Duzentos milhões de reais. Esse é o montante com o
qual a faixa de terra entre Parauapebas e Marabá foi irrigada no amanhecer
desta quarta (8), a título da Compensação Financeira pela Exploração Mineral
(Cfem). Ao todo, as prefeituras de Parauapebas, Canaã dos Carajás, Curionópolis
e Marabá receberam R$ 200.678.743,60, quantidade de dinheiro suficiente para
sustentar 85% das prefeituras brasileiras por um ano.
Os valores — em linha com a divulgação
em primeira mão pelo Blog do Zé Dudu no primeiro dia deste
mês — foram creditados pela Agência Nacional de Mineração (ANM) na conta de
governo das prefeituras e já está disponível para uso. Com a Cfem não se pode,
no entanto, pagar dívidas de gestão e despesa com o funcionalismo público.
O MAPA DA MINA
- Parauapebas: R$ 113.061.273,76
- Canaã dos Carajás: R$ 77.868.418,13
- Curionópolis: R$ 6.783.896,31
- Marabá: R$ 2.965.155,40
O Blog verificou que o valor ainda não aparece no
ajuste contábil do portal da transparência das prefeituras, o que só deve
ocorrer a partir de amanhã. Mas, no caso de Parauapebas, os R$ 113 milhões
creditados hoje elevam a receita líquida a impressionantes R$ 2,66 bilhões.
Descontadas desse valor as despesas já pagas este ano pelo governo do prefeito
Darci Lermen, no total de R$ 1,89 bilhão, a Prefeitura de Parauapebas ainda
teria sobrando nesta quarta-feira R$ 770 milhões, a maior economia — em
dinheiro vivo — de todos os tempos na Capital do Minério.
Vale ressaltar, contudo, que boa parte desse
dinheiro já está empenhada devido à contratação de produtos e serviços por
parte da administração municipal, o que faz na prática o dinheiro livre ser
significativamente menor a cada contrato ou prestação de serviço efetivamente
quitado. Ou seja, assim como hoje se pode ter R$ 770 milhões livres em conta,
amanhã pode não haver um centavo sequer.
Ainda assim, haver tanto dinheiro em conta
disponível só tem sido possível porque, este ano, o principal produto de
Parauapebas, o minério de ferro, alcançou cotação recorde no mercado
internacional, superando a cifra de 230 dólares a tonelada no primeiro
semestre. A commodity, porém, vem enfrentando problemas com preço de forma tal
que hoje está precificada em 111 dólares, mais de 50% de redução em relação ao
pico.
ZE DUDU