Nesta
terça-feira (01), representantes do Governo do Pará e da bancada federal
paraense questionaram a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) sobre o aumento tarifário médio de 16,25%, aprovado pela Agência para
ser aplicado pela Equatorial Energia na conta de luz dos paraenses a partir da
próxima segunda-feira (07). O questionamento foi acatado e, temporariamente,
o valor da energia elétrica permanece o mesmo no Estado.
O pleito da
comitiva paraense, que foi enviada pelo governador Helder Barbalho, foi
apresentado durante a 27ª Reunião Pública Ordinária da Diretoria da ANEEL,
realizada na sede do órgão, em Brasília, e levou em consideração aspectos
técnicos que baseiam a fórmula de cálculos tarifários, formato das audiências
públicas e o impacto socioeconômico das altas taxas.
Na
oportunidade, o procurador do Estado, Rafael Rolo, ressaltou que o Governo do
Pará judicializou o tema e, em paralelo, segue em tratativas com a Agência
Nacional de Energia Elétrica em busca de uma solução. O procurador indagou o
formato e a falta de ampla divulgação das audiências públicas promovidas pela
Aneel e questionou os métodos e padrões adotados para definição do novo
preço.
“Temos uma
ação Civil Pública ajuizada pelo Estado do Pará, com a Defensoria Pública do
Estado, contra essa revisão tarifária. Trabalhamos com cinco aspectos que são
essenciais e que, no nosso entender, não foram considerados como deveriam. São
pontos que envolvem uma dimensão macroeconômica e legislativa. Acreditamos que
se a revisão é necessária, uma possível revisão tarifária não poderia ser
realizada em patamar exagerado como o inicialmente proposto”, ponderou o
procurador.
Representando
a bancada federal paraense, o deputado Henderson Pinto, comentou que os
investimentos realizados pela operadora de energia são extremante baixos em
comparação ao aumento exponencial de seus lucros no Pará. Ele também
exemplificou casos em que o Governo do Pará realiza com investimentos próprios
para a expansão da rede de abastecimento elétrico no Estado.
“A empresa
tem um lucro de R$ 1,6 bilhões. É algo impressionante. Estamos aqui em nome do
povo do Pará para pedir e fazer um apelo para rever o reajuste e avançarmos com
um processo mais democrático. O povo do Pará não merece esse aumento,
principalmente diante de um lucro exorbitante, excessivo e acima dos níveis de
qualquer outra prestadora de serviço. Não podemos deixar a população do Pará
pague esse preço”, ponderou o deputado Federal.
Também
participaram da reunião, o Defensor Público do Pará, Cássio Bitar e Carlindo
Lins, Pereira Filho, representante do Conselho de Consumidores de energia
elétrica do Pará.
Diretor da
Aneel reconhece preço alto e sugere mudança na legislação
O
diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval de
Araújo Feitosa Neto, reconheceu o alto custo da energia para as Regiões Norte e
Nordeste do país e sugeriu intervenção legislativa do Congresso Nacional para
debater das regras do setor. O diretor fez um pedido de vistas e,
consequentemente, suspendeu, temporariamente, o reajuste. “Vou solicitar vistas
do processo para uma maior avaliação dos aspectos relacionados e discutidos”,
disse.