Brasília – Uma nova
modalidade sofisticada de golpe cibernético já causou prejuízos a mais de 50
mil correntistas em todo o país. Batizado de “mão fantasma”, a armadilha dos
golpistas consiste em convencer as vítimas de que estão falando com um
funcionário do banco que o convence a instalar um aplicativo (malware),
software que que lhes dá total acesso ao aparelho remotamente. Desta forma o
vigarista consegue vascular o aparelho para encontrar senhas e utilizar os
aplicativos de bancos para cometer as fraudes. A divisão de inteligência
cibernética da Polícia Federal foi alertada para o golpe pela Federação
Brasileira de Bancos (Febraban) nesta semana.
O modus operandi dos golpistas é
enviar uma mensagem ou um e-mail ou fazer um telefonema à potencial vítima,
informando que foram feitas movimentações estranhas na sua conta bancária.
Nesse ponto, as autoridades alertam aos usuários para que as pessoas tenham
atenção e liguem para o telefone oficial da sua agência bancária para checar o
que se passa.
Outra recomendação é não abrir e-mails e mensagens
em aplicativos de troca de mensagens de pessoas desconhecidas. “Mesmo pessoas
conhecidas, sem saber, estão, involuntariamente, encaminhando esses links à sua
lista de conhecidos sem saber que estão ajudando a disseminar o golpe. Os
links, invariavelmente, oferecem algum tipo de promoção ou vantagem na compra
de produtos ou serviços ou outra desculpa qualquer para enganar os incautos”,
diz a PF.
Após atender o telefone dos vigaristas, é pedido à
vítima que um aplicativo seja atualizado por segurança, e um link é enviado. É
nesse momento que os criminosos conseguem instalar um programa de acesso remoto
no celular do alvo e começam a movimentar tudo que tiverem acesso — em
especial, as contas no banco.
Sob controle dos hackers, é como se o dispositivo
estivesse sendo usado por uma “mão fantasma”, abrindo e fechando aplicativos
sozinho. Ele, na verdade, está sendo acessado de outro lugar, e os criminosos
vão atrás de senhas de banco que possam estar salvas no aparelho.
A Polícia Federal alerta que os bancos nunca entram
em contato pedindo que seja instalado algum aplicativo, nem enviam links aos
seus clientes. Se alguma dessas coisas acontecer, desconfie.
Os aplicativos de banco, além disso, são em si
seguros, afirma a PF. Com senhas protegidas, os criminosos não têm acesso ao
dinheiro da vítima. Mas se as senhas estiverem disponíveis em algum lugar que
os golpistas tenham acesso, a “mão invisível” pode limpar a conta.
Proteja-se
1- Nenhum banco entra em contato pedindo que algum
aplicativo seja instalado, ou enviando links. Se alguém se passando por um
banco fizer isso, desconfie. Na dúvida, entre em contato com seu banco em um
canal oficial;
2- Nunca instale aplicativos desconhecidos ou
recebidos por mensagem, SMS, WhatsApp ou e-mail. Evite baixar aplicativos
bancários fora da loja oficial do sistema operacional do seu celular;
3- Utilize autenticação de dois fatores para
autorização de transações;
4- Troque suas senhas regularmente, com senhas
fortes e só armazene-as em gerenciadores seguros;
Procure uma delegacia se for vítima do golpe da
“mão fantasma”, e registre boletim de ocorrência.
Reportagem: Val-André
Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em
Brasília.