
Deputado federal Daniel Silveira (PSL) chega ao IML do Rio de Janeiro (RJ) nesta quarta-feira (17) para fazer exame de corpo de delito. O ministro do STF Alexandre de Moraes expediu uma ordem de prisão em flagrante contra o deputado depois que ele di (Foto: )
Brasília – O deputado
federal Daniel Silveira (PSL-RJ) teve a prisão preventiva revogada nesta
segunda-feira (8), pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre
de Moraes, que determinou que ele seja submetido a medidas cautelares. O
descumprimento da ordem poderá levá-lo de volta à prisão.
Segundo a decisão do ministro, o parlamentar
fluminense, preso desde fevereiro deste ano após postar nas redes sociais
ameaças à integridade física de membros da Corte, está terminantemente proibido
de ter “qualquer forma de acesso ou contato com os demais investigados nos
Inquéritos 4.781/DF e 4.874/DF, salvo os parlamentares federais”. Esses
inquéritos investigam respectivamente ataques ao STF e atos antidemocráticos
que tramitam no Tribunal.
O deputado também não poderá usar nenhuma rede social “em nome próprio ou ainda
por intermédio de sua assessoria de imprensa ou de comunicação e de qualquer
outra pessoa, física ou jurídica, que fale ou se expresse e se comunique (mesmo
com o uso de símbolos, sinais e fotografias) em seu nome, direta ou
indiretamente, de modo a dar a entender esteja falando em seu nome ou com o seu
conhecimento, mesmo tácito”. Se infringir as medidas, Silveira volta para a
prisão.



Segundo o ministro do STF, as redes sociais foram um “instrumento utilizado
para a prática reiterada das infrações penais imputadas ao réu pelo Ministério
Público”.
Em fevereiro deste ano, a Procuradoria-Geral da
República (PGR) acusou o deputado de agressões verbais e ameaças a ministros da
Corte para favorecer interesse próprio, de incitar a violência para impedir o
livre exercício dos Poderes Legislativo e Judiciário, e de incitar a
animosidade entre as Forças Armadas e o STF. Em abril, por unanimidade, o
plenário do STF recebeu a denúncia, transformando-o em réu.
Em fevereiro deste ano, a Procuradoria-Geral da
República (PGR) acusou o deputado de agressões verbais e ameaças a ministros da
Corte para favorecer interesse próprio, de incitar a violência para impedir o
livre exercício dos Poderes Legislativo e Judiciário, e de incitar a
animosidade entre as Forças Armadas e o STF. Em abril, por unanimidade, o
plenário do STF recebeu a denúncia, transformando-o em réu.
Ele tinha sido preso em fevereiro por ordem de
Moraes, numa decisão que foi referendada pelo plenário do STF. Em março, o
ministro deu a ele o direito à prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
Em junho, Moraes apontou “as inúmeras violações ao monitoramento eletrônico” e
restabeleceu a prisão.
“O panorama processual que justificou a prisão do
réu, todavia, não mais subsiste, uma vez que a instrução criminal foi
devidamente encerrada, inclusive com a apresentação de alegações finais pelo
Ministério Público e pela defesa; sendo, portanto, possível a substituição da
prisão por medidas cautelares diversas, conforme pacífica jurisprudência desta
Corte Suprema”, diz trecho da decisão dada agora por Moraes.
Por outro lado, o ministro não deixou de criticar a
conduta do deputado: “Conforme ressaltado em diversas ocasiões nestes autos, os
fatos criminosos praticados por Daniel Silveira são gravíssimos, como realçado
na denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República, recebida por esta
Corte e que será objeto de deliberação do Plenário quanto ao mérito, porque não
só atingiram a honorabilidade e constituíram ameaça ilegal à segurança dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, como se revestiram de claro intuito de tentar
impedir o exercício da judicatura, notadamente a independência do Poder
Judiciário e a manutenção do Estado Democrático de Direito, em claro
descompasso com o postulado da liberdade de expressão, dado que o denunciado,
expressamente, propagou a adoção de medidas antidemocráticas contra a Corte,
insistiu em discurso de ódio e a favor do AI-5 e medidas antidemocráticas.”
Reportagem: Val-André
Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em
Brasília.
Fonte Ze Dudu