Filas intermináveis de
motoristas foram registradas no início da noite desta segunda-feira (8),
próximo a postos de combustíveis
A Petrobras anunciou nesta
segunda-feira (8) reajuste nos preços da gasolina e no gás de cozinha (GLP)
para as distribuidoras. Os novos preços valem a partir de amanhã, dia 9. As
ações da estatal subiram 2,5% no Ibovespa, operando entre as maiores altas do
índice. A valorização dos papéis se deve ao anúncio dos reajustes de R$ 0,20
nos preços da gasolina e de R$ 3,10 no gás de cozinha.
Com menos de um mês no cargo,
esse é o primeiro reajuste no valor de combustíveis desde que Magda Chambriard
assumiu a presidência da Petrobras, em 24 de maio. Tanto a ação ordinária
quanto a preferencial da estatal tiveram alta, fugindo da estabilidade projetada
em que estavam.
O litro da gasolina ficará R$
0,20 mais caro, chegando a uma média de R$ 3,01 por litro – o que representa
uma alta é de 7,11%.
O gás de cozinha aumentará R$
3,10, elevando o botijão de 13 quilos para uma média de R$ 34,70 – um reajuste
de 9,6%.
Para o consumidor, o aumento será
em torno de 2,5%, segundo cálculos da Warren Investimentos. O impacto também é
previsto para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho e do ano.
Em 2024, deve saltar de 4,10% para 4,28%.
“A alta da gasolina de R$ 0,20
centavos equivale a 7,15% na refinaria, o que significa aumento em torno de
2,50% na bomba”, estima Andréa Angelo, estrategista de Inflação da Warren
Investimentos.
O último aumento da gasolina foi
em agosto de 2023. Em outubro, houve uma redução de R$ 0,12, para R$ 2,81 o
litro.
No caso do GLP, o aumento mais
recente foi em março de 2022. No ano passado, o gás de cozinha passou por duas
reduções de preço.
Apesar do aumento, o relatório
diário da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom),
divulgado na semana passada, aponta uma defasagem de 19% no preço da gasolina
em relação ao praticado no mercado internacional.
Em reais, a defasagem média chega
a R$ 0,59 o litro, segundo a Abicom. A diferença de preços é impulsionada pela
valorização do dólar e pela alta na cotação do petróleo.
Porém, em maio de 2023, a
Petrobras anunciou uma nova estratégia de preços, dando fim ao regime de preço
de paridade de importação (PPI), que ajusta o preço dos combustíveis conforme
variação da cotação do petróleo e do dólar.
“Considerando a mistura
obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para composição da
gasolina C vendida nos postos, a parcela da Petrobras na composição do preço ao
consumidor passará a ser de R$ 2,20 /litro, uma variação de R$ 0,15 a cada litro
de gasolina C”, disse a empresa.
* Reportagem: Val-André
Mutran – Correspondente do Blog do
Zé Dudu em Brasília.