Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

ECONOMIA
Publicada em 08/12/21 às 15:17h - 480 visualizações
Prefeituras da região amanhecem sobrecarregadas de dinheiro da Cfem
Prefeitura de Parauapebas, a mais endinheirada entre todas, tem R$ 770 milhões sobrando, de acordo com informações do portal da transparência cruzadas para receitas e despesas pagas.

Jornal O Niquel

Duzentos milhões de reais. Esse é o montante com o qual a faixa de terra entre Parauapebas e Marabá foi irrigada no amanhecer desta quarta (8), a título da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem). Ao todo, as prefeituras de Parauapebas, Canaã dos Carajás, Curionópolis e Marabá receberam R$ 200.678.743,60, quantidade de dinheiro suficiente para sustentar 85% das prefeituras brasileiras por um ano.

Os valores — em linha com a divulgação em primeira mão pelo Blog do Zé Dudu no primeiro dia deste mês — foram creditados pela Agência Nacional de Mineração (ANM) na conta de governo das prefeituras e já está disponível para uso. Com a Cfem não se pode, no entanto, pagar dívidas de gestão e despesa com o funcionalismo público.

O MAPA DA MINA

  • Parauapebas: R$ 113.061.273,76
  • Canaã dos Carajás: R$ 77.868.418,13
  • Curionópolis: R$ 6.783.896,31
  • Marabá: R$ 2.965.155,40

O Blog verificou que o valor ainda não aparece no ajuste contábil do portal da transparência das prefeituras, o que só deve ocorrer a partir de amanhã. Mas, no caso de Parauapebas, os R$ 113 milhões creditados hoje elevam a receita líquida a impressionantes R$ 2,66 bilhões. Descontadas desse valor as despesas já pagas este ano pelo governo do prefeito Darci Lermen, no total de R$ 1,89 bilhão, a Prefeitura de Parauapebas ainda teria sobrando nesta quarta-feira R$ 770 milhões, a maior economia — em dinheiro vivo — de todos os tempos na Capital do Minério.




Vale ressaltar, contudo, que boa parte desse dinheiro já está empenhada devido à contratação de produtos e serviços por parte da administração municipal, o que faz na prática o dinheiro livre ser significativamente menor a cada contrato ou prestação de serviço efetivamente quitado. Ou seja, assim como hoje se pode ter R$ 770 milhões livres em conta, amanhã pode não haver um centavo sequer.

Ainda assim, haver tanto dinheiro em conta disponível só tem sido possível porque, este ano, o principal produto de Parauapebas, o minério de ferro, alcançou cotação recorde no mercado internacional, superando a cifra de 230 dólares a tonelada no primeiro semestre. A commodity, porém, vem enfrentando problemas com preço de forma tal que hoje está precificada em 111 dólares, mais de 50% de redução em relação ao pico.

ZE DUDU




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