A guarnição
da viatura 2319, da Polícia Militar, prendeu em flagrante, por volta das 22h20
desta segunda-feira (1º), Antônio Marcos Viana da Conceição, 26 anos; Joaquim
Roberto Pereira da Silva, 33; e Olenor Pereira da Silva, 55. Eles são acusados
de transporte de madeira ilegal, tráfico de influência e resistência. O trio
foi capturado durante abordagem na Rodovia PA-275, em Curionópolis.
Na ocasião
foram apreendidos: a carreta Iveco, branca, placas IYZ4F64, e dois reboques de
placas IYZ8F00 e IZF-6J18, carregados com 130 metros cúbicos de madeira serrada
da espécie acapu; o automóvel Fiat Mobi, branco, placas QEU-0979; três
telefones celulares, um relógio de pulso e uma carteira porta cédulas com
documentos.
A
abordagem aconteceu quando a guarnição avistou a carreta, que trafegava pela
rodovia estadual, saindo bruscamente da via, em direção à Avenida Pará. Pela
atitude do condutor, os policiais se aproximaram do veículo e ordenaram que o
motorista parasse. Ele, então, diminuiu a velocidade e parou próximo da Avenida
Brasil.
Realizada a
busca pessoal no condutor, foram encontrados com ele vários comprimidos da
medicação Nobésio, vulgarmente conhecida como “rebite”. Perguntado sobre seus
documentos, ele disse que naquele momento não estavam com ele.
Os PMs, então,
perguntaram pelo nome e data do nascimento dele, que informou nome e data
falsos, o que foi constatado em consulta ao Sistema Infoseg, de informações de
segurança pública. Demonstrando nervosismo, ele pediu permissão e fez uma
ligação para o dono da carga de mourões de acapu, que não estava acompanhada de
nota fiscal nem de qualquer outra documentação.
Minutos
depois, chegaram dois homens em um automóvel e se identificaram como
responsáveis pela carga de madeira, mas explicando que não eram proprietários
da carreta. Perguntados sobre a nota de origem da madeira, os homens informaram
que não tinham documentação da carga.
Por esses
motivos, os PMs informaram aos três homens que todos, assim como carreta e a
carga, seriam conduzidos até a Delegacia de Polícia Civil. Porém, os dois
indivíduos levantaram a voz e disseram que não iriam a lugar algum e, caso a
guarnição insistisse em prendê-los, a situação iria se complicar.
Disseram
que a madeira pertencia a um deputado federal e a prefeitos da região.
Ameaçando que, caso levados para a Delegacia de Polícia, todos os policiais
seriam prejudicados, ameaça feita usando palavrões. O blefe não deu certo e
todos foram algemados e levados à Depol, onde foram entregues ao delegado de
plantão e seguem presos à disposição da Justiça.
O que é o Nobésio ou rebite?
O Nobésio é
um medicamento, do grupo das anfetaminas, usado para emagrecimento. Como age no
sistema nervoso central, um dos efeitos colaterais é a inibição do sono. Por
esse efeito de manter a pessoa acordada, é conhecido popularmente como
“rebite”.
Seu uso
pode trazer uma série de outros problemas e o efeito de redução de sono é
paliativo. Além do vício causado pela droga, o rebite pode causar dores de
cabeça, emagrecimento acelerado e alterações cardíacas.
O
caminhoneiro que usa o rebite também pode sofrer com visão desfocada, confusão
mental, sensação de boca seca e problemas intestinais, como gastrite. Mas o
pior é que o efeito de redução de sono, principal motivo para o uso da droga, é
temporário.
Caminhoneiros
que fazem uso do rebite dizem que parece que estão dormindo de olhos abertos,
mesmo dirigindo, o que é muito perigoso. Nesse caso, o profissional “apaga”,
mas continua dirigindo, quase como por inércia, em uma memória muscular. O que
tem causado muitos acidentes fatais em rodovias.
Além de
todos os fatores prejudiciais já mencionados, o “rebite” é uma das drogas que o
exame toxicológico, exigido para todo motorista profissional, detecta. Se for
detectado, o caminhoneiro perde o direito de dirigir por três meses, até que
possa refazer o exame e recuperar sua CNH.
(Caetano Silva, com informações do site PAM Clube
Caminhoneiro)