
Hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins, no estado do Pará, é a maior fonte de energia da Eletronorte, que completa 48 anos no dia 23 de junho (Foto: )
Brasília – Os deputados
aprovaram na noite de quarta-feira (19), o texto base da medida
provisória (MP
1031/2021) que autoriza o início do processo de
desestatização da gigante estatal de energia Eletrobras. O governo obteve ampla
maioria dos votos. Encerrada a votação, o painel eletrônico registrou 305 a
favor e 167 votos contra. A matéria segue para análise e votação do Senado.
O substitutivo aprovado, de autoria do relator
Elmar Nascimento (DEM-BA), em comum acordo com a área técnica do Ministério das
Minas e Energia, ao qual a Eletrobras está vinculada, elaborou um novo modelo de
desestatização que prevê a emissão de novas ações da Eletrobras, a serem
vendidas no mercado sem a participação da empresa, resultando na perda do
controle acionário de voto mantido atualmente pela União.

Embora na prática a União perca o controle
acionário da empresa, continuará a deter as ações de classe especial (golden
share) que lhe garante poder de veto em decisões da assembleia de acionistas a
fim de evitar que algum deles ou um grupo de vários acionistas detenham mais de
10% do capital votante da “nova” Eletrobras.
De acordo com o texto do relator, esse tipo de
mecanismo poderá ser usado para a desestatização de outras empresas públicas
listadas no programa de desestatização desenhado pelo Ministério da Economia.

Oposição tentou obstruir a matéria. Derrotada, a MP
foi aprovada e segue para o Senado
A oposição tentou obstruir os trabalhos, mas, como
o quórum estava alto, não conseguiu travar a votação da matéria.
Eletronorte
Criada em 20 de junho de 1973, a Centrais Elétricas
do Norte do Brasil S.A (Eletronorte) é uma das subsidiárias da Eletrobras —
concessionária de serviço público de energia elétrica, com sede no Distrito
Federal, tem unidades nos nove estados da Amazônia Legal: Acre, Amapá,
Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.


A Eletronorte completa esse ano, 48 anos de
operação na Amazônia Legal.
Com a desestatização, receberá aporte de R$ 295
milhões anuais que servirão especificamente para projetos de geração de energia
na região, projetos de energia renovável ou a partir de combustível renovável,
para as interligações de localidades isoladas e remotas na região Norte e para
a navegabilidade do rio Madeira.
A Eletronorte conta com quatro hidrelétricas:
Tucuruí (PA), Coaracy Nunes (AP), Samuel (RO) e Curuá-Uma (PA), além de parques
termelétricos em Rondônia, Acre, Roraima e Amapá. A capacidade de geração
instalada é de mais de 9 mil megawatts, opera mais de 11 mil quilômetros de linhas
de transmissão e 57 subestações, levando energia elétrica a todo o Brasil.
Reportagem: Val-André
Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em
Brasília.