O município de Parauapebas
exportou 596 milhões de dólares em commodities no mês passado, posicionando-se
em 5º lugar na balança comercial brasileira. Foi o agosto mais fraco da Capital
do Minério em cinco anos e praticamente três vezes abaixo do movimento
registrado em 2021, quando no oitavo mês daquele ano o município embarcou 1,552
bilhão de dólares em produtos da terra.
As informações foram levantadas
pelo Blog do Zé Dudu, que analisou microdados da balança comercial do país
liberados nesta sexta-feira (6) pelo Ministério da Economia. A retração de
Parauapebas no nicho de exportações tem relação direta com o crescimento do
vizinho Canaã dos Carajás, uma vez que ambos travam uma espécie de “guerra
fria” na produção de uma mesma commodity: o minério de ferro, terceiro produto
mais valioso da cesta de exportações do Brasil, atrás da soja e do petróleo.
Em Parauapebas, as exportações de
agosto foram inferiores às de janeiro (634,7 milhões de dólares) e às de julho
(660,1 milhões de dólares). Os embarques locais são quase totalmente de minério
de ferro, e no acumulado deste ano o município transacionou 4,07 bilhões de
dólares, muito distante dos tempos áureos do minério de ferro, nos ciclos entre
2010 e 2014 e entre 2019 e 2022. A mineradora multinacional Vale é responsável
por toda essa movimentação financeira.
Canaã dos Carajás
Em 6º no ranking nacional das
exportações, a Terra Prometida teve o melhor desempenho dos últimos três anos,
tendo enviado ao exterior 580,2 milhões de dólares. Porém, Canaã dos Carajás
assistiu a seu momento de glória em 2021, quando sua balança comercial cravou
1,26 bilhão em agosto. Em nenhum outro agosto o volume de exportações chegou
sequer à metade disso.
No acumulado deste ano, Canaã dos
Carajás registra 4,5 bilhões de dólares em exportações e supera Parauapebas.
Nesse recorte, que considera as transações comerciais do período de janeiro a
agosto, as posições se invertem, com a Terra Prometida em 5º lugar, ao passo
que a Capital do Minério cai para a 6ª posição. A cidade do Rio de Janeiro, com
16,41 bilhões de dólares, lidera a balança comercial este ano, seguida por
Duque de Caxias-RJ (12,53 bilhões), Santos (4,96 bilhões) e Paranaguá (4,95
bilhões).
Outros municípios
Mas nem só de Parauapebas e Canaã
vive a balança comercial paraense. Na lista dos 100 maiores exportadores do
Brasil, é possível identificar Barcarena, com 204,64 milhões de dólares
embarcados em agosto (27ª posição); Marabá, com 148,52 milhões (43ª posição);
Redenção, com 70,73 milhões (80ª posição); e Paragominas, com 69,24 milhões
(83ª posição).
O Pará foi o 5º maior exportador
do Brasil em agosto, com volume de 1,91 bilhão de dólares em diversas
commodities — a maioria do setor mineral e do agronegócio — enviadas ao mundo,
atrás apenas do Paraná (2,49 bilhões), Minas Gerais (3,12 bilhões), Rio de
Janeiro (4,6 bilhões) e São Paulo (6,73 bilhões). No acumulado do ano, a maior
economia do Norte totaliza 15,42 bilhões exportados em produtos da terra, atrás
dos quatro estados já citados e, também, do Mato Grosso.
Fonte Zedudu