Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

ECONOMIA
Publicada em 04/07/21 às 09:05h - 154 visualizações
Vale extraiu cerca de R$ 60 bilhões do Pará no 1º semestre
Alvo de CPI aberta pela Assembleia Legislativa do Estado, multinacional segue faturando alto e rindo à toa por conta do preço do minério de ferro, cujo produto de Carajás lhe rende um bônus

Jornal O Niquel


A cada dia, a mineradora multinacional Vale fica mais rica sobre o solo paraense. De 1º de janeiro a 30 de junho deste ano, a rainha da mineração, e uma das mais poderosas empresas brasileiras, faturou exatos R$ 59.143.034.776,75 em extração de recursos do Pará. A produção mineral total do Pará no primeiro semestre foi de R$ 65.392.783.336,19, com a Vale bancando 90% dela.

A informação foi levantada com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) atualizados nesta sexta-feira (2). No estado onde é alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), a Vale atua por meio de identidade própria (Vale S.A.), que faturou R$ 55.121.126.443,40 no primeiro semestre, e também pela subsidiária Salobo (Salobo Metais S.A.), que retirou R$ 4.021.908.333,35. 

Rindo à toa por conta da subida gloriosa de preço do minério de ferro, seu principal ganha-pão e commodity de que o Pará é o maior especialista global em termos de oferta e qualidade, a multinacional lucra como nunca antes e pode encerrar o ano com R$ 120 bilhões de faturamento só no Pará. 

Se isso acontecer, a Vale, sozinha, poderá fazer a produção de riquezas teóricas do estado – expressa em Produto Interno Bruto (PIB) – ultrapassar a de estados como Pernambuco e Goiás e encostar no Distrito Federal. Mas é só mesmo na teoria das estatísticas. No extremo da alucinação econômica, está um estado com algumas das piores e mais difíceis condições de vida do país: ausência de saneamento básico e de moradia adequada; indicadores de saúde e educação públicas ruins; elevada taxa de informalidade no mercado de trabalho; superconcentração de pobreza extrema nos rincões; e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que não decola. É a evidência da riqueza e pobreza de mãos dadas num só casamento.





No ano passado inteiro, a Vale movimentou no Pará, de acordo com a ANM, R$ 86.870.459.474,47. Cálculos do Blog estimam que essa meta será batida no dia 25 de setembro. Em Minas Gerais, onde nasceu, a multinacional retirou só R$ 15.391.171.075,01 no primeiro semestre deste ano. A título de comparação, toda a produção mineral em Minas, por todas as empresas mineradoras, soma R$ 61.365.946.918,17, praticamente o que a Vale sozinha movimenta aqui. 

VEJA O FATURAMENTO NO PARÁ DAS 10 MINERADORAS | 1º SEMESTRE

1.      Vale ― R$ 59.143.034.776,75

2.      Mineração Paragominas ― R$ 1.232.720.376,38

3.      Mineração Rio do Norte ― R$ 795.993.529,20

4.      MM Gold ― R$ 651.338.930,77

5.      Alcoa ― R$ 571.044.573,98

6.      D’Gold ― R$ 557.712.746,82

7.      Carol DTVM ― R$ 356.022.125,44

8.      Parmetal ― R$ 233.131.811,27

9.      Imerys ― R$ 221.085.704,11

10.  Serabi ― R$ 207.820.293,90

Fonte Ze Dudu




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