Os dois casais: Aline e Jean (Filha e
genro), Weslei e Euzilene (Amigos) – Negam qualquer participação. Eles serão
jugados separadamente do réu confesso Ricardo Pereira
O juiz auxiliar Keller Vieira Lino Junior, da
comarca de Redenção, juntou ao processo decisão adiando a realização do júri
popular que estava marcado para acontecer nesta quinta e sexta-feira, dias 1 e
2 próximos, quando seriam julgados quatro dos cinco acusados de participar da
morte da cabeleireira e religiosa Francisca Vaz e Joanice Oliveira – fato
ocorrido no dia 9 de novembro de 2017.
Sentariam no banco dos réus: os casais Aline Vaz e
Jean Altamiro (Filha e genro da evangélica) e Weslei Silva e Euzilene Alves
(amigos). A data do júri foi remarcada para os dias 11 e 12 de maio de 2023. O
adiamento foi em decorrência de um pedido feito por um advogado de defesa,
justificado por um atestado de médico.
Nossa reportagem apurou que outra razão para a não
realização do júri na data marcada, é porque o juiz que iria presidir a sessão,
chegou a Redenção na última segunda-feira (28) e não teve tempo hábil para se
inteirar sobre o processo.
De acordo com informações levantadas pela nossa
reportagem, mesmo sendo publicado o adiamento do júri, as testemunhas e jurados
convocados deverão comparecer ao fórum para se certificarem da decisão e da
nova data.
Os que não se fizerem presentes pagarão multas.
Essa é a segunda vez que o julgamento deste caso é adiado. No último dia 9 de
novembro completaram cinco anos que o crime aconteceu.
De um lado familiares das mulheres
mortas clamam por justiça e de outro, familiares dos dois acusados também pedem
justiça e afirmam que eles são inocentes.
O réu confesso, Ricardo Pereira Lima da Silva, que disse que, matou após ser
tomado por uma possessão espiritual, não será julgado junto com os demais
acusados.
Confira mais conteúdos sobre o caso
acessando nossas páginas e portal. Veja a matéria com a versão dos
acusados: https://bit.ly/3AZXRNf (A Notícia Portal, da Redação)
CASO
MISSIONÁRIA: Julgamento está marcado para 1 e 2 de dezembro e novas revelações
podem inocentar acusados
A religiosa e cabeleireira Francisca de Souza e sua
amiga Joanice Oliveira foram mortas de forma brutal, após uma oração. A filha
de Francisca é acusada de encomendar a morte e ajudar mais quatro pessoas a
matar a própria mãe. As investigações mostram muitas falhas.
Missionária Francisca de Sousa Vás e
Joanice Oliveira de Jesus
REDENÇÃO – Faltando oito dias para completar cinco
anos após o ocorrido, o julgamento está marcado para acontecer em meio a novas
revelações que contrariam o que já foi amplamente divulgado pela polícia e pela
imprensa e podem mostrar a inocência de quatro dos cinco acusados. Seis pontos
no inquérito policial que apurou o caso, deixam fortes dúvidas quanto as
participações dos dois casais Aline Vaz e Jean Altamiro (Filha e genro da
evangélica) e Weslei Silva e Euzilene Alves (amigos).
Na época a polícia disse que o principal acusado, o
missionário Ricardo Pereira Lima da Silva, confessou ter matado as duas
mulheres e que os dois casais teriam lhe ajudado. Essa versão foi levada ao
público que se aglomerava na porta da delegacia pelo delegado Antônio Miranda,
porém ao voltar para o interior do prédio, Ricardo voltou a afirmar que teria
matado as duas mulheres sozinho, excluindo a participação dos dois casais.
A mudança de versão do acusado chegou a ser
noticiada ainda durante a noite em um texto no blog do jornalista Dinho Santos,
mas pela manhã do dia seguinte a matéria foi retirada do perfil do Blogueiro.
Na audiência de custódia, Ricardo voltou a falar que matou sozinho. Na saída do
fórum Ricardo também falou para imprensa que matou sozinho. Desde então todas
as vezes que Ricardo foi ouvido pela imprensa ou pela justiça, ele sempre
reafirmou que matou sozinho dominado por uma possessão espiritual.
Em Ourilândia do Norte PA
PRESSÃO: Quanto a primeira versão dada na delegacia,
incluindo os nomes dos dois casais, Ricardo disse que desde o primeiro momento
em que ele foi preso, sempre falou a verdade, ‘que teria matado sozinho’, mas
que houve uma forte pressão por parte dos delegados para que ele confessasse
que mais pessoas teriam participado do crime, inclusive lhe garantindo que
assim a sua pena iria ser reduzida, pois seria dividida entre os demais
acusados e que por isso em determinado momento chegou a inventar uma história
incluindo os dois casais, mas que minutos depois voltou atrás, porém o delegado
preferiu ficar com a versão forjada.
NOVOS FATOS: Próximo da data do julgamento dos acusados, a
reportagem teve acesso aos autos do processo, e seis pontos chamam a atenção,
apontando que um grande erro pode ter ocorrido e que a acusação pode não se
sustentar contra os dois casais presos.
1º – Na fase policial chegou a ser divulgado várias
vezes que existia um seguro de vida em nome da Missionária Francisca, e que
essa seria a principal razão que a filha e o genro teria para matar a
missionária, para ficar com o dinheiro. A investigação não encontrou seguro de
vida.
2º – Por que a polícia não aceitou a versão de
Ricardo afirmando que matou sozinho e mesmo sem qualquer prova que sustentasse
a narração incluindo os dois casais, preferiu incluí-los nos indiciamentos?
3º – Por que os delegados não juntaram no inquérito
as imagens do circuito de segurança de uma casa vizinha a residência de Aline e
Jean, que mostrava o movimento de entrada e saída da casa do casal. Estas
imagens poderiam ajudar a esclarecer onde Aline e Jean estavam na hora do
crime. A dona da casa vizinha onde existe o sistema de segurança, disse que
homens da polícia levaram a filmagem, mas as mesmas não foram juntadas ao
processo.
4º – Por que os corpos não foram encaminhados para
o Instituto Médico Legal e também não levou os acusados para perícia nas unhas,
principalmente as duas mulheres acusadas, o que poderia detectar ou não as suas
participações?
5º – Por que os delegados, sem a presença ou
conhecimento do ministério público foram até o presídio, levando duas irmãs de
Euzilene Alves, para ajudar ele a convencer Euzilene a assinar um depoimento e
gravar um vídeo, confessando que não participou do crime, mas que viu os demais
matar as duas mulheres? Euzilene recebeu a promessa que seria colocada no
processo somente como testemunha, receberia liberdade e seria levada para morar
em outro estado, passando a fazer parte do programa nacional de proteção a
testemunhas. Euzilene disse que recebeu pressão de um delegado para assinar o
depoimento e gravar o vídeo.
6º – Por que os delegados não juntaram perícias
feitas nos aparelhos celulares dos envolvidos, o que poderia constatar se
realmente os mesmos estiveram na residência da religiosa naquela noite, pois os
telefones de todos eram conectados no sistema de wi-fi da casa, tendo em vista
que os mesmos eram visitantes rotineiros do endereço. O pedido de perícia foi
feito pela defesa de um dos acusados, mas não foi atendido.
SEM PROVAS: A defesa de um dos acusados garante que o
inquérito é uma sucessão de erros, e que não existem nenhuma prova material,
testemunhal ou científica que incriminem os dois casais suspeitos. Percebendo
claramente que o crime foi cometido somente pelo Ricardo Pereira Lima e que
quatro pessoas podem estar presas injustamente.
Nossa reportagem tentou ouvir o delegado Lúcio
Flávio que na época estava à frente da investigação, juntamente com o delegado
Antônio Miranda. Lúcio se limitou apenas a dizer que é testemunha do caso e não
tinha nada a acrescentar.
(A Notícia Portal da redação)