Custódio Filho dos Santos, 19 anos, um dos presos durante a investigação
da morte de Laudivan Rodrigues Neves, em Tucumã, no sul do Pará, deve ser
liberado. Após a audiência de custódia, na quarta-feira (28), o juiz Ramiro
Almeida considerou que o suspeito cometeu o crime de vilipêndio de cadáver,
desconsiderando as suspeitas de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O
alvará de soltura deve ser concedido até esta quinta-feira (29).
A comunidade policial de Tucumã está indignada. Amigos e familiares de
Laudivan também. Pelas investigações que levaram à prisão de Custódio, em menos
de 24 horas após o crime, ele seria quem teria cortado a cabeça da vítima e
jogado o corpo no poço. Tudo ocorreu na noite de domingo (25). A cabeça de
Laudivan foi encontrada num tronco, na manhã de segunda (26).
O irmão de Custódio, Dejean do Santos, e o terceiro envolvido, Francival
Carvalho, foram mantidos presos pelo juiz. Dejean confessou ter matado Laudivan
após uma briga. Francival o acompanhou no primeiro crime. Custódio não foi
responsável por tirar a vida do seleiro.
Nos relatos deles, após matar a vítima, contaram a Custódio, que
resolveu voltar à chácara, na vicinal Matadouro, para garantir que o rapaz não
ficasse vivo. Dejean não teria voltado ao local do homicídio, mas Francival
voltou.
Ainda segundo as investigações, tudo teria ocorrido por um motivo fútil.
Laudivan teria reclamado que Dejean teria furtado cordas da chácara onde a
vítima morava. Revoltado, Dejean foi tomar satisfações com o seleiro. Uma briga
ocorreu e terminou com a morte do homem de 47 anos, que era natural de Goiás.
Advogado explica que Custódio não foi inocentado e vai responder ao
processo em liberdade até a conclusão do inquérito
O advogado Wilson Huida foi nomeado para representar Dejean, Custódio e
Francival durante a audiência de custódia desta quarta-feira (28). Na
audiência, o juiz Ramiro Almeida decidiu manter Dejean e Francival presos,
convertendo a prisão em flagrante para prisão preventiva. Com isso, serão
encaminhados para o sistema prisional, em São Félix do Xingu.
Já Custódio, explica o advogado Wilson Huida, deve deixar a delegacia de
Tucumã assim que o alvará de soltura for concedido pela Justiça. Isso deve
ocorrer até esta quinta-feira (29). Ele observou que, por enquanto, Custódio
vai ficar em liberdade para responder ao processo. Ele não foi inocentado, como
algumas pessoas possam pensar.
“O juiz entendeu que não havia necessidade de manter Custódio preso
durante o processo, já que ele não teria sido responsável por tirar a vida de
Laudivan. O magistrado entendeu que o crime cometido seria o de vilipêndio de
cadáver, que tem uma pena muito menor. Esse crime seria algo como não respeitar
e tratar com dignidade o corpo de uma pessoa morta”, ressaltou o advogado.
Por fim, Wilson Huida observou que apesar da decisão, o Ministério
Público do Estado do Pará (MPPA) ainda pode oferecer denúncia e por outros
crimes que não o vilipêndio de cadáver. O processo contra Custódio ainda não
está concluído, já que o inquérito da PC ainda não foi concluído e nem iniciou
a fase acusatória do processo. (Blog do Luiz Pereira/Fonte-Fato Regional)