Equipamentos foram comprados da China e não funcionaram. (Foto: Agência Pará) (Foto: )
O
procurador-geral de Justiça do Pará, Gilberto Valente, pediu o afastamento do
governador Helder Barbalho, nesta terça-feira (10). O motivo seria a suspeita
de improbidade administrativa pela compra de kits de respiradores. A ação
inclui outros nomes já investigados pela Polícia Federal, em operações que
resultaram na queda dos antigos titulares da Casa Civil, Parsifal Pontes, e da
Sespa, Alberto Beltrame. O valor das indenizações apontadas pelo PGJ chegam a
R$ 10 milhões.
A ação do PGJ,
protocolada na Primeira Vara de Fazenda da Capital, pede também indenização por
danos morais e coletivos; indisponibilidade de bens; e quebra de sigilos
bancário e fiscal. Gilberto Valente, no texto da ação, cita “corrupção
sistêmica” com “ingerência direta” de Helder.
Na ação, são
citados o governador, Parsifal de Jesus Pontes (ex-chefe da Casa Civil do
Pará), Alberto Beltrame (ex-secretário de Saúde do Pará), Peter Cassol Silveira
(ex-secretário adjunto de Gestão Administrativa da Sespa), Cintia de Santana
Andrade Teixeira (ex-diretora de departamento administrativo e serviços da
Sespa), Leonardo Maia Nascimento (ex-assessor do gabinete do governador,
responsável pelo contrato com a SKN do Brasil), SKN do Brasil Importação e
Exportação de Eletroeletrônicos LTDA (matriz no Rio de Janeiro, e filiais no
RJ, ES e PA), André Felipe de Oliveira da Silva (procurador da empresa SKN do Brasil),
Felipe Nabuco dos Santos (sócio da SKN do Brasil) e Márcia Velloso Nogueira
(sócia administradora da SKN do Brasil).
Toda a ação
segue colocando sob suspeita a compra de 400 kits de respiradores, que seriam
usados para o tratamento de pacientes de covid-19. A compra foi feita durante o
pico da pandemia. Os equipamentos não funcionavam, apesar de o governo ter
insistido que funcionavam sim. A compra foi no valor de R$50,4 milhões, com
adiantamento de R$25,2 milhões.
Em nota, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE)
informou apenas que “…não foi notificada e por isso não teve acesso à Ação
Civil Pública”. Numa outra nota, que vinha sendo veiculada na TV, no território
estadual e nas redes sociais digitais, o Governo do Estado dizia que os R$ 25,2
milhões pagos de adiantamento foram ressarcidos.
Ainda na nota
anterior à ação do PGJ Gilberto Valente, o Governo do Pará também ressaltava
ter processado a empresa SKN e ter bloqueado R$ 1,6 milhão. E ainda garante que
buscou solução para os problemas judicialmente e que apoia e colabora com todas
as investigações.