Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil - Brasília
O Senado aprovou, na tarde de hoje
(10), o Projeto de Lei (PL) 1.472/2021, que altera a forma de cálculo do preço
dos combustíveis, além de criar uma Conta de Estabilização. Esse fundo
funcionará como um mecanismo de amortecimento contra flutuações do preço do
petróleo no mercado internacional. O objetivo é reduzir o valor dos
combustíveis nos postos e evitar a oscilação constante de preços para o
consumidor. Agora, o projeto segue para a Câmara.
O PL estabelece diretrizes da
política de preços na venda de combustíveis e derivados do petróleo. São elas:
proteção dos interesses do consumidor; redução da vulnerabilidade externa;
estímulo à utilização da capacidade instalada das refinarias; modicidade de
preços internos; e redução da volatilidade de preços internos.
A lógica da Conta de Estabilização
será economizar na baixa, retardando a queda dos preços, para posteriormente
retardar a alta dos preços, contendo variações de curto prazo. Assim, a fonte
prioritária dessa conta sairá da própria margem de variação dos preços.
O texto também estipula que os preços
dos combustíveis derivados de petróleo praticados no país tenham como
referência as cotações médias do mercado internacional, os custos internos de
produção e os custos de importação.
Uma das críticas do autor do projeto,
Rogério Carvalho (PT-SE), e que motivou sua redação, está na fórmula atual de
cálculo dos preços dos combustíveis, com base na Paridade de Preços
Internacionais (PPI). Desde 2016, a Petrobras adota o PPI, que vincula o preço
do petróleo ao mercado internacional tendo como referência o preço do barril
tipo brent, que é calculado em dólar. Portanto, o valor internacional do
petróleo e a cotação do dólar influenciam diretamente na composição dos preços
da companhia.
Auxílios
O projeto também traz um aumento no
valor do auxílio-gás. Ele revê a legislação que criou o auxílio, ampliando seu
público, em 2022, para 11 milhões de famílias. Seria o dobro de sua meta de
atendimento em relação aos valores originalmente aprovados na lei orçamentária
anual.
Uma das alterações feitas no texto
hoje pelo relator, Jean Paul Prates (PT-RN), foi a inclusão de um auxílio a
motoristas de baixa renda e a ampliação do vale-gás a famílias carentes. O
chamado Auxílio Combustível Brasileiro vai beneficiar motoristas autônomos,
taxistas e motociclistas de aplicativo com renda familiar de até três salários-mínimos,
priorizando quem recebe o Auxílio Brasil.
Adiamentos
Esse PL está sendo discutido no
Plenário da Casa desde a semana anterior ao carnaval. Atendendo a um pedido do
vice-líder do governo no Senado, Carlos Viana (MDB-MG), com apoio de outros
colegas, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu adiar a
votação para depois do feriado. Ontem (9), o assunto foi novamente ao Plenário,
quando houve novo adiamento.
Diante do impasse e do anúncio da
Petrobras de aumentar os preços do diesel e da gasolina em suas
refinarias, Pacheco pediu empenho dos pares para deliberação do tema hoje, sem
novas prorrogações. Pacheco disse aos senadores que o anúncio do aumento
substancial do preço dos combustíveis pela Petrobras impunha ao Senado a
apreciação ainda nesta quinta desse PL e também do Projeto de Lei Complementar
(PLP) 11/2020. O PLP propõe a simplificação do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis em todo o país, que está sendo
votado pelo plenário.
Edição: Fábio Massalli