O presidente do Haiti, Jovenel Moise, foi morto em um ataque à
residência oficial, na capital Porto Príncipe, na madrugada desta quarta-feira (7), anunciou o
primeiro-ministro do país, Claude Joseph.
O premiê afirmou também que a
primeira-dama Martine Moise levou um tiro, mas não informou o estado de saúde
dela.
Joseph afirmou em um comunicado
que “um grupo de indivíduos não identificados, alguns dos quais
falavam em espanhol, atacou a residência privada do presidente da República”
por volta da 1h e “feriu mortalmente o Chefe de Estado”.
O premiê pediu à população “que se
acalme” e afirmou que “a situação da segurança no país está sob o controle da
Polícia Nacional haitiana e das Forças Armadas do Haiti”. “Todas as medidas estão sendo tomadas para
garantir a continuidade do Estado e proteger a nação”.
O país de 11,4 milhões de habitantes faz fronteira
com a República Dominicana em uma ilha no Caribe e tem um dos menores IDHs
(Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo: 0,51.
Crise política
Em fevereiro, autoridades do país
disseram ter frustrado uma “tentativa de golpe” de Estado contra o presidente,
que teria sido alvo de um atentado malsucedido.
Mais de 20 pessoas foram presas na
ocasião, inclusive um juiz federal do Tribunal de Cassação e uma inspetora
geral da Polícia Nacional.
Moise governava o Haiti sem o controle
do Legislativo desde o ano passado e
dizia que ficaria no cargo até 7 de fevereiro de 2022, em uma interpretação da
Constituição rejeitada pela oposição. Para eles, o mandato do presidente havia
terminado em 7 de fevereiro deste ano.
Histórico de problemas institucionais
A disputa sobre o fim do mandato era
consequência da primeira eleição de Moise. Ele foi eleito em outubro de 2015
para um mandato de cinco anos, em um pleito cancelado por fraudes, venceu uma
nova disputa no ano seguinte e tomou posse apenas em 2017.
Eleições legislativas e municipais
deveriam ser realizadas neste ano, mas elas foram adiadas para 2022 — o que
gerou um vácuo de poder, e Moise afirmava que estava habilitado para continuar
no cargo por mais um ano.
An 10