(Foto: Jornal O Niquel)
Brasília – Após o anúncio de mais um aumento do preço dos combustíveis autorizado pela Petrobrás nesta terça-feira (28), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) declarou que: “O Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7,00 e o gás a R$ 120,00”, reagindo à política de preços da estatal.
“A diretoria da Petrobras é bem paga para buscar outras soluções ao preço dos combustíveis que não o simples reajuste frequente de preços”, criticou Lira.
Nas redes sociais a reação de lideranças de caminhoneiros também foi imediata, alguns defendendo uma greve geral aos moldes do que ocorreu no governo do ex-presidente Michel Temer.
Lira afirmou nas redes sociais, que o legislativo está fazendo o seu “dever de casa para o país retomar a economia”, mas que, mesmo assim, a pressão no preço dos combustíveis é insustentável. Ele criticou os dirigentes da Petrobras — que hoje anunciou um novo reajuste do diesel —e disse que soluções serão discutidas durante encontro do Colégio de Líderes da Câmara.
“A Câmara dos Deputados está fazendo seu dever de casa para o país retomar a economia respeitando os limites fiscais e sendo responsável em todas as suas sinalizações para o mercado. Mesmo assim, o dólar persiste num patamar alto. Junto com a valorização do barril de petróleo, a pressão no preço dos combustíveis é insustentável”, escreveu em seu perfil numa rede social.
“O diretor da Petrobras Cláudio Mastella diz que estuda com ‘carinho’ um aumento de preços diante desse cenário. Tenho certeza que ele é bem pago para buscar outras soluções que não o simples repasse frequente. Amanhã, vamos colocar alternativas em discussão no Colégio de Líderes. O fato é que o Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120”, publicou Lira.
Mais tarde, em Teotônio Vilela (AL), onde Arthur Lira acompanhava o presidente da República na inauguração de obras do governo federal no estado, a crítica ao alto preços dos combustíveis teve outro endereçamento. “O principal culpado pelo aumento do preço da gasolina e do óleo diesel é o ICMS cobrado pelos governos estaduais”, acusou. As declarações do presidente da Câmara ocorrem menos de 24 horas após o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmar que gostaria que os preços dos combustíveis caíssem.“Ninguém aguenta mais dólar alto, ninguém mais aguenta combustível mais caro. E sabe o que é que faz o combustível ficar caro? São os impostos estaduais. Os governadores têm que se sensibilizar. E o Congresso Nacional vai debater um projeto que trata do imposto do ICMS para que ele tenha um valor fixo”, afirmou o parlamentar.
O reajuste desta terça foi de 8,9% para o óleo diesel. A alta chega ao bolso do consumidor já nesta quarta-feira. Donos de postos avisaram que vão repassá-la imediatamente. No ano, o aumento acumulado do diesel chega a 51%.
“O problema é que, quando a Petrobras sobe o preço, o efeito é em cadeia. O ICMS é calculado por uma alíquota sobre o preço. Então, automaticamente, aumenta o imposto. A tendência é ter repasse na revenda porque a alta de preços da Petrobras gera efeito em cascata. Não tem jeito”, afirmou Rodrigo Leão, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), em declaração no final da tarde.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.