Imbatível em maio. Assim foi a cidade de
Parauapebas no tocante a postos de trabalho com carteira assinada na construção
civil. Por conta de obras públicas, patrocinadas pela Prefeitura de
Parauapebas, e privadas, mobilizadas pela mineradora multinacional Vale, o
mercado de trabalho da Capital do Minério vive dias de glória após a
preocupante era de lutas na segunda metade da década passada, quando placas de
“vende-se” e “aluga-se” pareciam soterrar a praça financeira mais comentada do
interior da Amazônia.
Dados do Ministério da Economia mostram que a
cidade de Parauapebas é a que mais constrói no Brasil atualmente, e isso pode
ser visto a olho nu na quebradeira geral que está sendo realizada no perímetro
urbano por conta das intervenções urbanísticas e em nível de infraestrutura do
Prosap. Mais distante das vistas, em áreas de mineração situadas nos confins do
município, o terreno está sendo preparado para que os projetos das minas de N1,
N2 e N3 tomem forma na Serra Norte de Carajás, a fim de garantir lavra de
minério por até 7 anos.
O Blog do Zé Dudu apurou que foram criados, apenas
na construção, 1.194 postos de trabalho com carteira assinada em Parauapebas em
maio, mês com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mais
recentes. O segundo lugar nacional, a cidade de São Paulo, criou 1.019 postos
líquidos. E vale comparar: Parauapebas tem apenas 250 mil habitantes, enquanto
São Paulo é uma metrópole global com 12,4 milhões.
Apesar da diferença abissal de tamanho, e para além
da disputa pelo topo da geração de empregos no Brasil, Parauapebas e São Paulo
sempre duelam pelo posto de maior exportador nacional ― o município paraense
com seu cobiçadíssimo minério de ferro e o município paulista com sua
multiplicidade de produtos e serviços embarcados ao exterior.
Para o gestor da Secretaria de Governo (SEGOV),
Keniston Braga, “o crescimento apresentado na geração de emprego e renda em
Parauapebas faz parte do compromisso que a atual gestão fez durante a campanha,
de gerar oportunidades para os munícipes. Essa realidade, agora apresentada
pelo Ministério da Economia, ratifica o que venho afirmando: Parauapebas terá
uma ‘Década de ouro’! Parauapebas vem em um ciclo evolutivo, e não existe
evolução sem uma economia aquecida. Isso é consequência de como as finanças do
município estão sendo conduzidas. Os investimentos estão sendo realizados de
forma planejada e o trabalho está sendo executado de forma responsável, criando
possibilidades para que o empresário invista, enxergando Parauapebas como uma
cidade com infraestrutura e que está em linha de ascensão graças aos
investimentos que estão sendo realizados em mobilidade urbana, em tecnologia e
em qualificação dos serviços públicos” afirmou Keniston Braga ao Blog.
Empregos
temporários
Mas é salutar manter-se atento: o bom momento por
que passa Parauapebas é conformado por vagas de trabalho essencialmente
temporárias. Depois que as obras de construção civil forem concluídas, tanto na
cidade quanto na Serra Norte de Carajás, grandes volumes de demissões serão
registrados pelo Ministério da Economia para o município na mesma intensidade
com que, agora, estão sendo notadas as admissões.
Parauapebas já assistiu a esse filme em outras duas
ocasiões, entre 2009 e 2011 e entre 2013 e 2014, quando viu seu mercado de
trabalho enlouquecer com a oferta plena de milhares de postos de trabalho, em
razão da expansão urbana e de obras de ampliação de projetos de Carajás.
Imediatamente após esses períodos, na ressaca, o município enfrentou uma avalanche
de demissões e, sobretudo entre 2015 e 2017, quase faliu ― mesmo, ainda assim,
se enfartando com milhões de royalties de mineração na conta bancária, quantia
que, no entanto, não chegava à população em forma de emprego e renda.
Agora, com mais maturidade para enfrentar
depressões econômicas, é esperado que aprenda também a sobreviver a partir do
investimento em outras fontes de renda, já que, sabidamente, até o momento, não
teria condições de se sustentar sem a atividade mineradora, cujo produto é
finitivo.
Fonte Ze Dudu