Deputado Celso Sabino é o relator da segunda fase da reforma tributária (Foto: )
Brasília – O relator da
segunda fase da reforma tributária Projeto de
Lei (PL) 2337/2021, deputado Celso Sabino
(PSL-PA), continua ouvindo setores da economia e reunindo contribuições para a
melhoria do texto de seu relatório que venha a mitigar as resistências para a
aprovação da matéria.
Para melhorar a compensação da queda gradual do
Imposto de Renda das empresas de 15% para até 2,5% em 2023, Sabino propôs em
seu parecer que os contribuintes possam antecipar o pagamento de lucros
auferidos no exterior com a cobrança de 6% em 2022. Também disse que o texto
contém “gatilhos” que devem impedir a redução dos repasses para estados e
municípios que são feitos com base na arrecadação do Imposto de Renda.
O relator ainda pretende mexer na Compensação
Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, a Cfem; e alterar a
distribuição de 25% do ICMS arrecadado pelos estados para os municípios.
Segundo ele, será necessária uma emenda constitucional para isso. A ideia é
acabar com o repasse de 10% da Cfem para a União, destinando tudo para estados
e municípios; além de aumentar a alíquota de 4% para 5,5%, o que deve render
cerca de R$ 1,6 bilhão apenas para o Pará.
O relator não propôs mudanças no limite para a
declaração simplificada de Imposto de Renda das pessoas físicas, que o governo
quer restringir para quem ganha até R$ 40 mil por ano. Mas está mantido o
reajuste da tabela do Imposto de Renda que eleva o limite de isenção de R$
1.903,98 para R$ 2.500 mensais.
Celso Sabino também rejeitou várias mudanças que o
governo queria fazer para antecipar pagamentos de impostos em alguns fundos de
investimento fechados. Os fundos de Investimento Imobiliário continuam isentos
na proposta do relator.
O relatório foi apresentado aos líderes partidários
na Câmara. Nesta terça-feira (3), o Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda
dos Estados e do Distrito Federal, o Comsefaz, divulgou nota contrária ao texto
por temer perdas de receita. Pela proposta do relator, a alíquota do IR de empresas
cai para 7,5% já em 2022, mas pode cair para 5% se a arrecadação até outubro
deste ano permitir. Em 2023, haveria nova redução, chegando a 2,5%. O governo
propôs queda gradual para 10% em 2023.
Sabino explicou que a cobrança sobre lucros com
aplicações e ativos no exterior deve render R$ 20 bilhões no ano que vem. Ele
também disse que a nova cobrança de 20% de imposto sobre lucros e dividendos de
sócios de empresas deve gerar mais recursos do que o governo espera. Celso
Sabino isentou todas as empresas do Simples desta tributação:
“Só o que foi distribuído no ano passado dentro do
Brasil foram R$ 500 bilhões. Se fossem taxados ano passado em 20% seriam R$ 100
bilhões. E a Receita está estimando receber no ano que vem de lucros e
dividendos apenas R$ 14 bilhões e em 2023 apenas R$ 40 bilhões. Então os
cálculos da Receita estão muito baixos.”
Reportagem: Val-André
Mutran – Correspondente do Blog do Zé
Dudu em Brasília.
Fonte Ze Dudu