Um levantamento inédito realizado pelo Blog do Zé
Dudu com base em dados oficiais declarados pelas prefeituras junto ao Tesouro
Nacional mostra o quanto cada uma das 12 mais ricas faturou, em receita
corrente, nos primeiros quatro meses deste ano. A dúzia de prefeitos canetou,
no período, uma fortuna de R$ 4 bilhões. Quase metade desse valor foi parar no
bolso do funcionalismo, em forma de salários de servidores públicos.
Chama atenção a velocidade com que a Prefeitura de
Canaã dos Carajás enriquece. Numa análise mais ampla, considerando-se o
universo de 5.568 prefeituras do país, o governo canaãnense é, de longe, o que
mais ganha dinheiro proporcionalmente. Na escala da evolução, aliás, Canaã
faturava dez vezes menos que sua mãe, Parauapebas. Hoje, a prefeitura do filho
prodígio embolsa mais da metade do valor comparado à Capital do Minério.



Além disso, como profetizado por este Blog do Zé
Dudu em 2020, Canaã já ultrapassou — e com folga — sua avó Marabá na corrida do
dinheiro. De janeiro a abril, enquanto Marabá ajuntou R$ 364,93 milhões, o
gulosinho Canaã recebeu R$ 454,53 milhões, cerca de R$ 90 milhões de diferença
entre a centenária Terra da Castanha e a jovem Terra Prometida.
A guerra no topo também fica cada vez mais
emocionante e, se Belém vacilar, será engolida por Parauapebas em pouco tempo.
A Capital do Minério ajuntou R$ 818,82 milhões enquanto a capital do Pará
caminha lentamente e envelhecida, com R$ 1,088 bilhão em quatro meses. Enquanto
Parauapebas tem subido várias posições no ranking nacional das prefeituras mais
ricas, Belém vai ficando para trás, sendo superada por capitais menores (como
Campo Grande e São Luís, e a um triz de ser deixada para trás por Teresina) e
até por municípios não capitais (como a riquíssima Campinas, as metropolitanas
Guarulhos e São Bernardo do Campo, entre outras).
O estudo também traz o cruzamento da receita pelo
tamanho da população dos municípios. Aqui, também, Canaã dos Carajás é,
disparado, o que mais produz receitas por habitante, o que se deve, no entanto,
à bonança financeira gerada por royalties de mineração, mesma razão que faz o
faturamento per capita de Parauapebas ser elevado.




Prestação de contas
Durante o levantamento, o Blog teve problemas para
levantar números oficiais das prefeituras de Castanhal e Itaituba. Castanhal
até enviou dados ao Tesouro Nacional, mas as informações prestadas no balanço
orçamentário estão incorretas devido a inconsistência. Até o momento, no
entanto, ninguém da administração local parece ter percebido o problema, logo,
fica o alerta deste Blog, que teve de puxar informações da receita dos primeiros
quatro meses de 2020 (e, portanto, desatualizadas) para constar do
levantamento.
Já a Prefeitura de Itaituba, uma das que mais
enriquecem no estado na esteira da mineração, simplesmente não encaminhou dados
do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do 2º bimestre até as 13
horas desta quinta-feira (10). O Blog precisou ir diretamente ao portal da
transparência local “puxar” os números, que, contudo, não estão com ajuste
contábil, ainda assim se aproximam da realidade do período.
ZE DUDU
Confira o levantamento!
