A receita ajuntada pela administração de Darci
Lermen no decorrer deste ano, já consideradas as deduções legais e
constitucionais, alcançou nesta sexta-feira (28) a cifra de R$ 2 bilhões. É um
valor opulento, mas que marcha em ritmo mais lento que em 2021, quando a marca
foi batida praticamente um mês antes, no dia 30 de setembro. As informações
foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.
A bem da verdade, quem consultar o portal da
transparência do município de Parauapebas verá a receita corrente líquida na
casa de R$ 1,982 bilhão. Porém, a esse valor soma-se a entrada de recursos que
ainda não foram atualizados pelo portal e não tiveram tratamento contábil.
Nesta sexta-feira, os cofres do município receberam recursos do Fundo de
Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), da Lei Kandir, entre outros.
A questão, porém, é que a receita se mostra quase
R$ 300 milhões mais baixa que o apurado no mesmo período do ano passado. Em
2021, quando outubro encerrou, a Prefeitura de Parauapebas tinha acumulado R$
2,27 bilhões, conforme análise do Blog do Zé Dudu a partir da receita líquida
mês a mês informada pelo próprio governo local em prestação de contas oficial
entregue ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Despesas
não dão trégua
Com menos dinheiro no caixa na contramão de
despesas que não param de crescer, o município se vê aperreado com as contas. O
Blog constatou que, ao longo deste ano, já foram pagos R$ 2,315 bilhões, R$ 300
milhões acima da receita apurada. Isso só foi possível porque havia dinheiro em
caixa devido ao bom desempenho da gestão fiscal nos anos anteriores.
Mas o panorama não é, atualmente, dos melhores,
embora a receita continue sendo robusta. O governo municipal está se vendo
obrigado a cortar da própria carne, diminuindo o ritmo de contratos e de
pagamentos por falta de recurso suficiente para dar conta das despesas
volumosas contraídas. A maior delas, a folha de pagamento, não baixou um
tostão, apesar das medidas de contenção de gastos anunciadas em maio como forma
de barrar a farra das contratações de temporários no Poder Executivo.
Até o final do ano, a Prefeitura de Parauapebas
ainda tem três folhas de pagamento para quitar, referentes aos meses de
novembro e dezembro, bem como o décimo terceiro salário dos servidores. Juntas elas
somam quase R$ 300 milhões, ainda assim é incerto e não sabido se a
Administração terá recursos suficientes para honrar o compromisso com seus mais
de 12.500 trabalhadores espalhados pela prefeitura e a autarquia de água e
esgoto. O cenário é desafiador.