Na decisão, ministro Zanin (foto), do STF, concedeu liminar a pedido do governo e enviou decisão para o Plenário Virtual para os demais ministros votarem (Foto: )
Nesta
quinta-feira (25), o ministro Crisiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal
(STF), atendeu ação protocolada na quarta, pela Advocacia-Geral da União (AGU),
e concedeu liminar para suspender a desoneração de impostos sobre a folha de
pagamento de 17 setores da economia e de prefeituras de pequeno e médio porte,
prorrogada até 2027, conforme emenda do senador, Rodrigo Pacheco (PSD-MG),
presidente do Senado e do Congresso Federal, à Lei n° 14.784 de
2023.
O que foi
cantado em prosa e verso pelo próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
acabou acontecendo e pode custar muito mais que a disputa por recursos entre
Executivo e Legislativo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao
avalizar a judicialização de trechos da Lei n° 14.784 de
2023, tinha indicativo que obteria sucesso, e obteve, mesmo
colocando em em risco 1 milhão de empregos em todo o País, segundo setores da
Economia.
A ação da
AGU pede ainda que a MP (medida provisória) n° 1.202, de 2023, seja considerada
constitucional. O texto tinha objetivo de aumentar a arrecadação por meio de
algumas iniciativas, como o fim gradual do Perse (Programa Emergencial de
Retomada do Setor de Eventos) e da desoneração, aprovado no meio
desta semana pela Câmara dos Deputados, mas ainda pendente
de deliberação no Senado.
Segundo o
governo, a manutenção do mecanismo vai contra princípios da Constituição
Federal, da Lei de Responsabilidade Fiscal (lei complementar n° 101, de 2000) e
da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Mas, não é só isso. A situação fiscal do
governo é preocupante, uma vez que não há qualquer indicação que haverá alguma
providência para a redução dos gastos públicos.
Na decisão
liminar, o ministro Zanin considerou que, sem indicação do impacto
orçamentário, poderá ocorrer “um desajuste significativo nas contas públicas e
um esvaziamento do regime fiscal constitucionalizado”.
A suspensão
tem efeito imediato, mas Zanin, submeteu a decisão aos colegas. Os demais
ministros vão analisá-la em sessão virtual que se inicia na madrugada desta
sexta-feira (26) e termina no dia 6 de maio.
A liminar
levou a reações de congressistas e de setores produtivos. Para o presidente do
Senado e também do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), trata-se de um
“terceiro turno”.
Reação
A reação
veio a galope. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, em
nota, que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “erra ao judicializar a
política e impor suas próprias razões, num aparente terceiro turno de discussão
sobre o tema da desoneração da folha de pagamento”.
A pedido do
Executivo, o ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal),
suspendeu nesta quinta-feira (25) trechos da lei que prorrogou a desoneração da
folha de 17 setores e prefeituras de pequeno e médio porte.
Pacheco
afirmou que respeita a decisão de Zanin e que buscará apontar os argumentos do
Congresso Nacional ao STF pela via do devido processo legal.
“Mas também
cuidarei das providências políticas que façam ser respeitada a opção do
parlamento pela manutenção de empregos e sobrevivência de pequenos e médios
municípios”.
O
presidente do Senado disse ainda que vai se reunir nesta sexta (26) com a
consultoria e a advocacia da Casa para tratar do tema e convocará uma reunião
de líderes.
* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente
do Blog
do Zé Dudu em
Brasília.