(Foto: Jornal O Niquel)
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O calote no atacado e no varejo de mais da metade
das prefeituras paraenses com relação à prestação de contas dos gastos com
saúde no ano de 2020 pode custar caro para muitos gestores públicos e,
infelizmente, penalizar a população de vários municípios. A situação é tão
grave que a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) fez um alerta ontem (24)
para os riscos que os municípios correm se não prestarem contas ao Ministério
da Saúde até o próximo dia 2 de março, ou seja, em cinco dias.
A questão havia sido, antes do alerta da CNM,
destacada na semana passada em reportagem do Blog do Zé Dudu (relembre
aqui), quando este veículo revelou que, na ocasião,
apenas 51 prefeituras paraenses haviam feito preenchimento e homologação dos
dados de gastos públicos do 6º bimestre de 2020 no Sistema de Informações sobre
Orçamentos Públicos em Saúde (Siops). De lá para cá, apenas outras dez
prestaram contas.
O Blog voltou a checar a situação das prefeituras
paraenses e constatou que até a manhã desta quinta-feira (25) um total de 83
prefeituras ainda não tinha alimentado os dados no Siops, o correspondente a
58% das 144 administrações. A lista dos municípios inadimplentes e que correm
sério risco de penalizar a população com o bloqueio de recursos tem nomes como
Abaetetuba, Altamira, Breves, Cametá, Itaituba, Redenção, Marituba, Novo
Repartimento, Oriximiná, Redenção, São Félix do Xingu e Tucuruí. Eles são
exemplos porque registraram mais de R$ 200 milhões em receitas no ano passado e
utilizaram cifras milionárias em saúde pública, mas não deram as caras junto ao
Ministério da Saúde para declarar as despesas.
Brincando com a cor da chita
Os ordenadores de despesa paraenses parecem brincar
com a cor da chita, mas a situação é grave. A não declaração dos dados no Siops
acarreta o bloqueio de todas as transferências federais voluntárias, legais e
constitucionais, a exemplo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o
ganha-pão da maioria das prefeituras. Os municípios que não homologaram seus
dados até o dia 30 de janeiro, receberam notificação e têm até terça da semana
que vem para fazê-lo. A Lei Complementar 141/ 2012 prevê que as prefeituras
devem informar as receitas totais e os gastos em ações e serviços públicos de
saúde para apuração do cumprimento de aplicação do mínimo constitucional em
saúde.
Em caso de problemas para homologação dos dados, os
gestores podem entrar em contato com a coordenação do Siops pelo telefone: (61)
3315-3173 ou e-mail: siops@saude.gov.br.