O Pará encerrou o primeiro
semestre deste ano com um acumulado de US$ 10.754.043.353 bilhões em
exportações provenientes de 981 produtos, crescimento de 4,5% em relação ao
desempenho no mesmo período do ano passado. A quantidade de produtos
exportados, no entanto, apresentou uma variação negativa de -9,5% em comparação
com o mesmo período de 2023. Os dados são do Ministério da Economia, analisados
e divulgados pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias
do Estado do Pará (FIEPA/CIN).
No contexto da Região Norte, onde
as exportações no período foram de US$ 14.540.245.219 bilhões (+1,41% em
comparação com 2023), o estado permaneceu como o principal exportador,
contribuindo com 6,42% do total.
No comparativo com os demais
estados da Amazônia Legal, o Pará ocupou a segunda posição nas exportações,
atrás apenas do Mato Grosso. Já no ranking nacional, a participação nas
exportações passou de 6,2% para 6,4%, crescimento que manteve o estado como o
sexto maior exportador nacional.
Os resultados observados no
primeiro semestre mostram ainda um saldo de US$ 9.855.394.614 bilhões, valor
que manteve o Pará na terceira colocação no país, atrás de Mato Grosso e Minas
Gerais.
Clique aqui para acesso à íntegra dos resultados da Balança
Comercial do Pará – janeiro a junho de 2024
Setores
O setor mineral manteve-se como
carro-chefe da Balança Comercial do estado, respondendo por 81,71% das
exportações paraenses. Foram 143.265.561 toneladas (t), que resultaram em um
valor de US$ 8.787.614.279 bilhões no período, com destaque para o minério de
ferro bruto, minério de cobre, alumina calcinada e alumínio não ligado e
derivados.
A análise da FIEPA/CIN destaca
também a geração de uma receita de exportação de US$ 245.937.170 milhões
referente a produtos tradicionais, que levaram a uma variação positiva de 3,91%
em comparação com o mesmo período no ano anterior, liderados por sucos de
frutas, madeira e pimenta “piper”, que juntos representaram US$ 207.113.995.
Entre os produtos não
convencionais, o destaque foi para as carnes bovinas e soja, que totalizaram
US$ 1.405.750.684 bilhão dos US$ 1.651.810.476 bilhão exportado no setor de
produtos não tradicionais, o que, na avaliação da FIEPA/CIN, ressalta a robustez
das exportações paraenses desses produtos em destaque.
Municípios
Quanto à distribuição geográfica
das exportações, o interior do Pará permanece na dianteira, representando 84%
do total, enquanto a região metropolitana contribuiu com 16%, que significam um
total de US$ 1.753.949.321 bilhão. Na avaliação geral dos municípios paraenses,
a capital, Belém, ocupa o décimo lugar no ranking das exportações, com US$
106.575.201 milhões no período.
Entre as cidades paraenses que se
destacaram nas exportações, Canaã dos Carajás manteve-se na liderança, com um
total de US$ 3.262.983.458, seguido de Parauapebas, com exportações no valor de
US$ 2.800.912.050 bilhões, principalmente de minérios de ferro e cobre.
Veja abaixo a lista dos dez
municípios paraenses com maior destaque nas exportações do primeiro semestre de
2024:
- Canaã dos Carajás: US$ 3.262.983.458 bilhões;
- Parauapebas: US$ 2.800.912.050 bilhões;
- Barcarena: US$ 1.433.096.610 bilhão;
- Marabá: US$ 1.167.532.524 bilhão;
- Redenção: US$ 554.430.171 milhões;
- Paragominas: US$ 534.493.916 milhões;
- Curionópolis: US$ 228.944.990 milhões;
- Santarém: US$ 177.466.130 milhões;
- Castanhal: US$ 121.281.920 milhões;
- Belém: US$ 106.575.201 milhões.
Mercados
A coordenadora da FIEPA/CIN,
Cassandra Lobato, explica que o Pará tem se mostrado atrativo para os países
asiáticos, como China, Malásia e Japão. Segundo ela, esses países importaram
pouco mais de US$ 6 bilhões em produtos do estado, com destaque para os
minérios de ferro.
Ao observar os blocos econômicos,
constata-se que a Ásia registrou uma variação de 9,45% durante o período
analisado, mantendo sua posição como principal destino das exportações, com
mais de 60% de participação. Em segundo lugar está a União Europeia, que no mês
de junho importou US$1.745.731.177 bilhões, registrando uma participação de
16,23%.
Os Países Baixos (Holanda) e
Alemanha destacam-se como os principais compradores, importando US$ 372.262.517
milhões e US$ 324.163.106 milhões, respectivamente. A América do Norte
contribuiu com 7,82% das exportações, com os Estados Unidos se destacando como
os maiores importadores dentro do subcontinente, com um valor total de cerca de
US$ 397.672.796 milhões.
Portos
Na avaliação do volume exportado
pelos portos da região, o Porto de São Luís (MA) permanece como o principal
ponto de exportação do Pará, registrando um montante de US$ 7.590.060.045
bilhões, tendo o minério de ferro e o cobre como principais cargas. Já o Porto
de Belém manteve-se em segundo lugar, com US$ 2.560.566.128 milhões, exportando
principalmente alumina calcinada, mas com uma queda de -12,99% nas toneladas
desse produto em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Segundo semestre
Lobato avalia a expectativa para
as exportações no segundo semestre de 2024. “É no segundo semestre que se
inicia a safra do açaí e isso, com certeza, já significa um aumento no volume
exportado do estado do Pará. Além disso, também no segundo semestre começa o
ciclo de corte da madeira, um produto tradicional. São dois produtos que
monitoramos e percebemos que contribuem bastante para a Balança Comercial”,
destaca. E acrescenta: “Há ainda produtos que a gente chama ‘não tradicionais’,
como a carne bovina e a soja, que também vêm contribuindo muito com a Balança
Comercial, tanto na diversificação da pauta, quanto com a consolidação de um
comprador que, até então, era muito tradicional dos minérios, que é a China”.
Ela assinala ainda a atuação da
agroindústria, com destaque para a cadeia da carne, nas exportações do Pará
para o mercado asiático. “Nós observamos a agroindústria muito forte dentro do
processo de internacionalização, que contribui muito para a diversificação da
pauta. Um desses produtos que mencionei, a carne, recebe o beneficiamento – o
que aumenta o seu valor agregado. Há também o esforço da cadeia da carne no
estado para que esteja de acordo com as normas sanitárias, de modo a atender o
mercado asiático,” conclui.
Importações paraenses
apresentaram queda de quase 20%
Em relação às importações, o Pará
recebeu cerca de US$ 898.648.739 milhões em produtos importados, totalizando
2.085.312 milhões de toneladas, uma redução de -19,88% em relação ao ano
anterior. A análise da FIEPA/CIN destaca que esses produtos têm origem,
majoritariamente, “das três principais potências comerciais: os Estados Unidos,
a Rússia e a China, que têm sido os principais fornecedores do Pará.”
Na avaliação referente à Região
Norte, o estado do Amazonas foi o principal importador, contribuindo com US$
8.008.926.433 bilhões dos US$ 10.081.565.064 bilhões importados pela Região, o
que, segundo a FIEPA/CIN, pode ser explicado em grande parte à presença das
empresas montadoras localizadas na Zona Franca de Manaus.
O Pará permanece em segundo lugar
na região, importando um total de US$ 898.648.739 milhões, com uma
variação negativa de -19,88%. Entre os principais produtos importados no estado
estão produtos químicos como hidróxido de sódio, cloretos de potássio e ureia,
utilizados em diversos processos para a agroindústria.