Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de
Janeiro
A segunda edição do Programa
Emergencial de Acesso ao Crédito, na modalidade garantia (PEAC-FGI),
poderá apoiar microempresas e microempreendedores individuais (MEI),
anunciou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo o chefe do Departamento
de Produtos de Garantia para Acesso ao Crédito do BNDES, Luciano Lanz, para a
operacionalização do programa, são necessários ainda a realização de
assembleia geral extraordinária de cotistas do Fundo, a divulgação de regulamento
com as novas condições e o desenvolvimento e adaptação dos sistemas de
tecnologia da informação (TI) do BNDES e dos bancos parceiros. Na primeira
rodada do PEAC, foram 47 bancos habilitados.
“A expectativa é que esteja
disponível para concessão de garantias em torno de um mês”, informou Lanz.
Esse prazo conta a partir da
publicação hoje (21), no Diário Oficial da União (DOU), da portaria
assinada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes que estabeleceu as
diretrizes do novo PEAC-FGI, operacionalizado pelo Fundo Garantidor para
Investimentos (FGI).
Resultado de parceria entre o BNDES e
o Ministério da Economia, a segunda edição do PEAC foi viabilizada
pela Medida Provisória 1.114/2022, e contará com recursos já disponíveis no
Fundo Garantidor, sem necessidade de novos aportes da União.
Garantias
Os novos empréstimos terão como
garantia os recursos pagos pelas empresas referentes aos financiamentos
garantidos até o término do primeiro PEAC, em dezembro de 2020.
“Nessa nova rodada, não há novo
aporte de recursos do Tesouro. O que acontece é que os recursos que já foram
liberados em decorrência de resultados de aplicações financeiras do Fundo ou de
operações de garantia eventualmente já liquidadas estão sendo usados para
concessão de novas garantias”.
Com isso, a expectativa
é ter em torno de R$ 1 bilhão de recursos este ano e algo próximo de
R$ 1,2 bilhão, no próximo exercício. Considerando a expectativa de alavancagem
desses recursos, Lanz estimou que isso deve possibilitar um volume perto de R$
22 bilhões até o final de 2023, em termos de crédito garantido.
Na versão anterior, lançada
em 30 de junho de 2020 como medida para mitigar a crise
econômica gerada pela pandemia da covid-19, o PEAC-FGI recebeu quatro aportes
do Tesouro Nacional no montante de R$ 5 bilhões cada, somando R$ 20 bilhões,
para garantia dos recursos destinados para financiamentos pela rede de bancos
parceiros, com baixo risco de inadimplência.
Luciano Lanz destacou que outra
grande diferença em relação ao PEAC-FGI de 2020 é a exclusão da garantia para
grandes empresas. Além disso, para os microempreendedores individuais e
microempresas, foi definido o limite máximo de 30% para cobertura de
inadimplência permitido na Lei 14.042.
“Com isso, você reforça o compromisso
do governo federal e do BNDES no apoio ao empreendedorismo e no acesso ao
crédito para aqueles que têm maior dificuldade em oferecer garantias ao sistema
bancário”.
Por outro lado, o percentual máximo
de cobertura de inadimplência para pequenas empresas será de 10% e, para
médias empresas, 7%, mostrando redução em comparação ao primeiro PEAC,
quando os percentuais eram de 30% e 20%, respectivamente.
Lanz deixou claro que o foco é
ampliar o acesso para microempreendedores individuais e microempresas. Ele
lembrou também que, no primeiro PEAC, a situação era mais grave, gerada
pela pandemia do novo coronavírus, e existia necessidade de esses percentuais
para pequenas e médias empresas serem mais altos do que são hoje.
“Apesar de a gente ainda estar
sentindo os efeitos da pandemia, da própria guerra da Ucrânia e outras
questões, a gente está em uma situação menos crítica sob esse ponto, o que
permite que você reduza o percentual para esses segmentos, mas mantendo a
expectativa de efetividade e alcance do programa”, afirmou.
Balanço
As contratações de financiamento do
primeiro PEAC-FGI foram encerradas em dezembro de 2020. Dados acumulados pelo
BNDES entre 30 de junho e 31 de dezembro de 2020 revelam
que o total de financiamentos contratados com garantia pelo programa emergencial
de crédito alcançou R$ 92,1 bilhões, por meio de mais de 40 agentes
financeiros, com 135.720 operações e apoio a 114.355 empresas de todas as
regiões do país. Dessas companhias, 68% eram de pequeno porte; 31% de médio
porte; 1% de grande porte. Os financiamentos foram concedidos em mais de 3.800
municípios.
Edição: Lílian Beraldo