Conforme previsto pelo Blog do Zé Dudu, a
arrecadação bruta da Prefeitura de Parauapebas superou a cifra mágica — e
jamais idealizada para este ano — de R$ 2 bilhões. O momento célebre aconteceu
às vésperas do Natal, precisamente no amanhecer de 23 de dezembro, quando
“Papai Noel” derramou R$ 227,06 milhões sobre a conta corrente da segunda mais
endinheirada administração do Pará.
O “Papai Noel” em questão é a mineradora Vale, que
pagou a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) à Agência
Nacional de Mineração (ANM), e esta distribuiu a cota correspondente à
prefeitura. A Cfem, popularmente conhecida como royalty, quase não sai este mês
porque veio em quantia tão grande que pegou a própria ANM desprevenida: ela não
tinha dinheiro para fazer o repasse e foi preciso uma suplementação
orçamentária da União para liberar mais recursos a estados e municípios.
Com o resultado de receita corrente a ser
consolidado por Parauapebas no próximo dia 31, o Blog estima que a prefeitura
deve registrar faturamento bruto cerca de R$ 300 milhões superior aos R$ 1,732
bilhão previstos inicialmente no orçamento. É realmente um desempenho triunfal
e que era improvável para um ano como 2020, marcado pela terrível pandemia de
coronavírus e pelos transtornos econômicos e financeiros decorrentes do
alastramento do vírus causador da Covid-19.
Só com royalties de mineração, a prefeitura faturou
este ano R$ 878 milhões. É uma quantidade de dinheiro suficiente para sustentar
5.450 prefeituras brasileiras ou 98% delas. A título de comparação, só o
faturamento de royalties de Parauapebas equivale a duas vezes a arrecadação
líquida de Araguaína, segunda principal cidade do Tocantins e para onde muitos
jovens parauapebenses fogem para cursar ensino superior.
Capital do minério bate capitais estaduais
Caso o ajuste contábil do 6º bimestre sacramente os
cálculos preliminares do Blog segundo os quais a receita rompeu R$ 2 bilhões, a
Prefeitura de Parauapebas encerrará este ano como uma das 50 mais ricas do
país, entre 5.568 governos municipais — Brasília (DF) e Fernando de Noronha
(PE), embora considerados municípios, são unidades distritais e não possuem
prefeitura.
O resultado da máquina pública da capital do
minério também a faz surrar entre cinco e oito capitais de estados: Aracaju (R$
2,128 bilhões), Florianópolis (R$ 2,05 bilhões), Vitória (R$ 2,003 bilhões),
Porto Velho (R$ 1,577 bilhão), Boa Vista (R$ 1,535 bilhão), Palmas (R$ 1,348
bilhão), Rio Branco (R$ 1,026 bilhão) e Macapá (R$ 1,007 bilhão). As capitais
de Santa Catarina e do Espírito Santo são, diga-se de passagem, as mais
desenvolvidas social e economicamente no país, cuja população detém, em média,
elevado padrão de vida.