Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha fez o anuncio do projeto (Foto: )
Herança do
governo anterior, duas leis complementares (192/2022 e 194/2022) alteraram a
cobrança do ICMS, afetando os caixas estaduais. Governadores foram à Justiça,
obtendo liminares no STF. Do total no acordo, mais de R$ 15,2 bilhões já foram
ajustados, inclusive nas dívidas com a União, e o resto será acertado até 2025,
anunciou o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais.
Na época da
edição, as duas medidas do governo anterior, foram taxadas de eleitoreiras e
caça-votos às vésperas da eleição presidencial. Alexandre Padilha, informou
nesta terça-feira (12) que o governo federal irá antecipar R$ 10 bilhões a
estados e municípios para compensar a perda com o Imposto sobre a Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS). O valor estava previsto para ser repassado em
2024, mas será pago ainda este ano.
De acordo
com o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou incluir a
antecipação no Projeto de Lei Complementar (PLP) 136/2023, que trata das perdas
de ICMS e está em tramitação na Câmara dos Deputados.
“Isso
significa uma compensação de R$ 2,5 bilhões a mais para os municípios
brasileiros. [O presidente Lula] nos autorizou a incluir isso hoje
[terça-feira, 12/9] no PLP, que já teve aprovada a urgência na semana passada,
e o relatório vai ser apresentado pelo deputado Zeca Dirceu [PT-PR e relator do
projeto]”, afirmou Padilha.
Outra
medida acertada com o presidente Lula é a inclusão no projeto de uma
compensação aos municípios pela queda, de julho a setembro, nos repasses do
Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Desta forma, as prefeituras irão
receber um adicional de R$ 2,3 bilhões.
“Vai ter
uma parcela extra do governo federal que compensa essa queda dos últimos três
meses, garantindo também que os municípios tenham o FPM compensado, ajudando os
municípios a tocar suas ações da saúde, habitação.”
A
expectativa do governo, conforme Padilha, é que o PLP 136/2023 seja aprovado
nesta quarta-feira (13/9) na Câmara dos Deputados e, em seguida, no Senado.
Assim que aprovado, o governo iniciará os repasses aos estados, municípios e
Distrito Federal.
Para
compensar o desequilíbrio gerado nas contas públicas dos estados, o governo
enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Complementar (PLP) 136/2023, que
regulamenta a compensação de R$ 27 bilhões aos estados e ao Distrito Federal
após mudanças no ano passado na cobrança do Imposto de Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre as alíquotas sobre combustíveis, gás
natural, energia, telecomunicações e transporte coletivo, impactando na
arrecadação dos entes federativos.
A
tramitação da proposta já está em análise na Câmara dos Deputados e formaliza
acordo entre os governos federal e estaduais homologado pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) em junho. “É importante para a sustentabilidade fiscal dos
estados e das contas nacionais”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
ao anunciar o acordo, em maio.
Estados que
têm a receber até R$ 150 milhões contarão com 50% em 2023 e 50% em 2024.
Aqueles na faixa de R$ 150 milhões a R$ 500 milhões a receber terão 1/3 do
valor em 2023 e 2/3 em 2024. Quando o montante superar R$ 500 milhões a
receber, a compensação será de 25% em 2023, 50% em 2024 e 25% em 2025.
Estados em
Regime de Recuperação Fiscal (Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul)
receberão da mesma forma, com a diferença de que poderão abater R$ 900 milhões
na parcela das dívidas com a União em 2026. Em razão do ajuste fiscal, esses
estados estão quitando débitos com a União em condições especiais.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.