Olavo Renato Martins Guimarães foi preso na casa dele em Indaiatuba, em São Paulo. (Foto: )
Olavo Renato Martins Guimarães foi preso na casa
dele em Indaiatuba, em São Paulo. Ele presta depoimentos pelos crimes de
estelionato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa,
antes de ser enviado ao Pará.
O delegado Almir Alves, da Diretoria Estadual de
Combate à Corrupção (Decor), de Polícia Civil, disse que Olavo Renato Martins
Guimarães, preso em São Paulo nesta quinta (12), utilizava documentos falsos
para dar garantias às vítimas em um esquema de fraudes envolvendo investimentos
financeiros. Segundo as investigações, ao menos 500 pessoas foram prejudicadas
em Belém, somando um prejuízo de R$60 milhões.
“A associação foi criada aplicando o golpe em
várias vítimas, prometendo lucros muito acima do valor de mercado, e quem
investia mais de R$100 mil, teria imóveis como garantia, mas isso não existia,
os documentos eram fraudulentos, e as pessoas tiveram o sonho destruído”,
detalhou.
A prisão ocorre na segunda fase da “Operação Wolf”
da Polícia Civil do Pará, com apoio da polícia paulista. Um mandado de busca e
apreensão também foi cumprido, apreendendo documentos, aparelhos celulares e
computadores, que segundo o delegado Almir Alves, “serão juntados ao
inquérito”. “O acusado está sendo ouvido e colaborando com as investigações”,
afirmou.
A Polícia representou pelo bloqueio de bens do
suspeito, no valor de cerca de R$43 milhões, que deve ser usado para ressarcir
as vítimas.
“Era uma espécie de pirâmide financeira, prometendo
lucros acima do mercado. É preciso muita cautela, pois não existem essas
vantagens colocadas com lucros muito acima, é preciso fazer pesquisa antes e
ter muita atenção nesse tipo de oferta”, diz o delegado.
Ainda segundo Alves, outras pessoas estão
envolvidas na ação criminosa, que deve continuar sendo investigada pela Polícia
Civil.
Prisão
Olavo Renato Martins Guimarães, apontado como chefe
do esquema, foi preso na cidade de Indaiatuba, município que fica a 102
quilômetros da capital paulista. Os agentes da PC do Pará, com apoio da polícia
paulista, chegaram à residência dele no início da manhã.
Ele vai responder pelos crimes de estelionato,
falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O preso foi
levado para a sede da Polícia Civil em São Paulo e, após os procedimentos
cabíveis, ele deve ficar à disposição da Justiça do Pará.
Investigação
As investigações apontam que o representante legal
da empresa Wolf, “seria o criador do esquema piramidal”, que funcionava com
recrutamento de investidores, utilizando dos recursos financeiros dos clientes
para remunerar membros das camadas anteriores da “pirâmide”.
Na época em que foi divulgado o caso, as vítimas
prestaram depoimentos à Polícia e disseram que muitos clientes foram atraídos
pela oferta de lucros elevados em pouco tempo. A empresa Wolf Invest oferecia
garantia de investimento com rendimento de até 10% ao mês.
Mais de 30 pessoas chegaram a registrar boletim de
ocorrência contra a empresa de investimento financeiro. De acordo com as
vítimas, os rendimentos dos valores investidos foram repassados pela empresa
até maio de 2019, quando os pagamentos foram interrompidos.
Uma das vítimas relatou ainda que o dono da empresa
disse que os clientes que investissem acima de R$100 mil teriam uma escritura
de imóvel no valor como garantia, chamada ‘garantia imobiliária’. As vítimas,
no entanto, nunca receberam a escritura ou a quantia de volta. (G1 PARÁ)