Pela primeira vez na história, o município de Canaã
dos Carajás assumiu a liderança nacional das exportações de commodities no
Brasil, com 1,161 bilhão de dólares transacionados. A Terra Prometida superou
Parauapebas, a petrolífera Duque de Caxias (RJ) e as duas maiores cidades do
país, São Paulo (que também é a maior do Ocidente) e Rio de Janeiro (quarta
maior do continente americano, depois de São Paulo, Cidade do México e Nova
Iorque). O negócio para Canaã dos Carajás foi tão bom em julho que o município
exportou praticamente o dobro de São Paulo.
As informações foram levantadas com exclusividade
pelo Blog do Zé Dudu, que analisou números da balança comercial por município
divulgados pelo Ministério da Economia. Pelos microdados, a distância de Canaã
para Parauapebas, segundo maior exportador em julho, foi de apenas 40 milhões
de dólares. A Capital do Minério embarcou 1,122 bilhão em commodities. Rio de
Janeiro (1,069 bilhão de dólares), Duque de Caxias (1,017 bilhão) e São Paulo
(605,63 milhões) vêm na sequência.
A taxa de crescimento das exportações originárias
de Canaã, no comparativo com 2020, foi de 69,2%, tendo em vista que no mesmo
período do ano passado os embarques totalizaram 686,09 milhões de dólares. Em
Parauapebas, a taxa de crescimento ficou em 55,6%, enquanto o Rio de Janeiro
registrou avanço de 23,2%. Em Duque de Caxias, a taxa de avanço das exportações
em julho deste ano foi de 12,3%, enquanto São Paulo obteve sucesso de 49,1%.
Qual o segredo de Canaã?
Não tem mistério: as exportações de Canaã dos
Carajás subiram escoradas na alta dos preços do minério de ferro, principal
produto da cesta de exportações. Em julho, os preços ficaram em cerca de 200
dólares a tonelada. Mas o coringa, desta vez, foi o minério de cobre. Isso
porque, se dependesse apenas do ferro, Canaã teria ficado em 2º lugar, atrás de
Parauapebas.
É que, conforme apuração do Blog, em julho Canaã
exportou 6,666 milhões de toneladas de minério de ferro (1,079 bilhão de
dólares), menos que as 6,932 milhões de toneladas (1,122 bilhão) embarcadas por
Parauapebas. No entanto, Canaã embarcou 81,71 milhões de dólares em minério de
cobre, e Parauapebas não é exportador de cobre. Por essa razão, Canaã acabou
exportando mais.
Na prática, os royalties — decorrentes da indústria
extrativa mineral — a serem pagos em setembro a ambos os municípios devem vir
tecnicamente empatados, já que os montantes exportados são praticamente
equivalentes.
Fonte Ze Dudu