As 144 prefeituras paraenses arrecadaram ao longo
de 2022 uma fortuna estimada em cerca de R$ 30 bilhões, e as 20 mais ricas do
estado foram responsáveis por movimentar R$ 58 de cada R$ 100 que ingressaram
nos cofres públicos dos municípios. Em valores líquidos, as administrações mais
abastadas ajuntaram R$ 17,528 bilhões, R$ 2 bilhões a mais que os R$ 15,482
bilhões movimentados em 2021. As informações foram levantadas com exclusividade
pelo Blog do Zé Dudu.
O Blog, que é referência pela divulgação inédita da
arrecadação das prefeituras todo começo de ano, apresenta agora o ranking das
20 prefeituras que mais faturaram dinheiro público em 2022, com base em
levantamento autoral refinado e cujo ponto de partida é a prestação de contas
de prefeituras e câmaras municipais entregue a órgãos de controle externo, a
saber, o Tesouro Nacional e o Tribunal de Contas dos Municípios do Pará.
Embora os dados sejam oficiais, prefeituras como
Castanhal e Itaituba ainda estão enroladas com prestação de contas final — seja
o balanço de execução orçamentária do 6º bimestre, seja da gestão fiscal do 3º
quadrimestre —, o que levou o Blog a buscar, como alternativa, relatórios
entregues pelas câmaras ou, na suspeita de informações incorretas, de balanços
de execução fiscal anteriores ao do 6º bimestre, ainda assim para o período de
12 meses corridos.
Reinado das bilionárias
O Pará já conta com meia dúzia de prefeituras
bilionárias, com a chegada triunfal das administrações de Ananindeua e
Santarém, as quais, pela primeira vez, superaram a cifra de R$ 1 bilhão em
receita líquida, aquela da qual já estão efetuadas deduções legais. Sem
novidade, o pódio é ocupado pela Prefeitura de Belém, que, com R$ 4,035 bilhões
líquidos, enriqueceu cerca de R$ 690 milhões em relação a 2021. A administração
de Edmilson Rodrigues da capital ficou 20,6% mais endinheirada de um ano para
outro, seu melhor desempenho financeiro dos últimos cinco anos.
A segunda posição é da Prefeitura de Parauapebas,
que, conforme já divulgado em outras reportagens pelo Blog do Zé Dudu, ficou
cerca de R$ 318 milhões mais pobre, devido à baixa na arrecadação de royalties
de mineração, mesma razão que fez com que a receita da Prefeitura de Canaã dos
Carajás, terceira no ranking, também retrocedesse R$ 71,5 milhões. O contrário
disso foi percebido na Prefeitura de Marabá, que enriqueceu aproximadamente R$
133 milhões, tornando-se a administração mais próspera do sudeste do Pará no
ano passado.
A lista das potências conta ainda com a presença de
Ananindeua e Santarém, com R$ 1,026 bilhão e R$ 1,022 bilhão, respectivamente,
engrossando a presença do Pará no pelotão das prefeituras mais ricas do Brasil
cujo ranking nacional o Blog está preparando para divulgar em breve a fim de
matar a curiosidade dos leitores que adoram comparações e mergulhar no submundo
quase secreto das contas das prefeituras.
Potencial de arrecadação
O Blog apimentou o ranking com a receita per
capita, já com dados populacionais atualizados, com base na prévia do censo
demográfico divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) no final do ano passado. A conta do potencial teórico de receita por
morador traz Canaã dos Carajás com R$ 20.597 na liderança (inclusive entre os
líderes nacionais) e Ananindeua com R$ 1.990 na rabeira (inclusive entre os da
rabeira nacional).
Parauapebas, com R$ 9.132, também tem geração de
receita por habitante duas vezes e meia acima da média do grupo das prefeituras
mais ricas, média essa que fica em R$ 3.854. Barcarena, com R$ 5.129, tem
geração de receita expressiva, assim como Tucuruí (R$ 4.976), Marabá (R$ 4.732)
e Paragominas (R$ 4.635). Já Ananindeua, Abaetetuba (R$ 2.495), Bragança (R$
2.606), Santarém (R$ 2.911) e Belém (R$ 2.951) não alcançam sequer R$ 3 mil de
receita líquida por pessoa.
Confira todos os detalhes da arrecadação das 20
prefeituras mais ricas do Pará nesse quadro preparado especialmente pelo Blog
do Zé Dudu!
RANKING TOP 20


