaria, mas a Lei prevê a possibilidade de fazer
destaques orçamentários para outras secretarias, caso se entenda que algumas
ações desenvolvidas tenham mais adequação à missão daquele órgão em
particular.
Para Carlos Maneschy, a publicação da Lei Complementar 133 pelo
Governo do Pará resgata a importância de fazer com que a ciência, a
tecnologia, a inovação e formação profissional sejam vetores importantes de
um desenvolvimento mais inclusivo e com muito maior sustentabilidade no
estado.
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