
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília (Foto: )
Depois de dois adiamentos, o Banco
Central (BC) confirmou que, a partir desta segunda-feira (7), começará a
funcionar o registro centralizado das receitas de lojistas com as vendas
realizadas por cartão.
Segundo a instituição financeira, a
medida deve beneficiar principalmente micro e pequenas empresas, que poderão
ter acesso a créditos com juros mais baixos ao oferecerem parte do que têm a
receber aos bancos.
Em nota, o BC informou que a medida
aumentará a concorrência entre as instituições financeiras, permitindo a
redução do spread bancário – diferença entre as taxas pagas pelas instituições
para captarem recursos e as taxas cobradas dos clientes.



O comerciante poderá dividir as
agendas de recebíveis, em lotes de dezenas ou centenas de transações, e
negociar com várias instituições financeiras ao mesmo tempo, até conseguir o
melhor empréstimo.
Os recebíveis valem tanto para as
vendas com cartão de crédito e de débito. Como as empresas credenciadoras vão
registrar essas transações, os comerciantes poderão conseguir empréstimos ao
oferecer os recebíveis para cobrir eventuais inadimplências ou até revender as
receitas que têm direito a receber nas vendas com maquininhas.
Atualmente, existem três empresas
autorizadas a atuar como credenciadoras de recebíveis no país: CIP, Cerc e Tag.
As companhias, no entanto, alegaram dificuldades na montagem dos sistemas e
pediram ao Banco Central os adiamentos da entrada em vigor do registro.
Inicialmente prevista para 3 de
novembro do ano passado, a data havia passado para 17 de fevereiro e foi
novamente adiada para 7 de junho, data confirmada pelo BC.



Por causa do segundo adiamento, o BC
multou uma das companhias em R$ 30 milhões e obrigou a empresa a assinar um
termo de compromisso em que prometia resolver as dificuldades tecnológicas até
o início de junho.
A autarquia estima que os recebíveis
de cartões têm potencial para movimentar até R$ 1,8 trilhão por ano, dos quais
R$ 1 trilhão correspondem às transações com cartões de crédito e R$ 800 bilhões
ao fluxo com cartão de débito.
O novo sistema também deve aumentar a
segurança para as instituições financeiras. Atualmente, um mesmo recebível pode
ser dado como garantia para mais de um banco. Com o registro centralizado, isso
não será mais possível.
Edição: Aécio Amado